quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Post nº 50: o último do ano e da década!

É isso aí. Quinquagésimo post (o ordinal de 50 é essa palavra gigante e feia aí mesmo)! Parece até que foi armação o último post do ano (e da década) marcar um número tão redondinho, mas não foi, não. E como final de ano (de década então nem se fala) é época de retrospectivas, nada melhor do que fazer alguns balanços e avaliar as coisas boas e ruins do período. Até porque relembrar as coisas é uma das propostas iniciais do blog, então, mais apropriado impossível.

Eu bem que queria começar falando que a década se encerra amanhã foi pouco marcante e que a nossa geração não deixou nada de bom para nossos descendentes futuros, mas a verdade é que os anos 2000 bombaram (nos dois sentidos) e a gente vai ter muita história pra contar, SIM!

Do ponto de vista político, a década já começou quebrando tudo com a queda das torres gêmeas e o atentado ao Pentágono. Isso tudo NUM SÓ DIA! O dia 11/09/2001 ficou pra história não só pela grande tragédia que foi, mas também por pautar toda a política externa mundial dos anos que se seguiam. O medo tomou conta do mundo e foi justificativa para a guerra ao Afeganistão e mais tarde a Invasão ao Iraque. O Saddam foi encontrado, julgado e morto, mas o Bin Laden que era bom, está desaparecido até hoje.

O presidente americano que iniciou esses ataques ao Oriente Médio como forma de “defesa”, sr. George W. Bush, colocou os EUA (e o mundo) numa das maiores crises da história do capitalismo, mas finalmente seu mandato acabou e deixou o cargo para Barack Obama, o primeiro comandante negro da nação mais poderosa do mundo, que por ironia do destino, tem origem árabe e Hussein como nome do meio.

Por aqui, em 2002, elegemos nosso primeiro presidente com apenas quatro dedos e origens operárias, Lula. Não que isso tenha feito TANTA diferença assim, mas do historicamente falando, é um marco. E no mesmo ano vimos o Brasil ser PENTACAMPEÃO de futebol! \o/ ("Regina, eu te amo!")

No campo musical, dançamos o refrão enigmático de Ragatanga até cansar (o colégio paraaaava só pra fazer a coreografia), nos livramos do pagode de corno (pelo menos daqueles que ficavam fazendo aquelas dancinhas horrendas) e do É o Tchan. Em compensação, o hip hop tomou conta das rádios e tivemos que aturar coisas ainda mais assustadoras como MC Serginho acompanhado por sua dançarina (seu dançarino?) Lacraia, e MC Créu e um pomar inteiro de mulheres.

Nos últimos anos, a onda dos musicais voltou legal com HSM e os vampiros parecem que dominaram o mundo. E desde o início da década “o menino que viveu” transformou o mercado literário/cinematográfico infanto-juvenil, abrindo caminho não só para a leitura, mas também para uma série de obras com temas de fantasia (eu sei que Harry Potter começou nos anos 90, mas o primeiro filme só veio mesmo nessa década). Ah, sim, quase esqueci. Também teve O Senhor dos Anéis (chato) e os heróis das HQs (quase sempre legais) arrebentando no cinema e o Fernando Meirelles (diretor de Cidade de Deus, o 3º melhor dos anos 2000, segundo voto popular no IMDB) e a Anne concorrendo ao Oscar (muito importante isso! Sem ironias).

Em 2009, perdemos ícones que achamos que nunca nos deixariam como Michael Jackson, Clodovil e Lombardi. E em 2008, a aparentemente imortal Dercy Gonçalves, que a gente achou que ia nos enterrar, também partiu dessa para melhor (Isso é Incrível!).
Edit: Para mais lembranças do que foi importante na década, favor visitar esse e esse post do gente boa do Zeca Camargo.

Deixando o lado histórico de lado agora, e falando de um modo mais pessoal, os anos 2000 também vão deixar boas lembranças pra mim. Conheci meus melhores amigos, me formei na escola, passei no vestibular... Minha primeira década de total consciência dos acontecimentos ao redor, de auto-conhecimento e uma época de começar a tomar as rédeas da própria vida. É legal ver como você cresceu em 10 anos.

E assim como a década em geral, 2009 também teve coisas boas e ruins para o mundo e para mim, que inclusive se refletiram nesses últimos (ou seriam primeiros?) 50 posts. Comecei o blog (dã!), minha locadora querida fechou (e eu tive que me cadastrar em outra), morri de saudade dos amigos do colégio no início ano, tomei um legítimo Starbucks (não gostei, mas me diverti horrores no dia), quase surtei numa semana em que tudo parecia conspirar contra mim, principalmente o sistema de transportes públicos, e o dia 11/09/2009 foi bem mais legal que 2001, visto que eu encontrei com a escritora mais legal de todos os tempos, minha ídola, Meg Cabot (*-*) e pra terminar, meu quarto começou a desmoronar (só pra constar, a cama está consertada).

É, acho que no geral, o saldo de 2009 foi bem positivo e encerrou bem a primeira década do século (e do milênio!). E que 2010: ano de Copa (\o/, 2014 vai ser aqui inclusive), de eleições (OMG! - /o\) e aquilo que realmente interesse no meio disso tudo, o fim de Lost! Hehe!

Muita paz, amor e prosperidade para todos e muitos outros posts para o "Inútil" no ano que se inicia. Quem faz lista de resolução de ano novo e nunca cumpre (acho que a única que eu cumpri até hoje foi criar esse blog), vai gostar dessa música aqui.

Abraços e até o ano que vem.
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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Outras Coisas de Natal

Como eu dizia no post anterior, Natal é uma época mágica que a gente fica esperando o ano todo pra chegar e quando passa, a primeira coisa que pensa é no natal do próximo ano pra poder fazer tudo de novo!

O post de hoje vai falar um pouquinho sobre algumas tradições de Natal, a começar pelo pesadelo daqueles que estão dieta...

Ceia

Ceia de Natal é um negócio muito engraçado porque a gente REALMENTE espera o ano todo pra comer coisas que SÒ VENDEM em meados de Dezembro. Tipo: frutas secas, nozes, avelã, passas, panetone... Fora aqueles quitutes misteriosos que ninguém nunca sabe o que é, tipo: Chester, Fiesta, Outras aves suspeitas, Tender... Eu digo que são misteriosas porque alguém já viu um Chester vivo?

Apesar de tudo, eu gosto mais do Chester da Perdigão

A minha guloseima preferida de Natal é a rabanada. Amo! Nem dá pra dizer que aquilo era um simples pãozinho antes de se tornar a delícia que é.

E, claro, como as cozinheiras trabalharam demais na noite do dia 24, no outro dia, a comida que tem são só restos de ceia. Café da manhã: rabanada (gelada, claro!). Almoço: Arroz com Ave Misteriosa e Maionese. Lanche: Panetone. Janta: Tender com farofa... E assim vai até todo aquele banquete acabar. Tem vezes que dura até o ano novo!

As piadinhas

Natal é época de reunir a família e isso inclui aquele tio chato que não cansa de fazer as mesmas piadas TODO SANTO ANO! A maioria delas, claro, são relacionadas ao grande prato da noite: o peru. Como esse é um blog de família, não vou ficar exemplificando aqui. Todo mundo já conhece a infinidade de piadas infames envolvendo a ave preferida do Sérgio Mallandro.

E depois de aturar o tio fazer todas as piadas possíveis envolvendo o peru, chega a hora da sobremesa e o mala ainda tem coragem de mandar: “É pavê ou pacomê?”. Momento confissão: eu também não resisto a piada do pavê. Natal sem piada do pavê não é Natal.

Mais uma, mais uma, mais uma! Tão tradicional quanto os quitutes natalinos são os comentários de quão farta está a mesa: “Farta farofa, farta pernil, farta maionese...”

E pra fechar, a pergunta que não quer calar: Papai Noel, o senhor rói unha? Não vou nem pôr a resposta porque é muito constrangedora essa piada.

Só tendo saco de Papai Noel mesmo pra aturar. Tem misericórdia!


Os dois fazem Glu-Glu, mas só Mallandro faz pegadinha. Rá!

Filmes de Natal

São muitos e ainda bem que passam sempre. Tem uns que, por incrível que pareça, eu nunca assisti, mas, em compensação, tem outros que toda vez que passa eu tenho que ver. Os meus favoritos são:

- Meninas Malvadas
Brincadeirinha! O filme é muito legal, mas fora a cena delas cantando Jingle Bell Rock, não tem nada a ver com Natal, né! Porque para ser um filme de natal que se preze, tem que ter: neve, Nova Iorque ou Xuxa. Zoeira de novo, mas é que os filmes da Xuxa sempre estreiam perto do Natal. Não bastasse isso, eles ainda ficam em cartaz até o carnaval, impedindo que nós assistamos outros filmes de férias mais legais! Enfim,

 
- Esqueceram de Mim
Um clássico do Natal. Qual criança nunca sonhou em ficar com a casa todinha só pra ela? Kevin McCallister conseguiu e aprontou todas. A cena dele passando loção pós-barba e depois correndo pela casa toda ficou pra história do cinema. Sem contar todas as outras que também ficaram guardadas em nossa memória. Aqui em casa, a frase que a gente repetiu durante muito tempo foi aquela do início em que o primo do Kevin vai vomitar e fala: “Keviiin, pega o pratoo!”
Com uma trama original, muita neve e cenas antológicas, além de engraçado, Esqueceram de Mim ainda é emocionante e tem mensagens de amor ao próximo e a família ideais ao clima natalino. Tinha que sair da mão do Chris Columbus, né!


- Esqueceram de Mim 2
Poucos filmes ficam com o nome em português melhor do que o original. Esqueceram de Mim é um deles. Se o povo reclama que My Girl/ Meu Primeiro Amor (tb com Macaulay Culkin) ficou sem sentido quando saiu a sequência, deviam reclamar que o Kevin não fica sozinho em casa (Home Alone, título original) no segundo filme. Desta vez um outro mal-entendido faz Macaulay Culkin ficar sozinho em Nova Iorque. O que leva o filme a outro patamar, visto que época de Natal em Nova Iorque deve ser mara demaaaais. Aquelas vitrines estupendas, o rinque de patinação, a cidade toda iluminada, a árvore de natal do Rockfeller Center... E o baixinho ainda conseguiu se hospedar no Plaza, que fica de frente pro Central Park! Fala sério, esse filme não precisava de mais nada! Mas, ainda assim, estão de volta os bandidos antes Molhados, mas agora Grudentos, o plano mirabolante e o final de fazer chorar. Difícil até de escolher qual o mais legal.

- Herói de Brinquedo
Em Herói de Brinquedo, Arnold Schwarzenegger deixa de lado toda sua pose de exterminador do futuro e embarca na maior confusão [Sessão da tarde mode on] em busca do boneco do herói do momento, TurboMan. O filme retrata com exatidão e humor a loucura que é fazer compras de Natal na última hora. Outra obra-prima do Tio Columbus com Neve e NY.

Menção honrosa:
Escrito nas Estrelas
Não é exatamente um filme de natal, mas tudo começa com um casal que disputa um par de luvas que seria presente para seus então companheiros. É claro que numa situação dessas Kate Beckinsale (com o cabelo espigado implorando por uma hidratação) e John Culsack (o cara mais cool do cinema) tinham que se apaixonar. Mas a Kate tem cisma de que, se forem para eles ficarem juntos, o destino vai ter que provar isso primeiro. Um mal-entendido com o destino faz eles se separarem, mas 7 anos depois, os dois já noivos resolvem dar outra chance ao acaso que ainda reservava desencontros de fazer a gente roer as unhas e gritar: “AimeuDeus, não é possíivel” para a tela. Assisti a esse filme na Tv numa época perto do Natal, e me apaixonei por ele à primeira vista. Fora isso ainda tem o combo Neve-NYC.
Obs. Esse ano, comprei o DVD e é muito engraçado quando a gente assiste aos filmes de novo depois de um tempo e repara num monte de coisas que ganharam outro significado nesse meio tempo.

Musiquinhas!!!!

Já é Natal na Leader Magazine...

Quando toca isso na televisão, a gente sabe que verdadeiramente o Natal chegou. Já virou um clássico das canções natalinas, tal qual aquele CD da Simone que só toca nessa época do ano.

Outra que já virou tradição pra quem mora no Rio:

Eu acredito que esse meu Natal
Vai ser o melhor Natal
Guanabara!
O ano novo Guanabara bem bonito
É tudo que eu sempre quis...



Sempre com o Leonardo vestindo sua tradicional blusa verde e um coralzinho de crianças cantando com ele. Só que esse ano, EPA! O que o Daniel está fazendo ali? Fora Daniel, esse posto no comercial do Guanabara é do Leonardo. Acorda, Leo! O Daniel está querendo puxar o seu tapete! Prontofalei

Agora sério. Eu sou fãzaça de canções de natal. Os sininhos, os guizos, as guitarrinhas, os arranjos cheios de instrumentos de metais... Adoro mesmo. Acabei de gravar um segundo volume só com elas. Tem de tudo nesses Cds: Sinatra, Simone*, John Lenon, Mariah Carey, Luis Miguel, Celine Dion, coral, RBD, Pato Donald... E o melhor de todos: os Jingle Cats!

Toda vez que toca o CD, todo mundo se espanta e depois se escangalha de rir com a faixa dos gatos. Ai, Cristo, esse povo não tem mais o que inventar! E olha que a “banda” não é nova não. Tem mais de 10 anos já. Lembro que a gente fazia adaptações de outros animais para canções natalinas. Jingle Dogs, Jingle Vacas, Jingle Cabras e por aí vai.

Bom, acho que eu já me estendi demais por hoje. Saudades desses posts gigantescos.

MeowChristmas pra todo mundo!

*Alguém explica por que a Simone canta “Hirooooshiiiima, Nagaaaasakiiii...” no final de Então é Natal? Não tem nada ver com o resto da música!
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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Coisas de Natal

Ah, o Natal! Época de paz, de harmonia, de reunir a família, de receber meia em amigo oculto e fazer rodízio de pizza. Época de arrumar a árvore, de colocar aquele CD da Simone, de assistir ao especial do Roberto Carlos, de enfrentar multidões na rua em busca de presentes e de fazer piadinhas infames com as delícias da ceia...

Fala sério, tem época mais legal que o Natal? Acho que não, né? É a minha época preferida do ano porque com ela vem junto um monte de tradições. Umas legais, outras idiotas, mas que a gente sempre adora manter. E nesse mundo moderno, é raríssimo alguma tradição ainda se manter viva assim. Mesmo assim tem umas coisas que parecem estar se extinguindo.

Tipo, é impressão minha ou as decorações na rua e nos shoppings estão cada vez mais pobres? Quando eu era menor, andava pela rua e via as casas mais iluminadas e nessa época do ano, os camelôs atentavam os nossos ouvidos com cartões de Natal e pisca-piscas sonoros. Hoje em dia não tem nenhuma musiquinha irritante tocando nas ruas!

E os shoppings? Meu Deus, que miséria que eles estão ficando! Antigamente, eles enfeitavam o shopping todo, faziam umas promoções pras pessoas comprarem e tal... Em 95, no auge do Plano Real, eu lembro que o BarraShopping trouxe TODO O ELENCO DA DISNEY pro Shopping (todo não, vai. Mas boa parte deles). Nossa, mobilizou a família aquilo. A gente foi váááárias vezes ao shopping pra tirar fotos com os personagens. Era muito engraçado porque a gente ficava andando pelo shopping e de repente via uma movimentação de gente correndo e saía correndo atrás pra saber onde estavam os personagens todos.

Acho que tirei foto com todos eles. Mickey, Minnie, Pateta, Donald (esse era rabugento, não gostava de tirar foto com adulto, haha), Pocahontas (sempre com aquele ar compenetrado antes de contrair hanseníase.hahaha A parte do olhar sério é verdade. A parte da hanseníase é piada interna) e o melhor de todos, o guaxinim da Pocahontas (alguém lembra o nome dele?)! Ele zoava todo mundo que ia tirar foto e na fila. Era o que mais demorava por causa disso. Chegou a pegar a minha tiara e colocar no meu pai! Também tinha um showzinho da Disney pra quem comprasse não sei quantos reais e trocava por um ingresso que era AGENDADO pra você ter noção (compramos alguns eletrodomésticos especificamente naquele shopping por causa dessa promoção). E eu nem falei que eles sorteavam viagens pra Disney também. Nossa, tempos áureos esses mesmo. Viagem pra Disney? Nunca mais vi isso.

Fico imaginando como seria burocrático pra tirar foto com o Mickey hoje em dia. No mínimo, eles iam fazer cadastro do povo todo, contratar fotógrafo profissional, colocar as fotos num site... Porque também, vamos combinar, coitado no Mickey em tempos de câmera digital, né? “Tira uma. Ah, não ficou boa. Tira outra. Posso tirar mais uma?” Na época era muito mais simples. E dava pra tirar mais de uma foto também. Vantagens da câmera analógica, viu?

Pelo menos, os Noéis continuam lá firmes e fortes aturando criancinhas que pedem o mundo de presente e outras que choram à beça com medo dos pseudo-velhinhos. Aliás, deviam fazer uns trajes mais tropicais pros velhotes aqui do Brasil. Coitados, em pleno verão com aquela roupa toda! É muita maldade! Em tempos de aquecimento global então, nem se fala! Esse povo parece que quer mais é matar o velho de calor.

Falando nisso, qual a criança que nunca perguntou ao pai porque no Brasil não tinha neve no Natal? Quando a profª explicou no primário a relação entre as estações e os hemisférios foi muito esclarecedor.

Outra coisa que ninguém mais faz: mandar cartão de natal. Nem virtual! Chatão isso. Se bem que cartão de natal é aquela mesma coisa de sempre, né? “Feliz Natal e Próspero Ano Novo para você e sua família. São os votos sinceros de (coloque aqui o seu nome)”. Mesmo assim, é uma coisa triste. É a única oportunidade do ano de escrever a palavra Próspero! E de usas a palavra Votos, fora de época de eleição!

E as vinhetas da Globo? A cada ano mais sem graças! As do SBT esse ano estão muito mais simples, mais baratas e mais legais!

Nossa, Natal tem muita coisa pra comentar. Continua no próximo post com as coisas que as pessoas ainda fazem até hoje. Ainda bem (ou não, hehe!)


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sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal sem Cama

Uau! Tem um tempinho que eu não atualizo isso aqui, hein? Pois é, primeiramente tenho que me desculpar pela ausência, mas é que final de período é fogo. Um monte de provas, trabalhos, estresse com professores de “Modas Internacionais” (só pra contar eu faço contabilidade) que a toda hora inventam novos métodos de avaliação... Aí com a cabeça cheia desse jeito, fica difícil postar por aqui.

Não que falte assunto. Na verdade, tenho uma pancada de temas que eu queria abordar aqui no blog, mas às vezes falta a mágica combinação de inspiração + tempo + paciência para escrever. Porque eu sou meio cri-cri com os meus textos mesmo. Gosto de ficar aparando as arestas, brincando com as palavras e com as situações e gosto que os posts tenham uma seqüência argumentativa mais ou menos lógica, interligando início, meio e fim. E para fazer um post assim nos trinques, só com a combinação mágica ali de cima.

Além do mais, meus leitores desnaturados não comentam também, né! Aí eu fico desanimada de postar...

Bom, o post de hoje, contrariando tudo o que eu acabei de falar sobre a minha chatice na hora de blogar, vai ser bem curtinho só pra dizer que eu estou viva e que o blog também.

Mas, do jeito que andam as coisas no meu quarto, não sei por quanto tempo vou sobreviver. Exageros a parte, a verdade é que as coisas lá estão “caindo aos pedaços”.

Primeiro, minha cama quebrou na parte inferior, onde ficam os pés quando eu durmo. Meu pai consertou, mas o conserto não durou muito, visto que foi só uma amiga minha que pesa 40 Kg sentar lá e puft, quebrou de novo! Desde então uma lata de tinta tem segurado o colchão no nível ideal.

No início desse mês, eu estava estudando num outro cômodo da casa e a estante onde ficam meu s livros favoritos também desabou! Eu só ouvi o barulho de tudo se estabacando. Quando fui ver, estava tudo jogado pelo chão! Meus livrinhos queridos! Perdidos, errantes pelo quarto! Tudo bem, agora já estão todos de volta no lugar e ninguém saiu ferido. Minto. O Ryan, do pôster de The O.C., ficou com a testa rasgada. (A tal estante fica do lado da minha cama)

Bom, dizem que as paredes têm ouvidos, mas creio eu que a minha tem olhos também. Com a época de chuvas, não sei o que está acontecendo que minha parede deu pra ficar emocionada e chorar quando chove. Só que aí, a minha cama é que serve de ombro pra ela derramar suas “lamúrias” e eu acordo com a cama toda molhada, mesmo já tendo passado há muito tempo da fase de fazer xixi na cama. Fora a cômoda que agora ficou meio capenga porque molhou embaixo...

Para completar, hoje, acho que finalmente a cama foi pro brejo. Fui sentar nela pra anotar uma coisa e CREC! Quebrou na outra ponta agora. Na parte onde eu coloco a cabeça. Sabe quando no Natal o pai e a mãe da gente falam pra não reclamar das coisas que tem porque tem criança que nem tem onde dormir? Pois é. Eu sou uma “criança” que não tem onde dormir no Natal!

Tadinha da minha cama! Era tão boa. Dormi nela, pulei nela, brincamos de golzinho de uma pra outra quando eu ainda morava na outra casa... Pensando bem, deve ter sido por isso que a coitada está se despedaçando agora... Descanse em paz, caminha! Porque eu já descansei muito em você...

Ai ai, dizem que o mundo acaba em 2012, mas do jeito que as coisas andam, não sei se meu quarto chega inteiro a 2010 não.

Abraços e prometo que posto mais em breve.

Obs. Estou escrevendo isso às 21:45 e até o momento não sei onde vou dormir hoje.
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sábado, 21 de novembro de 2009

Esquadrão da Modinha

No programa Esquadrão da Moda, a top model Isabella Fiorentino e o stylist Arlindo Grund têm a dura missão de ensinar às "vítimas" como se vestir bem e com estilo. O principal atrativo do programa é quando a dupla de apresentadores analisa esculacha o guarda-roupa da vítima e joga tudo no lixo na cara da escolhida, que se sujeita a isso tudo em troca de um banho de loja de 10.000 reais.*
*Bom, com 10.000 reais no bolso é muito mais fácil se vestir bem, agora sem dinheiro, as coitadas das pessoas não têm muita opção senão comprar aqueles atentados que enchem as vitrines de lojas populares ou mesmo do tipo Abuse & Use, que inclusive anunciam no programa. A culpa não é delas! É das lojas que colocam essas coisas pra vender!

Ultimamente, tem muita gente fazendo igual a Isabella e o Arlindo com relação a tudo quanto é mania cultural, só que com a diferença de que não possuem nenhuma formação e nem dão prêmios de 10.000 reais paras as pessoas as quais elas sentem prazer em espinafrar.

Se tem uma coisa que me irrita é a tal da palavra “modinha”. E eu não me refiro aos fenômenos culturais febris que volta e meia se instalam e azucrinam a nossa paciência até que todo mundo tome profundo ódio deles e, por essa razão, provavelmente caiam no ostracismo depois do seu auge. Estou falando é de toda a discussão gerada por aqueles que as amam e que odeiam e que a todo momento tentam classificar o que é e o que não é modinha, como se isso tivesse alguma relevância.

No passado, “modinha” tinha significado de gênero musical romântico, geralmente tocada em serenatas e admirada pelas meninas apaixonadas. Mas essa modinha relaciona-se com a moda de viola, não tem nada a ver com a “modinha” dos anos 2000 – que se associa à moda no sentido de tendência – e dificilmente voltará a ser moda novamente.

O conflito todo se dá por causa do sufixo “inha” no final da palavra, o qual lhe confere um sentido pejorativo. Se antigamente toda menina queria uma modinha na sua janela, hoje ninguém quer seguir a “modinha” do momento, do mesmo jeito que não gosta de ouvir ladainha da fulaninha fominha. E é aí que moram os debates infundados e inúteis para tentar fugir do rótulo que, apesar de trazer “moda” no seu radical - o que seria uma coisa boa. Quem não quer estar na moda? – também carrega consigo o tal sufixo diminutivo maldito com todo o seu ar de desdém.

Geralmente quem puxa esse tipo de discussão são:
1)    pessoas com aversão a uma febre cultural específica e que utilizam desse argumento para debochar daqueles que gostam do fenômeno e
2)    pessoas que gostam de algo desconhecido da maioria, mas têm medo que ele se popularize e com isso surjam aqueles que entrarão na onda e só permanecerão nela enquanto o negócio estiver na sua crista (os chamados posers*) e assim atraiam a atenção dos pertencentes ao primeiro grupo e virem alvo de chacota.
*Do inglês pose+er. pose: pose mesmo; -er: sufixo que indica o agente da ação. Logo, poser = aquele que faz pose. Trocando em miúdos, aquele que quer aparecer. Eu, particularmente, acho essa palavra meio...poser também! rs

Apesar de aparentemente diferentes, os dois grupos, no fundo, são bem parecidos e não se distanciam muito nem do supracitado poser. Todos eles estão muito preocupados com o que os outros vão pensar deles e carecem de opinião própria. A única diferença é que aqueles que são chamados de posers fazem questão de estar sempre dentro daquilo é tendência e os outros fazem questão de serem diferentes de todo o resto do mundo. São os anti-tendência.

Por isso, muitos dos integrantes do grupo nº 2 até abandonam o seu objeto de sua devoção depois que este alcança o auge do sucesso. Eles querem continuar com a etiqueta de exclusividade e não sabem dividir e ser mais um na multidão. Acham que têm mais direitos sobre a praia do que o pessoal que chegou pra surfar há pouco tempo, como se o fato de pegar ou não pegar onda definisse quem você é por completo.

Eu, pessoalmente, não tenho nada contra essas manias no geral. Na verdade, acho-as bastante divertidas na maioria das vezes e mesmo as que não me agradam não me incomodam. Acho que são parte do jogo. Porque se você parar para pensar, a verdade não há o que não é fruto do marketing? Os críticos do marketing se esquecem de que nossa sociedade É capitalista sim, e que tudo o que existe É feito “pra vender”. Não adianta tentar fugir disso. Se a gente ficar nessa de rejeitar as coisas só porque “vendem bem”, não vai nem se alimentar, porque arroz e feijão também é feito “pra vender”!

É engraçado ver os argumentos dos anti-modismos porque são totalmente incoerentes. Não suportam a Hannah Montana, mas adoram As visões de Raven, por exemplo, como se os dois seriados tivessem lá muita diferença, só porque as crianças idolatram a loirinha de peruca. Acho os dois muito divertidos e morro de rir com eles, o que não quer dizer que eu goste das músicas e da voz da tal da Myley Cyrus, nem que eu não saiba o plano da Disney de lucrar milhões com produtos licenciados. Se tiver um mínimo de qualidade e divertir, qual o problema?

E nem tudo aquilo que faz sucesso é necessariamente ruim. Isso é papo de gente metida à intelectual. Às vezes eu me pergunto o que seria de Michael Jackson ou dos Beatles hoje em dia. Ambos são unanimidade de público e de crítica e no caso dos Beatles, arrastavam multidões de meninas histéricas pelo mundo, mas... e se eles tivessem começado a carreira nos anos 2000? Será que não seriam confundidos com as tais “modinhas” que esse povo tanto fala?

Em questão de música eu sou muito chata e já comentei aqui que não suporto rádio da moda e dificilmente as pessoas conhecem o que toca no meu MP4 (as que elas conhecem, vão achar brega, porque foram “modinha” um dia). Mas só porque eu realmente não suporto a maioria das músicas que tocam na rádio (rap em sua maioria) e porque eu realmente gosto das coisas que têm no meu player. Não fico chateada quando alguma música que tem lá começa a tocar na novela (muitas vezes eu mesma fico conhecendo muita coisa bacana por causa de novela), depois vai pra rádio e o artista começa a fazer um sucesso estrondoso. Na verdade, fico até bem feliz. Gostar do que ninguém gosta é muito chato. Não tem ninguém pra gente comentar, pra compartilhar as alegrias, pra colocar coisas sobre na internet, quando você comenta do assunto, todo mundo sempre fica com aquela cara de interrogação e tem de explicar o que/quem é... Dá o maior trabalho!

O pessoal do grupo nº 2 devia deixar de se ligar para o que os outros acham e pensar positivo. Com o hype, se for livro a editora vai começar a dar mais atenção e disponibilizá-los mais rápido, mais barato, em mais lugares e mais bem acabadinhos; se for de música, quem sabe a banda não vem ao Brasil?; se for de cinema, geralmente tem umas promoções especiais com uns brindes bacanas...

O marketing está aí para isso mesmo. Para satisfazer nossas necessidades e desejos (aulinha de marketing nº 1). E eu sinceramente gosto quando ele atende aos meus. Eu sou consumidora, e eles têm mais é que, na medida do possível, tentar me agradar mesmo. E se de vez em quando o marketing exagera e se aproveita dessa demanda de forma inescrupulosa, faz parte (já diria o grande filósofo Kleber Bambam). É só não comprar a idéia. Como o arroz de segunda qualidade que a gente encontra no supermercado. É só deixar ele lá na prateleira.

As “modinhas” são como as tendências de indumentária mesmo. Não dá pra fugir delas. Estão em todo lugar de um jeito ou de outro e a gente tem que se vestir. Mesmo que pensemos que estamos indo conta o sistema, estaremos refletindo o pensamento de algo que já foi auge algum dia de algum outro jeito.

A gente tem é que filtrar aquilo que a gente gosta e usar sem se importar muito com o que os outros vão pensar. O importante é consumir racionalmente de acordo com nossa individualidade. Se a gente ficar nessa de ser escravo das tendências ou anti-tendências, vai acabar maluco (e pobre) porque do jeito que elas vem e vão (com tudo), está cada vez mais difícil se atualizar.

O melhor mesmo a se fazer é despir-se de todo o preconceito e vestir a camisa estampada com orgulho “Sim, eu gosto, e daí?”. Mesmo que todo mundo ache brega ou que ninguém saiba do que se trata – isso é que é a verdadeira demonstração de personalidade - porque, no fundo, o Esquadrão da Modinha não têm nada com isso, e se a gente for olhar o guarda-roupa desse pessoal, vai achar um monte de blusas com ombreiras das quais hoje eles também têm a maior vergonha de um dia ter usado.

Ficadica: www.modinha.com. Apesar do nome, o site é legal e sua idéia é linkar umas notícias babacas e bacanas na Internet, e no fundo, tira o maior sarro de toda essa palhaçada do que é modinha ou não.
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domingo, 15 de novembro de 2009

Mais lit. pop, clássica, novelas, Rei Leão, etc

Todo mundo vive dizendo que o brasileiro não gosta de ler e que o jovem prefere o videogame a palavra escrita, no entanto, ficam querendo empurrar goela abaixo livros com realidades diferentes das nossas e ainda querem que visualizemos todo o pensamento subliminar por trás de cada frase, quando a leitura, no fundo, deve ser simplesmente o prazer de apreciar as palavras. Fica difícil saborear a sopa de letrinhas quando a gente não se identifica com os personagens e isso é feito de forma obrigatória e cheio de regras por trás.

Como bem colocado aqui nesse outro blog*, primeiro a gente come e sente o gosto da comida. Depois faz a digestão. O mesmo deveria acontecer com a leitura. Primeiro a gente deveria ler e gostar. Depois, numa segunda ou terceira leituras, tentar interpretar mais a fundo. Quanto mais lermos, mais conhecimento de mundo teremos e de menos leituras adicionais precisaremos para fazer uma boa análise. É até crueldade querer que o jovem engula todo aquele conteúdo clássico e ainda cuspa de volta um pensamento, ou melhor, O pensamento que os professores querem que seja enxergado ali.
*Não sou a única que compara leitura com comida

O que acontece na escola todo mundo sabe: não só os alunos não lêem os livros propostos, como desenvolvem uma certa aversão ao livro. Os resumos na Internet salvam a vida dos estudantes, mas também, junto com todo esse sistema de ensino, mitificam muito o conteúdo dos clássicos. Ler e entender as obras se torna algo inalcançável. Eles digerem tanto a leitura que tiram o sabor das palavras que eu falei lá no início.

Muitas vezes eles apresentam visões até exageradas para partes aparentemente sem importância. Tudo bem que numa leitura mais aprofundada é esperado que se analise a obra com um pouco mais de atenção (e eu gosto mesmo de fazer esse tipo de coisa), mas às vezes os pontos destacados por essas interpretações de estudiosos dão a impressão de que o autor fez tudo de caso pensado e com uma segunda intenção por trás de cada palavra, quando na verdade às vezes o fato só ganhou espaço porque era algo comum na época e não necessariamente caracteriza uma crítica ou algo do tipo.

Por exemplo, numa das análises de Inocência, era destacada “a questão da escravidão”. Quem lê o resumo acha que existe uma grande crítica ao sistema escravocrata, mas só o que há é uma personagem que era escrava e está lá fazendo figuração.

Quer dizer, esses caras ficam procurando pêlo em ovo. E o pior é que esses autores dos séculos passados nem estão aqui para se defender. Porque hoje em dia se a gente tem uma desconfiança de alguma coisa subliminar, é muito fácil de a dúvida ser sanada. Entra no site do autor, manda um e-mail e ele responde. Agora se os coitados dos autores defuntos não tiverem dado alguma entrevista, escrito um diário ou coisa assim, dá-lhe acadêmico achando crítica sobre o sistema servil em A Comédia dos Erros, denúncia de maus-tratos aos animais em Atirei o pau no gato e influência da geração condoreira em funk do Cria Asa Periquita.

Aí eles ficam se prendendo a esses detalhes ínfimos e o estudante esquece o que realmente importa nisso tudo: a história. Que muitas das vezes são muito simples e talvez nem representem isso tudo, mas que também são muito legais. São só o retrato de uma época. Sem Photoshop. Como qualquer novela. E por algum acaso você assiste à novela das oito pensando em todas nuances da personalidade humana, ou você quer assistir mesmo é a vilã se dar mal e os mocinhos ficarem juntos no final?

Para quem está a ponto de me chamar de herege, saiba que muitos dos chamados clássicos da nossa literatura foram publicados primeiro em forma de folhetim nos jornais. Há quem diga que são os precursores do gênero noveleiro. O mesmo vale para quem reclama da atual chick-lit. Existem correntes que defendem Jane Austen como a madrinha do estilo.

Ou seja, talvez, nem naquela época o objetivo das obras fosse que as pessoas analisassem cada expressão da novelinha do jornal. Talvez fossem só um bom passatempo. Então por que essa obrigatoriedade toda em ficar “distrepando” cada linha se o que importava mesmo era a história de amor dos mocinhos? Alguns clássicos talvez fossem tão pop quanto romance de banca.

Só pra reforçar aqui, eu gosto de interpretar os textos. Gosto mesmo. Fico até me sentindo orgulhosa quando consigo enxergar uma coisa que talvez não estivesse ali muito às claras. Mas gosto de fazer isso por minha conta e de ter a minha própria opinião. Não gosto de ter que fazer isso obrigada, tendo que enxergar coisas que eu, pessoalmente, não vejo. Acho que isso tira toda a graça e afasta as pessoas dos livros.(e de tudo, aliás). Sou a favor da liberdade não só da escolha dos textos como da liberdade de interpretação também. A leitura é algo de prazeres singulares. Cada um sente um gosto diferente. E às vezes uma mesma pessoa pode sentir um outro gosto para um mesmo texto dependendo da fase da vida que esteja passando. Nosso paladar, além de diferente do das outras pessoas, também muda conforme o passar do tempo. Essa obrigatoriedade em analisar aquilo EXATAMENTE do jeito que os acadêmicos fazem mitifica muito as obras.

Por exemplo, quando se fala de Hamlet o que vem a cabeça é: “Ser ou não ser, eis a questão” e todo mundo acha que não vai entender nada. Só que todo mundo já viu um pouco da história de Hamlet e nem sabe. A não ser que você não tenha tido infância e nunca tenha assistido O Rei Leão. É, O Rei Leão. Aquele da Disney. Pra você ficar ainda mais chocado, saiba também que O Diário de Bridget Jones é Orgulho e Preconceito do século XXI (Mr. Darcy!) e As patricinhas de Beverly Hills é releitura de Emma. E o que tem de novela aí inspirada em clássicos da literatura não está no gibi.

O que eu estou tentando dizer é que: existem histórias hoje que são tão boas e simples quanto as de antigamente. Não há razão para todo esse mito, nem para pressão para que sejam lidas, nem para o desprezo das obras que fazem sucesso hoje. As pessoas deveriam ler se sentissem atraídas pela sinopse e gostassem do estilo do autor. Como qualquer outro livro.

É claro que a linguagem nem sempre é das mais atraentes e é preciso um pouco mais de paciência para encarar os clássicos (paciência essa que eu admito não ter sempre), mas muitas vezes os enredos são divertidíssimos. E também é claro que nem todos são tão legais assim. Como tudo na vida, existem as espécies boas e as ruins. E como tudo na vida, isso vai variar da opinião de cada um. Porque livros são como comida. Tem gente que não gosta de chocolate e gente que come jiló e lambe os beiços. Vai entender!

Só que quando a gente encontra alguém que não suporta chocolate, não vai adiantar dizer que é bom, abrir a boca dela e enfiar o negócio goela abaixo, porque aí mesmo é que ela vai tomar a maior bronca do doce.

Hakuna Matata, eis a questão...

Obs. Só pra deixar claro aqui, sou apenas uma mera gourmet amadora e grande parte do texto foi baseado nas aulinhas de literatura da escola, misturadas a minha opinião, algumas leituras e muita pesquisa em artigos acadêmicos e de jornal. Então, se algum profissional encontrar alguma bobagem literária nesse texto, sinta-se à vontade para me corrigir. Ficarei até feliz porque então, estarei enriquecendo minha bagagem cultural.

Obs2: Extras! Links legais.
- E se Lizzie Benneth e Mr. Darcy mandassem SMS's? O resultado ficou bacanérrimo. Não esqueça de olhar a 'legenda' para as siglas embaixo da figura.
- E nem O Rei Leão se salva das análises-viagens. Ainda bem que ele fala que as crianças não precisam analisar o filme igual a ele.

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domingo, 8 de novembro de 2009

Literatura pop

Nesse último mês de Setembro, como já muito comentado aqui nesse blog, Meg Cabot fez sua visita ao Brasil. Puxa-saquismo à parte, a mulher é um fenômeno. Cabot fez praticamente uma turnê pelo país e visitou 4 capitais brasileiras. (Sim, ela já está conhecendo mais lugares do Brasil do que eu que nasci aqui). E todos os eventos simplesmente BOMBARAM! Foram 1300 autógrafos em 2 dias de Bienal do Livro no Rio, com direito a muita fila e gente inclusive de outros estados chegando super cedo pra garantir logo uma senha. Os 300 ingressos para o evento de Curitiba se esgotaram em, tipo, uma semana. Isso porque eles estavam distribuindo com um mês de antecedência. E nem estou contando os eventos de São Paulo e Salvador (sim, tia Meg também passou pelo Nordeste).

Pra você ter uma noção, o Maroon 5 esteve aqui no Brasil ano passado e só fez 3 shows em 3 capitais (Rio - eu fui!, São Paulo e BH.). E nenhum dos shows teve lotação máxima. Quer dizer, a moça está melhor que muito popstar por aí (guardando as devidas proporções, claro. Em questão de número, é óbvio que o M5 ganha).

E eu acho isso o máximo! A Meg mobilizar tanta gente assim para vê-la, quero dizer. Não por eu gostar dela (tá legal, tem um pouco-muito a ver com isso sim), mas por ela ser uma personalidade de um universo geralmente tão desprezado pelos jovens, como a literatura, estar fazendo com que eles gostem tanto de ler quanto de assistir a um show da sua banda favorita.

Eu só citei a Meg de início porque é o exemplo com o qual eu mais de identifico, mas ela não é a única que consegue essas proezas. JK Rowling encheu um estádio de futebol só para ser ouvida lendo umas passagens de Harry Potter *. O novo livro do Dan Brown vendeu não sei quantos milhões antes mesmo do lançamento. E nas terras tupiniquins, Thalita Rebouças também faz turnê pelo país, junta adolescentes na porta das livrarias para vê-la e estrela comercial de TV.
* JK fez muito mais que isso, eu sei. Mas eu só estou ilustrando aqui.

Está nascendo aí uma geração de fanáticos pela leitura, da mesma forma que existem fãs de Star Wars, Madonna e futebol. E junto com ela, a figura do escritor popstar.

E isso tudo é muito, muito, muito legal. Primeiro porque a leitura deixa de estar ligada a uma imagem negativa e chata. E depois porque a literatura se torna um elemento altamente pop, com tudo o que tem direito: trailer de livro, estratégia de divulgação, sessão de autógrafos disputada, convenção de fãs, sites na Internet, frenesi às vésperas do lançamento da obra, etc. E isso é muito maneiro, vai!

Uma vez eu fui a um evento do lançamento do HP7, mesmo sem ter lido HP, e adorei aquilo. Aquele povo todo fantasiado andando pelo shopping, as discussões sobre o que eles achavam que ia acontecer no final, maratona dos filmes, sorteio de brindes... Teve até uma entrevista com o dublador do Ronny! Me diverti naquele dia. E eu já falei à beça do quanto eu ADOREI a Bienal desse ano, né!

Os mais ortodoxos vão alegar que os escritores popstars estão prostituindo o gênero com suas obras descartáveis e desvirtuando a atenção do que realmente importa (os livros) para eles mesmos. Os céticos mais otimistas também vão criticá-los, mas argumentarão que, pelo menos, eles podem ser a porta de entrada dos jovens para clássicos como Machado de Assis.

O que esse pessoal se esquece é que livros foram feitos para serem lidos. PONTO FINAL! Não necessariamente eles precisam ter uma grande lição que vai mudar a sua vida, nem criticar alguma coisa da sociedade. Eles só têm que ser agradáveis e fazer com que nós tenhamos vontade de lê-los até o fim.

Se eles tiverem algo a mais, ótimo. Mas acho que o mais importante é que tenha uma história bacana e bem estruturada. Caso contrário, todo “rebuscamento”(existe essa palavra mesmo?) será em vão.

Veja bem, não estou negando o valor dos “livros cabeça”. Só estou dizendo que nem todo livro precisa marcar o pensamento de uma era. Da mesma forma que nem toda música precisa ser clássica, nem todo livro precisa ser um clássico.

E o leitor tem todo o direito de ter a opinião que quiser e ler o que lhe der na telha, sem ser criticado se aquela leitura é de “qualidade” ou não. Não é porque foi José de Alencar que escreveu que ele tem que gostar. E não é porque é um romance de banca que ele tem que desprezar.

E mais: quem é que disse que os livros pop de hoje não serão os livros clássicos de amanhã? O ser humano tem essa mania auto-depreciativa de se achar inferior sempre. Tantas obras por aí que só foram ter seu valor reconhecido depois de séculos... Às vezes a gente está com um futuro clássico dentro da bolsa e nem sabe. Aí daqui a um tempo, se realmente ele marcar época e começar a ser estudado, vamos nos sentir vanguardistas, olha só que legal. E senão, isso não faz a menor diferença! Como eu falei antes: “livros são feitos para serem lidos” e se eles forem lidos e a gente gostar deles, sua missão no mundo estará cumprida.

Por isso eu sou defensora da literatura pop. Aliás, eu sou uma defensora do pop em geral, mas essa é uma outra conversa. É claro que dentro do gênero haverá os exemplares bons e os ruins (como tudo na vida), mas quem decide isso, claro, é o leitor. Não um crítico metido à besta.

Livros também podem ser pop. Eu digo até mais: livros DEVEM ser pop. Porque pop deriva da palavra “popular” e os livros DEVEM ser populares – no sentido de “usual entre o povo”. Eles têm que fazer parte da vida das pessoas como música assobiada na ida pro trabalho, promover um certo frisson na sua época de lançamento como estréia de filme blockbuster e gerar discussões acaloradas como o lance de pênalti não marcado no jogo de domingo. Não importa se a discussão vai ser se Capitu traiu Bentinho ou se Harry deveria morrer ou não no final. O importante é que o gosto pela leitura esteja impregnado em nossas veias.

E se as pessoas gostarem tanto de uma obra que se disponham a fazer de tudo pelo autógrafo do seu autor favorito, deixem que elas sejam felizes! É um reflexo dos nossos tempos. Queremos estar perto dos nossos ídolos. E temos mais é que aproveitar enquanto eles e nós estamos vivos.

E se o ídolo for um escritor, que geralmente é uma figura que não está todo dia nas páginas de fofoca, isso tem é que ser comemorado porque quer dizer que ele está atraindo atenção por causa do seu trabalho. E é muito melhor admirar o real trabalho de alguém do que fazer fila pra ver mais um rostinho bonito recém-saído de um reality show que não deixou nada de bom para o mundo.

Duvido que se Jane Austen fosse viva e fizesse turnê, a Rory não ia lá ver.


PS. Quando eu falei da música assobiada na hora do trabalho, eu estava só fazendo uma comparação, mas você pode interpretar no sentido literal também.

Senhoras e senhores, eu lhes apresento Harry and the Potters cantando o seu hit
Save Ginny Weasley From Dean Thomas.


Sim, é uma banda especializada em Harry Potter e eles já têm mais 3 CDs lançados. A energia da banda e dos fãs dá de 10 em muito artista que toca nas rádios. Save Ginny Weasley (é outra música essa) é praticamente um hino na hora do show. O povo fica num transe tal que parece até que está em concerto do U2. Olha só aqui. Masss, o mais legal é que eles não são os únicos que fazem essas coisas. Tem tanta banda do bruxinho, que o estilo ganhou o rótulo de Wizard Rock. É uma pra cada personagem. Draco and The Malfoys, Remus and the Lupins, The Moaning Myrtles - as Murtas que Gemem (não deixe de conferir o hit crossover Cedric; Absolutamente hilário! O melhor são os gritinhos e a interpretação da menina em versos tipo: "You can bite me if you want") e muito mais.
Demais, né não? Morro de rir com essas coisas. É simplesmente o ápice do pop literário isso! Ninguém pode acusar essas bandas de não terem conteúdo, vai!


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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Grandpa viu a grapeuva

Fim de ano chegando e com ele as milhares de propagandas de colégios que tentam a qualquer custo convencer os senhores pais de que lá é o lugar que vai educar seu filho e colocá-lo no caminho do sucesso.

As propagandas agora começam cada vez mais cedo e além das tradicionais imagens de alunos felizes e atentos às aulas (ONDE É JÁ SE VIU UMA TURMA INTEIRA ASSISTIR AULA COMPENETRADA? A verdadeira turma é aquela com cara de entediada, passando bilhetinho, ou dormindo!) e dos usuais enaltecimentos para a infra-estrutura do colégio, o qual anuncia oferecer piscina, aula de informática, quadra poliesportiva, TV a cabo e equipamentos áudio-visuais de última geração, eu já vi escola anunciando até alfabetização semi-bilingue.

Os pais, ingênuos e pensando no melhor para o seu filho, adoram essas histórias, mas depois que as crianças entram na escola mesmo é que vêem quão furado era o papo da propaganda, uma vez que dificilmente as crianças terão acesso a tudo o que foi anunciado antes.

Isso daí até certo ponto é normal. As escolas têm o direito de vender o seu peixe do jeito que quiserem, cabe a nós julgar se aquilo faz sentido ou não. Mas tem umas coisas que não dá pra aguentar, tipo essa história da alfabetização semi-bilingue. Sem brincadeira, os caras estão passando dos limites. Educação Semi-bilingue é a coisa mais idiota que eu ouvi.

Diz aí: O que ser uma educação SEMI-bilingue? A criança vai aprender a ler normalmente em uma língua só, né? Afinal o prefixo semi- nos remete a idéia de metade e o prefixo bi- nos dá sentido de dobro, e se a metade de dois é um, logo o semi-bilingue não faria sentido algum. Ou será que a escola queria dizer mesmo é que a criança não vai ser alfabetizada direito em nenhuma das duas línguas, ficando com a educação dos dois idiomas pela metade?

Percebe-se que o diretor do colégio faltou não só a aula de português, como a de matemática também. E aí a gente chega a outra conclusão triste: Os diretores são seres ainda mais ingênuos que os pais, porque eles acreditam MESMO que todo esse papo de propaganda é verdade, afinal, eles é que apresentam o colégio para os pais atraídos pelo outdoor chamativo.

Se a escola for daquelas mais conservadoras, o diretor vai dizer que a escola é muito rigorosa e lá o aluno aprenderá a ter responsabilidades, etc. Uma bobagem, claro. A escola vai ter muitas regras idiotas, mas mal sabem eles que as escolas mais rigorosas são aquelas que têm os piores alunos. Já ouviu aquele papo de que o que é proibido é mais gostoso? Pois é, os alunos das escolas conservadoras são os que mais aprontam.

Agora se a escola for mais modernosa, o diretor vai tentar convencer de que o ambiente ali é de liberdade (mas com limites) e que vai incentivar a criatividade e o desenvolvimento da aprendizagem da criança de maneira lúdica e construtivista (como eu odeio essa palavra!), com o objetivo de torná-la um cidadão muito melhor. Essa história de ludicismo pode até funcionar por um tempo, mas essa filosofia não sobrevive ao fim do primário, que é quando, por mais boa vontade que tenha a escola, ela não pode evitar parecer com as conservadoras ali de cima.

Ainda há os colégios que prometem aos pais que se seu filhote estudar por lá, a aprovação no vestibular será garantida porque, segundo eles, são a instituição que mais que mais aprova no vestibular ou o primeiro lugar em tal, ou tais, universidades públicas, instigando até uma certa rivalidade entre as escolas próximas da região.

Bom, se todas elas alegam ser aquela que ocupa mais e melhores posições nas classificações do vestibular, você já deve ter percebido que alguma delas deve estar mentindo. Algumas conquistam sim esse mérito, mas não por ter o melhor sistema de ensino que moldou o aluno desde cedo com todo aquele papo de diretor de escola. Não vou negar que elas têm excelentes professores, mas também, catando os quase aprovados em medicina no ano anterior e oferecendo bolsas a eles para estudarem lá depois fica fácil colocar a foto do cabeçudo no outdoor do ano seguinte.

A essa altura, você já deve ter percebido que toda a metodologia e ideologia e infra-estrutura da escola pouco tem a ver com o processo de aprendizagem.(Eu, particularmente, não acredito nessas metodologias todas.) O que faz a diferença mesmo é o material humano da sala de aula: professores e alunos. Se o mestre souber e quiser ensinar, ele vai lá, dá a sua aula (que pode até ser inventiva, mas por mérito próprio, não por causa da filosofia da instituição) e o estudante se quiser, também vai aprender. Os melhores colégios não são aqueles que têm piscina, TV a cabo e ar condicionado. São os que têm os melhores professores e os melhores alunos.

Prova disso é o anual resultado do ENEM. As escolas públicas com melhores notas ficam na frente de muito colégio particular que tem isso tudo aí. Por quê? Porque, apesar de não ter essas coisas e até enfrentarem goteiras, paredes caindo, etc, eles têm os melhores professores e os melhores alunos (ambos concursados).

E isso não tem nada a ver com a filosofia da escola, porque eu já estudei em colégio tradicional e decorei tabuada e fiquei muito bem, e fui para uma outra escola que tinha muito discurso, mas no fim não era lá muito diferente da outra e também aprendi bastante, e depois fui estudar numa dessas escolas públicas precárias de infra-estrutura e que não dava nem bola pra vestibular e a gente quase não tinha regras, mas que influenciou muito mais o meu caráter do que as outras que faziam propaganda e ainda me proporcionou uma ótima educação que me deu condições de passar no vestibular sem precisar de cursinho.

Mas os senhores diretores não sabem disso e nem podem apresentar isso aos pais, porque diretores geralmente não sacam muita coisa. Eles nem pensam quais significados podem ser atribuídos à expressão “alfabetização semi-bilingue”. Eles acreditam naquilo tudo que eles dizem sobre os equipamentos e regras e filosofias da escola e não lembram mais como é ser aluno e muitas vezes também não sabem como é ser professor. E mesmo que soubessem, eles não podem garantir que ali eles têm o melhor material humano dentro da sala de aula na hora de fazer a propaganda (pior mesmo é quando o diretor se gaba dizendo que a escola dele tem os melhores professores, ou ainda, os melhores alunos. Oh, ilusão!), então têm que apelar para essas técnicas de convencimento baratas já bastante conhecidas a fim de justificar as caríssimas mensalidades.

E é claro que TV, computador, quadro dinâmico e esse montão de coisas é muito bom, mas de nada vão adiantar se não forem usados ou se não tiver um bom mestre para orientar e uma turma dedicada para aproveitá-los. Afinal de contas, até pouco tempo atrás não tinha nada disso e os alunos aprendiam tanto quanto hoje (ou até mais). E em uma língua inteira de cada vez...

A verdadeira sala de aula
2 x 0,5 = 1
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domingo, 18 de outubro de 2009

Crianças em extinção

Segundo a reportagem da SuperInteressante, a infância está acabando. E a principal responsável pelo seu fim, ironicamente, também é aquela apontada como sua criadora: a mídia.

Se no passado, o surgimento da mídia impressa fez com que o número de escolas expandisse, colocando as crianças lá dentro e fazendo com que os baixinhos ganhassem tratamento diferenciado dos demais seres humanos (na Idade Média criança não passava de mini-adulto. Tinha mais é que trabalhar se quisesse sobreviver), nas últimas décadas, a TV e a Internet tornaram todo o conteúdo do mundo acessível a qualquer pessoa, de qualquer tamanho.

Isso tudo somado ao amadurecimento precoce por conta da responsabilidade atribuída às crianças em colégios que prometem preparar para o vestibular e para o mercado de trabalho desde o pré-maternal (o que eu acho absolutamente desnecessário e mentiroso da parte dos colégios porque, além da maioria das carreiras não precisar de uma nota tão alta, muitas vezes o método não tem nada de inovador e pelo contrário, só atrapalha no desenvolvimento da criança) e ao conceito de supervalorização da adolescência, estaria descaracterizando a inocência da infância e gerando ao invés de crianças, apenas mini-adultos, muito parecidos com os da Idade Média, só que sem a parte do trabalho infantil.

Nem tudo é culpa da TV

Concordo com boa parte da matéria, mas também acho que dá pra ser uma criança inocente e contente e esperta sim, mesmo com toda a tecnologia. Desde de que utilizada e aproveitada com cautela. E, claro, ainda tem muito mais coisa aí envolvida nesse processo de extinção da infância que, se a gente for estudar a fundo, dá até tema de monografia.

Semestre passado, na faculdade, teve uma discussão que fez um paralelo entre o comportamento de liberdade coorporativa e a liberdade dada dentro de casa. Os pais não sabem como tratar os filhos em casa porque não tem contato com a hierarquia bem definida no trabalho. O resultado: o sucesso de programas tipo Supernanny, que chega e diz aos pais: “Você é que tem o controle! Quem manda aqui é você!”. Moral da história: as crianças são normais. Os pais é que precisam de tratamento por não saberem que são os “chefes” da casa e por quererem exibir os filhos por causa dos trocentos mil cursos que ele faz ou estudar no colégio mais difícil da cidade.

A tecnologia não me incomoda. O que me irrita é que tanto os seus usuários e aqueles que a produzem não a aproveitam como deveriam e acabam criando uma geração cheia de baixinho que se acha gente grande só porque sabe programar o vídeo, ops, o DVD, de casa.

Crescer pra quê?

Uma vez eu fiz um teste daqueles bem bobos na Internet para saber “Que personagem da Disney é você?”. Deu que eu era o Peter Pan. Geralmente, esses testes dão uns resultados muito sem noção, mas esse daí acertou em cheio, uma vez que vira e mexe eu me pego assistindo a Castelo Rá-Tim-Bum e me divertindo tanto quanto na época em que eu era menor. Ainda sou meio criança por dentro e se der, ainda quer continuar um pouco assim.

Aliás, eu nunca fui uma criança que fazia questão de crescer. Fisicamente talvez, mas nunca quis fazer coisas a frente do meu tempo. Sempre fui feliz com a idade que eu tive. Quando ligava a Tv, fazia questão de sintonizar nos programas infantis. Quando alugava filme, não achava muita graça se não fosse desenho. Livro, só se tivesse figura. E quando a Internet chegou aqui em casa, o site do Iguinho era o mais acessado.

Por isso me irrita e me chateia um pouco essa história de fim da infância. Eu digo isso porque sou da geração de 90 e vi TV, joguei videogame, e usei computador e cresci muito feliz. A tecnologia não pode ser culpada por tudo. Lembro que quando pedia presente de natal, queria ganhar Cd-Rom ou fita pro MasterSystem e admito que a minha agenda na semana era mais movimentada do que deveria. Mas também joguei muita bola, andei de bicicleta e tomei banho de balde nesse meu quintal. Acho que dá pra aproveitar de tudo um pouco, desde que se tenha limites.

Afinal de contas, o mundo pode ter mudado muito, mas a criança ainda não sabe metade do que aconteceu antes de ela começar a se entender por gente, então, é melhor que ela seja tratada como criança sim, porque é isso que ela é!

Aliás, uma coisa que não me desce é essa história de criança de 8 anos dizendo que é pré-adolescente. Sério, existe coisa mais idiota do que a PRÉ-ADOLESCÊNCIA? Porque, o que ser um pré-adolescente? Nada. Uma criança metida a grande. A criança não sabe nem ler direito e quer exigir tratamento diferenciado? Ah, me poupe! Até o nome da fase é difícil de falar! Pré-Adolescência... É muito grande! Infância é tão mais prático...

O engraçado é que quando eu tinha 8 anos eu tinha HORROR a essa fase e a posterior a ela também. Eu queria mais era curtir os meus anos de criança e ser bem feliz brincando no parquinho e aproveitar e fazer as coisas que só as crianças podiam fazer. Tipo: brincar no pula-pula. Depois dos 10 anos, não podia mais brincar no pula-pula! Um absurdo! Por que quem tinha 10 podia e quem tinha 11 não? Por isso, também não me interessava pelos outros brinquedos em que só podia entrar quem só tinha mais de 1,40m (mentira. É porque eu era, quer dizer, SOU medrosa mesmo).

Mas então, eu tinha noção de que eu tinha que aproveitar a minha infância. Que tudo ia ter seu tempo. Não fazia (e não faço) questão de ficar apressando as coisas. Fora que sempre que aparecia um adolescente ou um pré-adolescente na Tv, era só pra ficar falando aquelas coisas chatas de brigar com o pai e que eram rebeldes e blábláblá. Sempre achei isso uma babaquice. Mesmo aos 8 anos.

Quando eu cheguei a tal da pré-adolescência, foi uma dor de cabeça aqui em casa. Não porque eu queria fazer coisa de gente mais velha, mas porque quando chega essa fase, os pais acham que tudo é culpa da idade. “Ah, ele está falando isso porque está entrando na adolescência”, ou então “É fase. O filho da Fulana de Tal também está assim”. Nossa, como eu me estressava. Porque aos 12 anos você é totalmente privado de qualquer opinião. O que você fala, não é porque você pensa de uma certa maneira. É porque você está passando por uma fase de rebeldia. Affe! Isso me irritava profundamente. Aos 8 anos a gente tinha mais liberdade do que aos 12. Ainda bem que essa época passou. Depois dos 15, acho que todo mundo se acostuma com essa fase toda de mudança. Inclusive nós mesmos.

Ô saudade!

Mas, do que eu estava falando mesmo? Ah, sim. Dos pirralhos metidos a gente grande. Bom, eu disse ali em cima que não se podia culpar o avanço tecnológico por tudo, mas também disse que era uma questão de saber aproveitar os novos recursos que se tem.

E vai parecer saudosismo da minha parte, mas já reparou como não tem nenhum programa infantil de efetiva expressividade bacana na TV aberta? Dá dó de ligar a TV de manhã e perceber que quem tem 8 anos hoje não tem acesso a um programa que seja mais do que desenhos apresentados por qualquer um (qualquer um mesmo. Na TV Globinho, a rotatividade é tão alta que não dá nem pra decidir se a gente gosta ou não dos apresentadores) e que só sabem fazer propaganda dos novos lançamentos de brinquedos.

E eu não estou nem dizendo que tem que ser uma coisa altamente educativa e que só crianças possam assistir. Mas custa fazer um projeto bacana com desenhos e alguma coisa a mais, tipo a TV Cruj, a Tv Colosso ou algo mais simples, tipo qualquer programa com uma gincana básica?

Segue a lista nostálgica de programas, novelas e musicais infantis da minha época (ô papo de gente velha!) e se prepare porque tem muita coisa de segunda divisão aí no meio também (quem lembrar dos mais absurdos ganha uma bala Juquinha):

Apresentadoras loirinhas e não-loirinhas também
Xuxa - a única que ainda faz coisas para os baixinhos
Angélica - Na época em que era gordinha! Ela passou por Manchete, SBT e Globo, onde comandou o Angel Mix, estrelou a novelinha Caça Talentos (Lembra da dança da fadinha? “Bate, bate, eu vim te convidar.. Bate, bate, me chama pra dançar”), Bambuluá e Flora Encantada.
Eliana – No SBT tinha o Melocoton, a Bizuca, a Rocicléia... Na Record tinha o Nhoc, o Vovô e o bebê Alegria, que depois sumiram. Ah, e a dupla Chiquinho e Pitoco! Sempre hilários! A brincadeira da música dava sempre muita confusão e o Chiquinho sempre zoava ela naquela do desenho da lousa. Nas duas emissoras, tinha a experiência do dia (“... e tesoura sem ponta!”). Muito bom. Era a minha apresentadora loirinha preferida rsrs
Mariane – Passava na CNT (Acho que minha geração tirou a sorte grande mesmo. Acho que fomos os últimos a desfrutar de alguma programação infantil na CNT)
Debby – Eu odiava a Debby! Mas às vezes assistia o programa não sei porque. Devia estar esperando a hora do Cruj, visto que às 18h, só que tinha (e ainda tem) na Tv é violência e baixaria. Alguém me ajuda: a Debby era da época da Manchete ou da Rede TV, já? Momento fofoca: Debby atualmente tem 18 anos e cursa faculdade de Veterinária.
Andréa Sorvetão - Passava Zuzubalândia e Turma do Arrepio. Lembro que todo mundo na escola tinha uma mochila de carrinho da Turma do Arrepio.
Mara Maravilha - No SBT, o Lombardi agradecendo a audiência no fim do programa e na Record ela imitava o agora falecido Enéias!

Cao Hamburger, o gênio
Existem pessoas que nasceram para fazer coisas para crianças. Nos EUA, eles têm Chris Columbus, o nome por trás de Esqueceram de mim, Um herói de brinquedo e Harry Potter 1 e 2. Aqui no Brasil, Cao Hamburger é O CARA! O moço é tão predestinado que carrega uma guloseima no sobrenome. Ele é o responsável por:

Castelo Rá-tim-bum – Ainda bem que passa até hoje. O universo do Castelo é tão bacana que eu ia ficar até amanhã escrevendo sobre. Devo muito do que sou e sei hoje graças ao Castelo. Uma história curiosa: eu tenho uma amiga que ia lavar a mão na hora da música porque achava que a mão dela ia aparecer na TV. Hahaha!
Rá-tim-Bum – Outro clássico da TVE. Muitos quadros legais! Senta que lá vem história, o enigma da Esfinge (ela era meio medonha), Prof. Tibúrcio (Marcelo Tas sempre envolvido com essas coisas de educação. É outro nome sempre presente nos créditos de todas as produções da Cultura), entre muitos outros.
TV CRUJ – Simplesmente O MELHOR! Se liga companheiro revolucionário Ultra-jovem, está entrando no ar o meu, o seu, o nosso: COMITÊ REVOLUCIONÁRIO ULTRA JOVEM – TV CRUUUUJ ... Muita saudade do CRUJ. Uma prova de que dá pra fazer um programa com desenhos(Dá o play, Macaco!) e ainda com um conteúdo bacanérrimo. Juca (Caju), Guelé (Chiqué), Macarrão (Macaco ou simplesmente Maca. Foi embora logo no início), Malu (Maluca – Eu não sou maluca, o meu codinome é que é Maluca),e alguns outros companheiros que entraram depois, comandavam o programa que ia ao ar através de um sinal pirata e defendiam os direitos dos Ultra-Jovens porque Nós somos Ultra-Jovens e merecemos respeito!. Com o nome de Disney Club, passava todo dia de noite no SBT. Depois passou a ser exibido aos sábados com o nome de Disney Cruj (a Maya era muito CHAAATAA!). Estou até hoje sem entender o que aconteceu no final do programa que ficou prometendo um super-final e depois não foi ao ar. Poxa, nem pra eles darem um Cruj, Cruj, Cruj, tchau! definitivo pra gente...

Não é fraco esse Cao Hamburger, não, viu? Atualmente, Seu Hamburger também assina o ótimo seriado do Menino Maluquinho. Adooro!

Outros
Agente G – Passava de noite na Record. Tinha aquele cara gordão Gérson de Abreu (daí o nome do programa) e um monte bonecos. A gente aqui em casa chegou a pintar um troço de forma cilíndrica que tinha no quintal com a cara do Refri, o refrigerante falante que tinha na geladeira do programa.
Passa ou Repassa – Dispensa explicações. Eu peguei a época em que a Angélica apresentava, antes do Celso. A brincadeira do Torta na Cara é simplesmente histórica. Quem não brincou disso em alguma gincana na escola que atire a primeira torta.
Tv Colosso – Uma TV comandada por cachorros. Com programas como Jornal Colossal com apresentação de William Bones. Demais, né? Chegava da escola na hora em que o chefe francês anunciava: Está na horra, pessoall. Horra de matarr a fome! Anos mais tarde, serviu de inspiração para um trabalho do Vidas Secas. Ia ser tão bom se voltasse!
Mundo de Beakman – Mais um achado. Passava na Record à tarde. Muito demais. Beakman era um cientista maluco que explicava os fenômenos da natureza de uma maneira ainda mais louca. Uma das assistentes de palco se chamava Lisa (era a que eu mais gostava, por que será?), fora o Lester. Se todo professor de física/química passasse isso na sala de aula, os alunos iriam aprender muito mais.
Sítio do Pica Pau Amarelo– No início eu achava mais legal quando a Cuca usava tomara-que-caia. Depois enjoou um pouco, já que mudaram todos os atores.

Ainda tinha as novelas - Chiquititas, Carrossel (eu tenho o CD!), Carinha de Anjo, Gotinha de amor, Diário de Daniela...-, as atrações musicais especialmente para os pequerruchos - Sandy e Junior, Trem da Alegria, Apresentadoras-Cantoras Loirinhas-ou não e só não vou falar do Chaves porque quando eu nasci, ele já era velho, mas ainda bem que passa até hoje também. Para mais lembranças, favor visitar esse site e esse outro aqui.

Depende de nós

Curtiu a listinha? Quem lembra do programa da Debby, da Mariane e do Agente G, me cobra a bala Juquinha depois. Agora, diz aí se qualquer coisa dessa lista não era melhor do que a gente tem hoje na Tv Aberta (que já não é muita coisa)!

Senhores programadores de Tv, deixem de serem preguiçosos! Nós sabemos que vocês têm capacidade para fazer melhor do que isso que está aí. E sabemos porque crescemos assistindo o que vocês botaram no ar durantes anos. Algumas coisas geniais, outras nem tanto, mas todas elas definitivamente mais criativas do que o que passa hoje em dia. Na TV a cabo ainda tem uns programinhas, agora na TV aberta, a referência que se tem de criança hoje em dia é Maísa! Dá muita pena dos pequenos de hoje. Sério.

E nem me venham com esse papo de que as crianças estão mais espertas e tecnológicas e não iam gostar desses programas porque eu acho que é só uma questão de saber vender bem o seu peixe e se esforçar um pouquinho pra fazer alguma coisa de qualidade. Eu duvido que se reprisassem o Cruj, não ia dar audiência. (Coisa impossível de acontecer agora, visto que a Globo é que tem o contrato com a Disney.)

Se as crianças estão ficando “adultas demais”, talvez seja porque ninguém mostrou pra elas que ser criança também é muito legal. E sem precisar ficar batendo na tecla de que ela é pequena e é boba, etc. Que ela pode ser uma criança esperta e mexer com as modernidades, mas que também pode soltar pipa e andar de bicicleta. Mas que não pode desrespeitar o pai e nem fazer tudo o que quer, apesar disso tudo.

É só uma questão de apresentar a ela uma parte diferente do mundo, porque tem coisas que ela ainda não deve ver e outras que ela depois não poderá mais aproveitar. Se todo mundo fizer a sua parte, acho que a gente consegue salvar a infância da extinção.


Ai, ai! Bate até uma emoção em rever...
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sábado, 3 de outubro de 2009

Hipocrisia FM

Nesse ano, a carreira de Wanessa Camargo deu uma virada. Depois de deixá-la sob o comando do empresário e marido Marcus Buaiz, Wanessa deixou para trás o penteado Branca de Neve que vinha usando e o sobrenome da família, que, além de exaltar a relação que tem com o gênero sertanejo, rendia abreviações maldosas como Waca e WC.

Antes

Agora a neta de Francisco é só Wanessa, adota um visual meio rebelde com os cabelos loiros e ondulados e faz dueto com o rapper Ja Rule.

Segundo Buaiz, a carreira da esposa era mal-gerenciada, e a mudança se deu porque, depois de algumas reuniões, ele e a mulher chegaram à conclusão de que, apesar de quase 10 anos na estrada, Wanessa não conseguia tocar em rádios pop e por isso não fazia o sucesso esperado. O marido ainda acrescentou que não gostava da música que Wanessa fazia antes e que o trabalho era mal-feito (engraçado que quando eles se casaram ele era só elogios à cantora e dizia que adorava seus shows :-S).

Deixando de lado essa última parte, não vou entrar no mérito se a música de Wanessa é boa ou ruim, ou se ela casou mesmo com o cara certo. Concentremo-nos na estratégia de marketing brilhante traçada pelo genro de Zezé (é verdade que eles não estão se falando mais? Okay, Okay, Veeejam!).

- Novo nome artístico. Confere.
Normal querer se afastar da imagem do pai que usa calças apertadinhas. Apesar de achar que todo mundo ainda vai continuar chamando-a de Wanessa Camargo.
- Visual ousado. Confere
Também super-normal. Junto com o disco novo, o artista geralmente renova o guarda-roupa e repagina o look para ajudar na construção do conceito do álbum. Não é nenhum pecado.
- Música em inglês e Dueto com rapper
Opa! Opa! Opa! Desde quando Wanessa faz a linha Fergalicious? E por que ela tem que cantar em outro idioma?

Depois

A resposta é simples e está ali no 3º parágrafo. Porque ela quer fazer sucesso.

Eu poderia dar uma de chata e crucificar a menina porque ela vendeu a alma e o que importa é você fazer o tipo de música sincera com você mesmo, porque eu realmente penso isso, mas a questão que eu quero abordar aqui é outra.

Wanessinha quer fazer sucesso. Normal. Todo mundo quer. Agora, para fazer sucesso e tocar nas rádios pop do Brasil, ela se viu praticamente obrigada a apelar para a fórmula música-em-inglês + dueto-com-rapper porque É SÓ ISSO QUE TOCA NAS RÁDIOS DA MODA DO BRASIL!!!!! *
* Por rádios da moda, leia-se: Transamérica, Mix, Jovem Pan e afins. 98, Nativa e FM O Dia não é rádio pop. É rádio pobre. Nessas daí toca de tudo: funk, pagode, calypso, forró... Não é à toa que Wanessa quer deixar de ter sua imagem veiculada a esse tipo de rádio. Para efeitos de leitura, chamarei as rádios POP de Hipocrisia FM, e já, já, você vai entender porque.

Se você for um artista pop brasileiro que canta em português e não tiver jabá, não adianta o seu pai ligar para a rádio 100 vezes por dia para pedir a sua música. NÃO VAI TOCAR!

O próprio dono da Jovem Pan já admitiu em entrevista que aceita jabá para tocar a música de muita gente e que na rádio dele tem certas coisas que nem com jabá tocam.

Mas eu tenho lá minhas dúvidas se ele barra as músicas com base na sua opinião musical descolada ou puramente pelo idioma no qual a canção é executada.

Só na tecla SAP

Wanessa ex-Camargo é só o exemplo mais recente. Em seu idioma materno, só era ouvida nas rádios ‘pobre’. Bastou fazer parceria com Ja Rule, pronto! 1º lugar na Hipocrisia FM e 1 milhão de acessos no YouTube! E olha que esse Ja Rule nem é tão referência assim! Emplacou uma ou duas músicas naquela trilha sonora da Malhação que tinha o Cabeção na capa e só, praticamente.

E se a desculpa aqui poderia ser a de que a Wanessa agora está mais moderninha, é só olhar os próximos exemplos para ver que o problema é o idioma.

Na última década, Shakira tem lançado duas versões de seus discos. Um espanhol para a América Latina e um com praticamente as mesmas músicas, só que em inglês para o mercado americano. Adivinha só qual das versões é a que toca no Brasil? Sim, aqui só tocam as músicas em inglês.

Sandy e Junior e RBD, que são, quer dizer, que eram artistas de dar vergonha alheia aos ouvintes descolados da Hipocrisia FM, também alcançaram o topo das paradas com Love Never Fails - a música mais tocada de 2002, e 1º lugar no Clipemania naquele ano (ô, saudades do Clipemania!) e Tu Amor - que também é em ingrish, apesar do título hispânico. Ambas as canções eram destinadas a carreira internacional dos então ídolos adolescentes.

E você olha só como as coisas são engraçadas: se fosse por afinidade na hora da pronúncia, a versão que deveria tocar era a em espanhol. Mas não! Esse pessoal está tão ‘the book is on the table’ que prefere enrolar a língua e não entender bulhufas do que está cantando.

Ou será que é exatamente por isso que tem tanta música ruim tocando no idioma do Tio Sam em detrimento das línguas latinas? Porque as pessoas não entendem o que estão cantando, caso contrário perceberiam a bobajada que são a maioria das letras derivadas do idioma anglo-saxônico? É uma teoria...

Agora se liga só: Quando eu dei o exemplo da Shakira e dos outros ali em cima, a maioria deles só gravaram em outro idioma para divulgar seu trabalho em território internacional porque se eles cantassem em sua língua nativa por lá, os estadunidenses não iam dar nem bola. É, eles fazem questão de saber o que estão cantando, ao contrário de nós!

E eu até hoje não entendo como a Marina Elali tocava nessas rádios com aquele remix horrendo de One Last Cry. Ô musiquinha vagabunda! Duvido que se ela se chamasse Um último choro ia fazer aquele sucesso todo. (Aliás, a Marina Elali é um caso a ser estudado. Por que é que essa criatura insiste em gravar forró em inglês?).

No mínimo incoerente esses programadores de rádio.

A rádio e o gado musical

O pior é saber que essa incoerência não é só dos donos das rádios. É das pessoas que ouvem também. Porque bastou tocar na Hipocrisia FM para virar sucesso. Não importa se a música é ruim, se o artista é brega ou se a letra é idiota. Tocou lá, toda aquela galera que ouve vai achar que é maneeeeiiiro (by Newt). Também pudera. Com a aquela canção tocando 100 mil vezes ao dia, tem uma hora que mesmo que você ache ruim, vai começar a gostar.

Por isso eu não suporto essas rádios jovens. Eu não gosto de rap e 80% do que toca lá É rap. E toca a mesma música 100x por dia. Com trocentos comerciais. Definitivamente, eu não tenho paciência.

E a rádio aliena tão bem seu gado musical que não é difícil você encontrar seus ouvintes por aí dissertando sobre como RBD em inglês é legal, mas em espanhol é uma droga. Mesmo que seja o mesmo estilo, ou as mesmas músicas. Ou pior, alguns desses seres chegam mais longe ao dizerem que “só gostam de música em inglês”!

O que é isso minha gente? Tudo bem curtir a cultura de outros países, agora se limitar a dos outros, ou melhor, a de um único, não é globalização não. É subserviência! O tempo da colonização e da ditadura já acabou!

E eu digo isso como fã de Jamie Cullum, mas que também gosta do Jota Quest e torce muito pro Juanes, simplesmente o maior vencedor de Grammy’s Latino de todos os tempos, vir ao Brasil. (Sim, todos eles começam com J. E o legal é que o J tem uma pronúncia diferente para cada idioma). Deu pra entender aonde eu quero chegar?

Liberte-se

O que eu estou querendo dizer é o seguinte:

1. As rádios são hipócritas
Se a Marina Elali cantar “Xote das Meninas” em inglês e o Calypso lançar um single de Accelerated (e eles fizeram isso mesmo!), as rádios pop vão tocar, só porque está na língua do Obama. (Ok, eu exagerei um pouco aqui, mas o pensamento é por esse caminho).

2. As rádios fazem lavagem cerebral nos ouvintes
Como todo meio de comunicação de massa, elas têm um papel muito grande na hora de ditar qual é a banda da moda e qual não é. Além de influenciar o jeito das pessoas pensarem. Só que, muitas vezes, elas acabam contribuindo para aumentar esse complexo de vira-lata do brasileiro de achar que tudo o que é de fora, inclusive as palavras, são melhores.

Eu, particularmente, acho as línguas latinas muito mais bonitas. As rimas em inglês são sempre as mesmas.
Vamos fazer uma brincadeira com as rimas mais comuns. Encontre a palavra estranha:
- you, do, too, blue, flu, new, true…
- by, bye, my, fly, eye, cry, shy, fry…
- me, be, bee, see, free, sea…
- start, heart, fart.


Aí essa política importadora de palavras obriga artistas como a Wanessa (agora sem Camargo) a gravar com o mala do Ja Rule se quiserem um pouco de atenção da mídia.

Só que a era da ditadura já acabou! A globalização está aí e os iranianos usam o YouTube e o Twitter para fazer notícia, mesmo com a opressão do governo.

Escolha suas próprias músicas. A Internet esta aí pra isso!

Aliás, essa é uma das principais utilidades do MPx (está em que número agora?): libertar as pessoas das prisões auditivas da Hipocrisia FM.


Vem aí o novo método de tortura chinesa:

Suuuuucesso!

Chega! Viva la revolución!

Edit: Imagina só se a moda pega e todos os artistas do Brasil resolvem fazer seus discos em inglês agora?
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Meg-a relato da melhor Bienal de todos os tempos - parte Final

Antes de continuar o relato, gostaria de fazer algumas considerações sobre a Bienal nesse dia.

1- Esse papo de que brasileiro não lê é a maior conversa fiada.
Caso contrário, o evento não atrairia 100 mil pessoas para ao RioCentro num fim de semana de tanto calor quanto esse. As pessoas simplesmente iriam a praia. Mas a Bienal estava muito, muito, muito cheia nesse domingo. Tava difícil até de andar e a aglomeração de pessoas fazia tudo ficar ainda mais quente.

2- Sexta-feira estava tudo muito tranqüilo. Domingo não.
Muita gente ficou sem senha (a procura era muito maior do que a oferta, infelizmente). E o que era a fila do autógrafo do domingo? Cristo Jesus! Ainda bem que eu fui na sexta! Aquela fila começava no estande da Record e ia até lá fora dando a volta entre as passagens para os Pavilhões Laranja e Verde. ERA MUITA GENTEEEE! Fiquei com pena do povo e da Meg. Sério mesmo.

3- Os organizadores da Record são muito mais legais do que os organizadores da Bienal.
Algumas pessoas que entraram nessa última fila que eu comentei saíram só pra ir ao banheiro e quando voltaram, foram mandadas de volta para o final, mesmo isso não fazendo a menor diferença, porque se o problema era guardar lugar na fila pra não poder ficar na frente, deviam ter proibido guardar lugar lá dentro do auditório também. Não que eu fizesse alguma questão de sentar mais na frente. Só acho que não precisava essa palhaçada toda. O pessoal da Bienal estava muito estressado. Eu reparei que a mulher vestida de bege e com rabo de cavalo que me lembrou a Emily Blunt do Diabo Veste Prada até tinha afrouxado a sandália porque já estava agüentando mais. Eu já estava até vendo a hora dela jogar aquele negócio na cabeça de alguém. Eu hein! Maracujina neles!

4- Meg Cabot estava tipo Michael Jackson nesse dia.
Tanto pela quantidade de fãs que se amontoaram na porta da Bienal desde as 7h, antes mesmo da feira abrir as portas (diz que quando foram abertas, parecia uma manada correndo enlouquecida em direção ao estande da Record, à la Rei Leão), quanto pelo assédio de muita gente em cima quando ela passava, fora as muitas pessoas que declararam a terem visto de longe, quando na verdade, elas só estavam enxergando outras pessoas que nem se pareciam com a Meg. Hahaha! Sério. Mais Michael Jackson impossível. Na verdade tem mais uma coisinha também, mas essa vai ficar pra daqui a pouco.


Agora sim. Continuando...

Ainda dia 13 de Setembro

Bom, essa já era a 3ª fila do dia. Eita nóis! Brasileiro gosta de fila mesmo, hein! E pra variar as pessoas da fila são um showzinho à parte no meio de toda a excitação que era ver tal da palestra, que também estava num clima meio show de rock.

Pra todo mundo se inteirar, aí vão mais causos da fila. Como não estavam deixando as pessoas saírem, ocorreram algumas situações divertidas, tipo:
- Um pai entregou uma pizza tamanho família na fila e a filha e suas amigas comeram ali no chão felizes da vida. Fizeram o maior convescote. Ele ainda disse que qualquer coisa, era só chamar ele de novo. Um novo significado para a expressão Pizza Delivery.

- E depois que o povo todo tinha acabado de comer, hein? Não podia levantar e jogar no lixo então, uma menina pediu pra um segurança (anotação mental: seguranças são mais legais do que a gente imagina) levar o lixo dela dali. Só que todo mundo achou que ele estava levando lixo pra geral, então aproveitou e fez o cara de lixeiro. Tadinho do moço!


- Uma outra menina, com uma fatia de pizza inacabada, também não podia jogá-la no lixo, então começou a perguntar se alguém estava com fome pra terminar o pedaço. Ninguém quis a pizza mordida, claro. Aí eu falei pra ela guardar pra Meg porque ela andava reclamando que estava passando fome. Hahaha! Nem sei que fim levou essa fatia, mas acho que a Meg não a recebeu, não. Hehe!


- Também na fila, a gente descobre que esse negócio de fome, sede, banheiro e cansaço é tudo coisa da nossa cabeça. Quando se tem coisas mais importantes para se pensar, nosso cérebro se esquece disso tudo. Meu corpo só foi doer e a fome aparecer depois que a palestra já tinha acabado.


Enquanto acompanho a saga do pessoal, vejo que há uma mesa cheia de fones de ouvido e logo percebo que devem ser pra tradução simultânea. Eu tinha pensado que a Meg ia falar e ia ficar alguém do lado traduzindo, o que, claro, ia cortar todo o clima da palestra porque eu já tinha ouvido e assistido a uns bate-papos desses pela Internet e a tradução ia matar o timing perfeito da Meg, mas quando vejo os fones ali fico muito feliz. Essa Bienal estava muito chique, vou te contar, hein! Até tradução simultânea tinha! Não que eu precisasse, mas é preciso pensar no próximo, né!

Quando chega a nossa vez de deixar a identidade (pra garantir que as pessoas não iam levar o fone pra casa) e pegá-lo, eu dou um “Muito Obrigada” pra lá de agradecido pra moça dos fones, porque, sabe como é, o pessoal da Bienal estava muito estressado, então se a gente tratasse eles bem, talvez eles ficassem mais amáveis.

Eu e a Jami sentamos logo e tentamos adivinhar por onde a Meg ia vir. Primeiro pensamos que ela iria chegar pela porta onde a gente entrou. Depois por uma outra porta do outro lado do auditório e por último cogitamos a hipótese de ela brotar do chão à la Michael Jackson, ou Sandy e Junior no show do Maracanã. Ia ser tudo isso, né? Hahaha! Então eu lembro de que nos dias que antecederam o grande encontro eu já estava até cantando Não Dá pra Não Pensar com outros sentidos. Aí a gente começa a cantar a música, enquanto encaixa a letra no novo contexto. Adoro fazer isso. A músicas ganham outro colorido depois dessas coisas.

A gente já conseguia se conter na cadeira, e Brown Eyed Boy não saía da minha cabeça. Daí a gente começa a bolar umas perguntas idiotas, caso eles abrissem uma parte para perguntas mesmo. A nossa intenção, caso fôssemos escolhidas, não era nem saber a resposta –acho que eu já sabia a resposta de qualquer pergunta que fizessem- , mas descontrair e quebrar o protocolo. Era uma mais bizarra que a outra:
o/ - Meg, no DP10, na lista de perguntas que a Mia faz pra entrevistar o Michael tem uma pergunta que é assim: “Se você fosse um bichinho, qual bichinho você gostaria de ser?”. Então a gente queria saber: “Meg, se você fosse um bichinho, qual você gostaria de ser?”

o/ - Meg, como é que a Mia consegue escrever dentro do carro? Porque a gente já tentou fazer isso e não conseguiu, não!


o/ - Meg, uma dúvida que sempre passou pelas nossas cabeças e que a gente já passou horas e horas discutindo: A letra da Mia é feia ou bonita? (sério, a gente já discutiu muito isso! Muito útil essa pergunta, vai! Hahaha!)

Entre muitas outras...

Dentro do auditório, toca uma musiquinha instrumental, que se reflete no fone. No início, eu acho a música uma fofura, mas depois eu começo a ficar meio de saco cheio dela, porque a Meg não chegava nunca. Penso em puxar um corinho: “Ô Meg, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”, porque a tensão ali era digna da emoção pré-show, mas claro que não grito isso. Ia ser muito mico. Hahaha!

Mas eu gritei, sim, e da mesma maneira que eu grito quando vou a um show quando a Meg chegou. Eu não foi só eu não. A platéia toda estava muito animada e a Meg, já incorporando a sua personalidade popstar (sério. Ela tava adorando aquilo tudo), acenava feliz da vida pra todo mundo lá do palco.

Quando a moderadora finalmente passa a palavra para a Meg, ela gasta todo o seu vasto vocabulário de português arriscando uns:
“ Tutto bene?” (Meg, isso é italiano de Terra Nostra, não é português, não!),
“Obrigada” (eu gritei “De nada” pra essa! Hahaha),
“Onde fica o banheiro?” (Ela adorou essa frase. Tudo era motivo pra ela ficar perguntando onde ficava o banheiro. Muito boba, cara!),
“Um tempo, por favor”,
“Vocês são muito bonita” (nessa daí todo mundo gritou de volta: “You tooo!”).
É desnecessário dizer que as meninas estavam todas em polvorosa nessa hora e assim ficaram até o final.

Aliás, eu ia ficar até semana que vem aqui só tentando descrever a palestra toda, e a reação do público e não ia ficar tão legal. É impressionante o dom que essa mulher tem de se comunicar. A entonação e as caras e bocas que ela faz são impagáveis! Quem quiser ver, tem a palestra no YouTube na íntegra (não fui eu que coloquei). Gente, eu tô aqui assistindo aos meus vídeos palestra de novo e tô impressionada com o que eu fiquei falando durante o evento. È uma bobeira maior que a outra. Ainda bem que a Meg não ouvia lá da frente. Hahaha!

Mas então, por isso, vou dar ênfase só aos momentos mais legais, tipo:
- Quando ela mostrou a foto da família e falou que o pai dela parecia “Da Máfia”. O pior é que parecia mesmo. Hehe!

- Quando ela mostrava os slides com as capas dos livros no Brasil e depois ainda mostrou uma foto do site da Record e do blog dela e do e ainda falou que todo mundo ia estar no blog no dia seguinte (e ela cumpriu a promessa mesmo!). Sério, a gente se sente tão no mapa com essas coisas. Eram uns dos momentos que as meninas mais se manifestavam: “uhuuuuuu”.


-Teve uma hora que a moderadora ofereceu um laser pra ela apontar na projeção, aí a Meg falou assim: “Ah, não. Eu não confio nesse negócio”. Hahaha!


-A historinha da Anne perguntando se ela tinha feito um bom trabalho na premiere do DP e chorando e o marido da Meg emprestando um lencinho... Diz ela que nunca mais lavou o tal do lenço. Hahaha!


- Na palestra da Esther, ela ainda falou da última foto em que ela está deitada escrevendo: “Vocês estão vendo essa foto aí, em que eu estou deitada na cama escrevendo? Pois então, ela é a maior mentira. Não é assim, toda bonitinha, que eu escrevo. Quando eu tô escrevendo, eu fico de pijama na cama e tem um monte de comida espalhada pelo quarto... É nojento!”.


Depois, abriram a sessão de perguntas:
-Pergunta: “Meg, por que os filmes da Disney ficaram tão diferentes dos livros?”
Meg primeiro responde que foi por causa do Garry e das netinhas dele e tal (isso tem nos extras do DVD) e depois acrescenta a clássica conversa com a produtora sobre matar o personagem do pai, que ela sempre conta. Outro dia eu sofri tentando explicar pra minha mãe que o pai no livro era vivo. Muito vivo! Aí tive que apelar pra história que a Meg contou:

Produtora: Oi, Meg. Então, a gente estava querendo fazer umas modificações no filme, e a gente vai ter que matar o pai.

Meg: Matar o pai? Mas o que ele fez?
Produtora: É que a gente tava querendo contratar uma atriz pra fazer o papel da avó, e pra ela ficar com mais falas, a gente ia ter que matar o pai...
Meg: Que atriz?
Produtora: A Julie Andrews.
Meg: Mata o pai.

-Pergunta: “Meg, eu queria saber como é que você cria esses caras tão perfeitos dos livros? Em que eles são baseados, no seu marido?”

Meg: Ah, não, eles são baseados em um monte de garotos que eu conheci e tal. E vocês têm que se lembrar que os garotos sempre têm defeitos. Até nos livros. Eles parecem perfeitos, mas sempre tem alguns defeitos, eles são todos meio irritantes... Tipo o Jesse, e o Michael, que às vezes é meio irritante também... Então, quando vocês forem namorar, lembrem-se que os meninos não são perfeitos... Exatamente como nós. Quer dizer, eu sou, mas... (pausa para risadinha) Mas então, vocês têm que encontrar o garoto que é mais perfeito pra vocês. Por exemplo, o meu marido. Ele tem um defeito terrível. Ele cozinha pra mim o tempo todo! Mas eu não reclamo, porque esse é um defeito que eu gosto... Então, quando vocês forem escolher um garoto, escolham aqueles que têm os defeitos perfeitos pra vocês.

- Pergunta: “Meg, eu queria saber o que você faz quando está com falta de criatividade?”
(eu achei essa a melhor pergunta. E também a que teve a melhor resposta, porque acho que foi uma coisa que ela não esperava responder. Então, ficou muito autêntica, sabe?)
Meg: Ah, isso é terrível! Ninguém sabe a resposta. Eu não sei... Eu como... (risos) Aí eu pergunto pro meu marido e pros meus amigos o que fazer e eles respondem: “Ah, não sei... Come mais...”. Aí eu pergunto pra JK Rowling o que ela faz quando isso acontece com ela e ela responde: “Eu não sei. Isso nunca acontece comigo...” Hahaha! Boba demais!

- E por fim, Meg terminou a palestra com uma lição para levarmos para nossas vidas:
Meg: Vocês se lembram daquela personagem, Lana Weinberger? Então, ela foi baseada numa pessoa real: Lana. Eu esqueci de mudar o nome dela, porque eu achei que ela não ia ler o livro e que isso não era importante. ... Só que depois que saiu o filme, eu recebi uma carta da Lana. E ela dizia: “Querida Meg, eu vi o filme do seu livro, O Diário da Princesa”, Aí eu pensei: “Ai meu Deus, aquela safada da Lana vai me processar!”. Então, eu continuei a ler a carta: “Querida Meg, eu não sabia...”. Aí eu pensei que ela ia complementar: “Eu não sabia que eu tinha sido tão má com você na escola. Me desculpa mesmo”. Mas não. Não dizia isso. Dizia assim: “Eu não sabia... que você era... uma princesa!” (muitas risadas) Então, eu queria dizer uma coisa pra vocês meninas do Brasil. Se tiver uma menina que for muito má com você na escola, ou no trabalho... Talvez ela não seja má. Talvez ela seja só idiota!”

Fim da palestra. Meg sai absolutamente ovacionada porque ela simplesmente faz jus a todo o status de popstar que ganhou. Ela merece! Ela merece! Agora era só esperar a grande fila que se formava para sair do auditório e entregar os fones de volta.

Enquanto a gente aguarda a saída, toca aquela mesma musiquinha instrumental que eu tinha achado fofa no início. Agora ela estava realmente me deprimindo porque ela me lembrava que depois de todos os preparativos e excitação e correria, aquilo tudo tinha acabado. E tinha sido tão perfeito, sabe? Juro pra você que enquanto eu estava sentada esperando a minha hora de sair, até caiu uma pequena lágrima dos meus olhos. Não sei se era tristeza pelo fim daquele sonho, ou felicidade porque ele tinha se concretizado tão magicamente. Talvez fosse um misto dos dois. Ou, talvez, não sei bem, fosse a tal da auto-realização se manifestando...

Agradecimentos especiais

Primeiramente a Deus, por ter orquestrado todo o universo para que tudo acontecesse extremamente perfeito do jeito que foi.

Ao meu pai. Nosso motorista, fotógrafo e cinegrafista oficial em todos os eventos das nossas vidas.

A minha mãe, que atendeu ao telefonema da editora e não pôs tudo a perder.

Às minhas amigas e irmã, por compartilharem dessa loucura e entrarem no espírito da coisa, gastando horas de trabalhos manuais e dando gritinhos histéricos nas horas mais especiais. Sem vocês, não teria metade da graça.

Ao pessoal da Record, que não só realizou meu sonho de trazer a Meg a Bienal, como também a levou a várias cidades para que muito mais sonhos se tornassem realidade, e foram todos uns amores, não só comigo, mas também com todos os fãs que compareceram aos eventos.

Às operadoras de celular, que não nos deixaram na mão quando nós mais precisamos delas.

E especialmente... a Benjamin Egnatz, que ficou nos EUA cuidando da Henrietta (a gata) enquanto a Meg curtia o Brasil, apesar de que eu queria muito ver a cara dele (Você escapou dessa vez, Ben, mas um dia a gente ainda tira uma foto sua! Hahaha!).

E claro, eu não poderia deixar de agradecer a ela, a diva de uma geração, aquela que fez multidões gritarem o seu nome e parou a Bienal quando passou. Um beijo especialmente para você...Xuxa! ... Valeu por tentar atrapalhar a chegada da Meg no dia 11, viu! ¬¬

Sério agora. Um “Obrrigada” especial a Meg Cabot, que curtiu muito o nosso país e tratou todos os fãs com a simpatia que lhe é característica, falando até um pouco português e puxando assunto com todo mundo, recebendo os presentes (e mostrando pra galera!) mesmo até cansada e com fome. Se eu já gostava dela, agora então, nem se fala. Ela tem que voltar logo agora, porque a gente já está com saudades. Meg, you have to come back! You have to come back, Meg! [Jack de Lost mode on] hehe

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