domingo, 26 de abril de 2009

Semaninha de cão - parte final

Sexta-feira, 17 de abril de 2009.

Sexta foi bem mais tranqüilo. Acordei às 5:45 de novo, quase esqueci o celular em casa de novo, mas peguei o 266 no ponto da esquina do prédio da vovó. Fui sentadinha. Fiquei de olho no caminho, como a mulher do meu tio mandou. Dessa vez eu tinha que soltar perto do Hospital Pedro Ernesto. Quando o bus entrou na Teodoro da Silva, olhei para cima. Percebi que não tinha a cordinha da sineta do lado onde eu estava sentada. Só do outro. Ainda bem que eu observei isso bem antes de descer. Quando a Uerj entrou no meu campo de visão, toquei a sineta do outro lado e soltei. Atravessei o canal normalmente, e cheguei à faculdade sem problemas. A menina que tinha me levado no ponto no dia anterior me disse que por sorte eu não peguei o 267 errado. Diz que tem um que vem escrito VIA SERRA e esse já não ia me deixar nem perto de onde eu queria chegar. Mas ela disse que ficou olhando o caminho do bus e percebeu que eu tinha pegado o ônibus certo.

Para variar o professor ainda não estava lá. Quer dizer, a gente achou que não estava. Sem querer, descobrimos que ele estava lá há um tempão já, só que numa sala diferente da que apontava o horário. Ele tinha cara de mau. Parecia aquele inspetor que tem um gato do Harry Potter, só que mais limpinho. Mas depois mostrou que era legal. Como sempre, a primeira aula foi só conversa-fiada. Ele comentou como seriam os métodos de avaliação, essas coisas. Depois ele fez todo mundo se apresentar e até que foi divertido.

Acabando a aula, dei uma passada no Maracanãzinho para tentar pegar ingressos para as finais da Superliga de vôlei, como meu pai havia me pedido. Quando cheguei lá, estava a maior fila e os ingressos já tinham acabado todos. Dei meia volta, peguei o 266 para casa de vovó. Cheguei na boa também. Ah, na quinta eles tinham anunciado que a greve tinha chegado ao fim! Uhuuu! Mas fui almoçar na casa de vovó, porque quase nunca eu vou lá, e sabe como é avó, né? Mima muito a gente! E eu, mais do que ninguém, merecia um mimo naquela semana. Voltaria para casa depois do almoço.

Almocei ao 12h e fui tirar a sesta. Só que eu só fui acordar de novo eram quase 17h. Dormi tudo que não tinha dormido no resto da semana. Foi bom demais. Acordei revigorada. Só que aí, depois do lanche, eu fiquei fazendo hora até passar o horário do rush. Nesse meio tempo foi a minha vez de uma de psicóloga e eu e Felipe ficamos discutindo as vantagens e desvantagens da mentira. Quando deu umas 19h30, fui embora. O Nova Iguaçu passou rapidinho, o que é bem raro de acontecer. Pensei que finalmente o universo estava começando a conspirar a meu favor. Fui em pé no ônibus, mas nem liguei. A greve dos trens tinha acabado, os ônibus estavam passando rápido, parando nos pontos certos... Parando dos pontos certos? Eu disse isso mesmo? Esquece. Quando chegou ali na rua das Sendas, levantei para tocar a sineta. Ela já estava acesa. Beleza, o ônibus já ia parar e eu ia chegar logo em casa. Só que ele não parou no ponto das Sendas. Ah, não de novo não!!! As pessoas do bus começaram a gritar: “Ô seu psicopata, não vai parar o ônibus, não?”. Ele parou o ônibus umas duas quadras a frente do que teria que ter me deixado. Affee! Só faltava essa para coroar a semana mesmo! Não tive outra alternativa, senão andar até minha casa. Dos males o menor, pelo menos agora eu estava em território conhecido e sabia o caminho na palma da mão. Graças a Deus a outra semana que viria seria toda de folga e eu não ia precisar utilizar de nenhum transporte público.

Segunda-feira e terça-feira, 20 e 21 de abril de 2009.

Quando eu achei que aquele pessoal da central de estágios já tinha se esquecido de mim, eles ligaram de novo um pouco antes do almoço.

Pela primeira vez eu pude antender o telefone sem problemas. Finalmente me disseram onde fica a empresa, me deram o endereço, tudo direitinho. Marcaram uma dinâmica de grupo para quarta-feira, 8:30 da manhã na empresa que fica no Jacaré. Olhei no Google. A empresa fica do lado da favela do Jacarezinho. Quando desci minha mãe mais uma vez ela MANDOU EU FAZER A ESCOVA! Cristo Jesus, será que essa mulher não percebe que primeiro eu tenho que saber COMO chegar nesse negócio antes de sair por aí arrumando o cabelo???? Eu sei que eu tenho que fazer a droga da escova, mas ela me ajudaria mais se me dissesse qual ônibus que pego!!! E eu com a sorte que eu estava, ainda era capaz de eu pegar o ônibus certo e ele me deixar na boca-de-fumo!!!

Me estressei de novo, pra variar. Subi e tentei me acalmar. Depois chamaram para almoçar. Quando desci, a TV estava anunciando alguma notícia da favela do Jacarezinho. Não deu pra ouvir a notícia toda. A única coisa que eu consegui captar foi: "Agora estamos aqui na Rua Dom Helder Camara, principal via de acesso a favela do Jacarezinho, e tudo está funcionando normalmente". Para bom entendedor meia palavra basta. Deduzi que devia ter ocorrido algum problema por lá. Perguntei pra minha mãe o que estava acontecendo. Ela me deu tratamento de silêncio. Affe! Na hora que é para ajudar, ela não ajuda! Enfim... Almocei, subi e procurei no Google News se tinha alguma notícia do que tinha acontecido no Jacarezinho. Em outras circunstâncias, eu não ia nem ligar pra notícia, mas hoje ela era importante. Olha só o nível da notícia:

Três suspeitos morrem em ação da PM em busca de assassinos de grávida
Enfermeira de 32 anos foi assassinada durante assalto no Jacarezinho.
Ela estava na 28ª semana de gravidez; sua filha nasceu e está na UTI.
http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1091502-5606,00-
TRES+SUSPEITOS+MORREM+EM+ACAO+DA+PM+EM+BUSCA+DE+
ASSASSINOS+DE+GRAVIDA.html

Comecei a rir. Sem brincadeira. Eu tive que rir. Minha irmã ficou achando que eu estava ficando maluca. Mas eu não tinha como ter outra reação. Eu prestes a me enfiar num lugar em que acabaram de MATAR 3 homens e houve TIROTEIO, porque estavam atrás dos bandidos que MATARAM UMA MULHER GRÁVIDA e minha mãe lá preocupada com a aparência do meu cabelo! É rir pra não chorar, sinceramente. Minha vida correndo perigo e ela lá querendo marcar hora no salão! Vê se eu posso com isso???

Por incrível que pareça, fiquei mais calma depois de saber exatamente a localização da empresa. Porque antes eu tinha dúvidas se ela ficava num lugar perigoso. Agora eu tinha certeza de que ficava sim!

Quando meu pai chegou, contei para ele que tinham ligado, onde ficava, mostrei a ele o local no Google Maps e que eu não sabia mais se ia e que estava tendo tiroteio lá esses dias. Ele achou que eu estava exagerando, que isso era conversa da imprensa, mas falou que ia comigo no dia. Falou também que ia ser legal eu ir para ganhar experiência com essas dinâmicas de grupo, mesmo que eu não fosse trabalhar lá.

No dia seguinte, do trabalho, ele ligou dizendo que tinha olhado no Google Maps e que o lugar ficava rodeado de favelas (eu já tinha falado isso para ele!) e que a gente ia lá só para ganhar experiência mesmo. Enquanto a gente falava ao telefone, a televisão mostrava o tráfico de crack ali perto da favela do Jacarezinho também. Era brabeira, eu tinha dito!

À noite, ele chegou em casa horrorizado com a má localização da empresa do meu futuro-possível-estágio. Foi nessa hora que a ficha da minha mãe finalmente caiu e ela chegou a conclusão que a gente já tinha tirado há muito tempo: sem chances de eu ir trabalhar lá!

Quarta-feira, 22 de abril de 2009.

Acordei às 5:30 tendo ido dormir 0:30, depois do Aprendiz. Pegamos 2 ônibus: um Cascadura e depois o 284. Quando chegou ali perto de onde estava mostrando a cracolândia em todas as notícias, eu e meu pai descemos. Sem brincadeira, a gente soltou uns 50 metros depois de onde o prefeito esteve no dia anterior e tinha uma plaquinha escrito CRACOLÂNDIA, com um X vermelho em cima. Perguntamos a um mecânico onde ficava a rua Viúva Cláudio (olha só isso: até o nome da rua lembrava morte!). E era uma logo em frente.

Enveredamos pela rua. Avistamos a maior favela. Tinha uma rua que descia e estava inundada. Era por onde os carros tentavam passar. Felizmente também tinha uma pontezinha doida em cima da inundação. Atravessamos a pontezinha. Mais à frente, havia um caminhão de lixo que pegava a sujeira com uma grua e soltava dentro do caminhão. O caminhão trancava toda a passagem. O jeito era passar por debaixo da grua. Pensei: “Pronto, era só o que me faltava. Vou chegar na parada cheirando a lixo!”. Passamos rapidamente e por sorte não caiu nada em cima de nós. Depois foi só andar um pouquinho e avistamos a tal empresa Farmoquímica.

Nessa altura, o lugar parecia mais civilizado. Perguntamo-nos porque uma empresa escolheria situar-se ali. Mas chegamos cedo demais, uma hora adiantados. Resolvemos dar uma volta, compramos o jornal e fizemos hora até dar 8:00 e a gente voltar para a empresa. Nos identificamos na entrada e encontrei um cara da Uerj, do 5º período chegando também. Enquanto aguardava que chamassem-nos na recepção, toda hora passava alguém e dava bom-dia e todo mundo dava bom-dia de volta. Já estava ficando de saco cheio de dar bom-dia toda hora. Mas estava supercalma. Os outros candidatos estavam conversando entre si ou em silêncio, e eu lá lendo o meu jornal.

Mais um tempo e finalmente a Ana Paula chamou a gente. Ela levou-nos até a sala onde iam fazer a dinâmica e depois começou a falar da empresa. Que era muito boa, que valorizava o ser humano, blábláblá. Aquela conversa de sempre. Falou também que ela já trabalhava lá há dois anos e que nada nunca tinha acontecido com ela, que era só tomar cuidado, blábláblá. Mais conversa. Ela era muito simpática e fez todo mundo ficar bem à vontade.

A primeira atividade foi completar uma história que ela começava de acordo com as palavras escritas num papelzinho que ela tinha entregado a cada um e que a gente só podia ver na hora. Meu papelzinho era MEDO e eu terminei a história. Foi bem legal para quebrar o gelo.

Depois ela pediu para cada um fazer um cartaz com recortes de revista que ajudassem a contar a sua própria história, porque tinham escolhido o curso, o que tinham a oferecer de melhor para a empresa e tal. Depois a gente ia ter que apresentar o cartaz e falar sobre si mesmo. Foi muito bom ela ter pedido para fazer o cartaz antes porque deu tempo de planejar o que a gente ia falar e não ficar perdido na hora procurando as palavras.

Conforme as pessoas iam se apresentando, ia percebia que era a mais nova e a menos experiente. Mas isso não me deixou nervosa. Quando chegou a minha vez, eu falei na boa, ressaltei minhas qualidades, fui sincera, contei minha história, enfim, gostei da minha apresentação. Não ficou devendo para ninguém ali. Se a mulher não gostou, azar o dela! Eu percebi que as pessoas que ela ficava mais interessada, perguntava para mudar o horário da faculdade par noite. Para mim, ela não perguntou. Há, ela pensou que só ela estava “lendo” as pessoas, eu também sou muito observadora, tá! Mas foi bom também quando ela começou a pedir às outras pessoas para mudar o turno da faculdade e não pediu para mim depois porque me deixou ainda mais relaxada. Era uma coisa fora de cogitação. Imagina só ir para Cracolândia de dia e sair sabe-se lá que horas da Uerj à noite? No way! Se antes eu já não estava muito a fim de ir pra lá, agora é que eu não ia mesmo!

A última atividade era em trio. Ela deu um papel com uma situação hipotética de um balanço errado a uma hora de entregá-lo e a tarefa era elaborar estratégias para contornar a situação. Me senti no Aprendiz. Meu grupo era composto por mim e mais dois caras altos e mais velhos. O que ficou no meio já saiu pegando o papel e rabiscando um tracinho. O outro tentou analisar a coisa com mais calma, como eu. Um pouco depois, quando a gente já tinha resolvido quase tudo, o apressadinho do meio pensou que a gente não estava entendendo a proposta e rabiscou uma empresa com uma hierarquia com 3 quadrinhos. Reparei que ele colocou a si mesmo no ponto mais alto, o outro cara no quadrinho do meio e eu no último. Que metido! Enfim...

Apresentamos a nossa proposta. O apressadinho quase que contradiz tudo no meio da apresentação, quando a mulher questiona nossa postura. Eu tento salvar com a minha idéia que todo mundo já tinha esquecido. A mulher diz que o trabalho estava muito bom. Mas isso não quer dizer muita coisa, porque ela falou isso pro outro grupo também.
Depois, a mulher avisou que ainda haveria uma prova de conhecimentos gerais num outro dia e que depois, de acordo com os resultados, ia chamar para entrevista com o gestor.

A última coisa que ela pediu para fazer foi uma avaliação sobre a dinâmica. Todo mundo disse que foi legal, que foi uma experiência boa, que deu para todo mundo se soltar bem e tal. O que de fato era verdade. Têm umas dinâmicas muito loucas por aí que mandam as pessoas correrem, imitarem macaco, resolverem uns problemas da lógica obscura... Essa foi bem prática e objetiva. Deu pra levar na boa, sem neura.

E como deu para perceber, consegui o mais importante de tudo: saí viva de lá!

Resumo da Ópera – Lições aprendidas durante a semana

- A cada dia que passa eu admiro mais o trabalhador brasileiro. Acordar cedo, pegar engarragamento, chegar atrasado e depois levar bronca do chefe não é para qualquer um. E na hora de voltar para casa é outra luta. Mais engarrafamento, as pessoas com fome, o motorista larga as pessoas no ponto errado... Ou então pega o trem lotado, aquela coisa apertada, leva porrada dos assistentes ferroviários... Acho que, sinceramente, o povo precisa de um pouco mais de respeito.
- Depender do transporte público é horrível! Eles ficam dizendo para a gente não usar carro, porque polui e causa engarrafamento, mas querer chegar ao trabalho de ônibus é suicídio.
- As autoridade precisam URGENTEMENTE dar um jeito no trânsito do Rio. Esse mês de abril foi caótico. Teve quebra-quebra de barcas, várias greves de ônibus, greve de trem... E mesmo quando está tudo funcionando normalmente, os engarrafamentos são de matar! Assim não tá dando mais para levar! A cidade vai parar, sr. Sérgio Cabral. Enquanto isso, ele está lá viajando e dançando funk! Muito engraçado, seu Sérgio! Muito engraçado!
- Não conte para sua mãe que você tem uma possível-talvez-quem-sabe-entrevista enigmática. Só para o seu pai. rs
- Os amigos são o maior tesouro que temos na vida. É ótimo ter alguém para conversar quando se está prestes a surtar. Valorize DEMAIS seus amigos.
- Assista ao jornal. Nessas crises de transporte/segurança, eles são muito úteis.
- Observe se o ônibus que você está tem sineta.
- Toque-a com antecedência. E se o motorista não parar, grite!
- O transporte ferroviário/metroviário é a melhor coisa que existe! Mesmo que os agentes ferroviários batam nos passageiros, é muito mais rápido, não tem como você se perder, e se você soltar errado, é só pegar um trem de volta, sem ter que pagar mais por isso.
- Pegar ônibus desconhecidos é um saco!
- Avós fazem tudo o que a gente quer. Só toma cuidado para a avó não estragar você. rs Sério. Aproveite bastante a sua avó, se você ainda a tiver.

E finalmente, uma das frases da semana de uma revista Quem jogada na casa da minha avó. É tão boa que eu tive que anotar:
Aprendi que os problemas encontram você, você não precisa procurá-los. Pode ter certeza de que a vida vai achar um jeito de bagunçar - By Anne Hathaway ao falar dos momentos difíceis que viveu no ano passado por causa da prisão de seu ex-namorado por envolvimento com a Máfia
Sábia Anne... Essa sabe das coisas. rs

Canta e dança, minha gente, que a vida vai melhorar

Gente, pode ficar despreocupado. As coisas já estão melhorando. Estou recebendo sinais divinos disso. Quer dizer, eu gosto de pensar que quando toca uma música que eu gosto na rua, é um sinal de que as coisas vão ficar boas. E levando em consideração o meu gosto musical na maioria das vezes desconhecido da atual geração, as possibilidades de tocar uma música que eu goste mesmo quando eu estou pela rua são bem pequenas. Então, eu tendo a achar que escolheram a música pensando em mim. Rs

Na quinta-feira, quando eu fui ao supermercado, tocou Won’t Go Home Without You (Maroon 5) no rádio do mercado. Adoro Won’t Go Home... No show foi muito legal, com aqueles celulares ligados e tal. Sinal número 1.

Depois de ir ao mercado, eu finalmente me cadastrei numa outra locadora. Um sonho minha nova locadora. Vários filmes que eu queria ver há muito tempo. Sinal número 2. E quando eu voltei lá no mesmo dia para alugar meu primeiro filme (foram tantos desencontros que acabou que eu, que até poucos minutos antes não tinha locadora, aluguei o filme na quinta), estava passando o DVD do Acústico Sandy e Junior. A música: Abri Os Olhos. Também adoro. Aliás, esse DVD é todo muito bom. Adoro todo ele. Sinal número 4. Eu conseguir alugar o filme que ninguém tinha conseguido alugar foi o Sinal número 3.

Na mesma quinta, ligo o rádio: I’m Yours (essa nem conta muito porque está tocando em tudo quanto é lugar! Teve um dia que eu estava zapeando os canais de clipes na casa do meu avô no carnaval e ele estava tocando em TODOS ELES!). Mesmo assim, Sinal número 5.

Ontem eu fui ao BarraShopping e na Fnac estava passando um DVD com os clipes do Michael Jackson. Tocando músicas mais ou menos desconhecidas para a maioria, mas que eu sabia todas. E eu nem sou muito fã dele. Sinal número 6. O mais legal foi que eu tinha me afastado da tela por um tempo e quando eu passei de volta, estava tocando Thriller (aquele clipe em que os monstros fazem a coreografia mais antológica da história dos clipes). Aí eu fui dar uma olhada no clipe e vi que um MONTE de gente tinha parado para assistir! Sinal número 7. Por um segundo eu pensei que o pessoal ia começar a fazer a coreografia ali mesmo, igual no De repente 30. Infelizmente, não fizeram. Uma pena, ia ser muito legal se fizessem. Era capaz até de eu que não sei dançar me arriscar nuns passinhos. Rs.

Ah, e na quarta, depois da entrevista, eu dei uma passada no Centro. E acho que eu vi o Tiago Iorc na rua. Sinal número 8.*

O universo está conspirando a meu favor agora, eu estou sentindo.

*Quer dizer, esse era para ser o Sinal número 1, mas aí eu ia ter que mudar toda a numeração. Você entendeu, vai!

Extras

Eu sei que vocês não vão ouvir mesmo, mas fiz uma pequena trilha sonora para a quadrilogia que foi a Semaninha de cão.

1. Sempre Assim - Jota Quest
2. Onibusfobia - Jota Quest
3. When You Need Somebody - Sandy e Junior
4. No Creo en El Jamas - Juanes
5. Espacio Sideral - Jesse y Joy
6. Lost - Michael Bublé
7. Oh God - Jamie Cullum
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terça-feira, 21 de abril de 2009

Semaninha de cão - parte 3

Quinta-feira, 16 de abril de 2009.

Nessa horas, eu me lembro
Com saudades de você
Dos amigos que eu ainda não fiz
E de tudo que ainda há
Tô fazendo a minha história
E sei que posso contar
Com essa fé que ainda me faz
Otimista até demais

5:45 – 6:15 - Toca o despertador. Faço a rotina matinal para sair de casa. Minha avó resolve me levar num ponto mais longe para eu pegar o 260 que me deixaria na porta da Uerj. Ela fica com medo de me botar no 267 e eu não saber soltar, porque esse não me deixa na porta da faculdade. Quando vamos sair do apartamento, eu percebo que esqueci o celular e volto para pegar.

6:30 – Chegamos no ponto de ônibus. O dia está frio. Demora um pouquinho, mas ele logo passa. Dou sinal e o pego. O bus é daqueles micrões sem trocador e está muito cheio! Tão cheio que eu não consigo nem passar pela roleta.

6:30 – 7:30 - Passo a viagem toda, que demora à beça por sinal, ali na frente e não pára de entrar gente! POR QUE É QUE A POPULAÇÃO SÓ AUMENTA E O TAMANHO DOS ÔNIBUS DIMINUI???? POR QUE É QUE OS DONOS DAS EMPRESAS CONTINUAM DESEMPREGANDO OS TROCADORES E SOBRECARREGANDO OS MOTORISTAS??? SERÁ QUE ELES NÃO PERCEBEM QUE O TRÂNSITO JÁ ESTÁ BEM COMPLICADO E NÃO PRECISA QUE OS ÔNIBUS DEMOREM AINDA MAIS NO SEU CAMINHO??? Está abafado e me faz lembrar dos tempos de São José lotado. Mas nessa época era mais legal porque, pelo menos, eu sabia que não estava sozinha. Bate a maior depressão.

7:30 – Finalmente avisto a Uerj. Aproveito que o ônibus está parado no sinal e pago a minha passagem (só consegui pagar naquela hora), aperto a sineta e rodo a roleta (ainda tive que rodar a roleta!!!). Penso: “Ufa, cheguei!”. O ônibus arranca do sinal, mas não entra na rua que eu estava esperando que ele entrasse. Será que eu entendi a minha avó errado? Será que eu devia ter tocado a sineta mais cedo? Ele se encaminha para a rua paralela a linha do trem. Ok, ele vai me deixar em frente a outra entrada da Uerj. ELE PASSA PELA UERJ! Ai Cristo! Eu toquei a sineta certo. E o motorista ouviu, tenho certeza porque alguém no ônibus chegou até a brincar com o barulho dela. Tudo bem, daqui a pouco ele pára ali em frente ao Maracanã. ELE PASSA PELO MARACANÃ!!!! QUE SAFADO!!! Não é possível que eu vou ter que andar isso tudo! Ok, ali em frente ao Cefet eu sei que tem um ponto. Ele vai ter que parar ali. ELE PASSA PELO CEFET TAMBÉM! AAAAAHHHH!!! Ele continua andando! Será que ele não vai parar nunca?

7:40 - Solto no primeiro ponto que ônibus pára. DROGA! Por sorte, sei mais ou menos me localizar, ele só tinha seguido em linha reta, desde então. Tenho que atravessar para o outro lado da avenida para pegar um ônibus no sentido contrário, mesmo que não saiba qual ônibus ainda. DROGA, DROGA, DROGA, DROGA! Por que isso tudo está acontecendo comigo, hein? Definitivamente os meios de transporte decidiram me sacanear nessa semana. Avisto um negócio do Metrô do outro lado da avenida e perto uma passarela para ir para lá (descubro que o sinal que eu estava procurando para evitar essas passarelas geralmente perigosas não existe). Ufa, tem metrô! É melhor que ônibus numa hora dessas. Chego perto da passarela e vejo que tem um outro negócio de Metrô, só que escrito Praça Onze e do lado da avenida que eu estou. Já ia passar para o outro lado, mas achei melhor perguntar para um cara que estava passando onde era a verdadeira estação. È a do lado onde eu estou mesmo. Melhor ainda! Compro a passagem e entro na estação. Quase me confundo com as plataformas, mas me corrijo antes e pego o metrô certo. Faço baldeação e logo solto na estação Maracanã. Para não me perder de novo, sigo uma menina que está com uns livros na mão. Ela deve estudar na Uerj. Graças a Deus, ela estudava mesmo.

8:00 – Chego na Uerj alucinada. O SAFADO DO PROFESSOR NÃO ESTAVA LÁ AINDA!!! Fico com muita raiva. Não estou me agüentando mais. Tanto trabalho pro cara nem estar lá??? Preciso de alguém para conversar. Mando uma mensagem azucrinando o Felipe na aula dele. Faço ele pensar que estou prestes a me matar. Ele fica desesperado, coitadinho. Queria invadir a aula, mas não tenho a cara de pau necessária. Acalmo ele e digo que estou exagerando. Fico conversando com um pessoal da minha turma.

8:30 – 9:00 - Percebemos que o resto da turma sumiu e deduzimos que o professor chegou. Mas que abusado!!! Assim que entramos para a sala, Felipe me liga dizendo que foi liberado. Há! O homem enrola meia hora para dizer que só vai dar 3 aulas no semestre e que o debate nessas aulas valerão metade da nota. A outra metade será uma prova em dupla para fazer EM CASA! Oba! Todo mundo dizia que a aula dele era chata e inútil mesmo. Pelo menos vai ser fácil de passar e pouco trabalhosa a matéria. Quando ele libera, o Felipe já entrou em sala. Os professores dele são bem mais pontuais que os meus.

9:00 – 10:20 – Fico à toa no laboratório. Entro na Internet. Minha avó liga. Eu explico para ela o que aconteceu. Ela fica embasbacada e diz que já soltou várias vezes naquele ponto para ir à casa de uma amiga. Aproveito para olhar o itinerário do ônibus que eu tinha pegado e o que eu ainda ia pegar. Pelo que parece, o itinerário aponta que ele deveria me deixar onde eu achei que ele iria me deixar mesmo e se nada desse errado, o ônibus que ia pegar também ia me deixar em frente ao prédio da vovó. Passo pelos sites de sempre. O blog da Meg está atualizado. Oba! Ela manda um recadinho pros fãs do Brasil do tipo: “Gente, pára de me mandar e-mail perguntando por onde eu vou passar no Brasil. Eu ainda não sei!”. Adoro quando ela fala do Brasil do blog. Me sinto no mapa! Isso faz o meu dia mais feliz. Meg, obrigada por existir!

10:20 – 10:40 – Espera inútil pela professora louca de Direito. Consigo finalmente encontrar com o Felipe. Conheço o amigo nerd do relógio binário, mas não dá para ver o relógio dele. Penso em invadir a aula de algoritmo, mas fico com vergonha. Volto para o meu andar. A profa ainda não chegou. Depois de 40 minutos, todos decidimos ir embora. Chego à conclusão de que deveria ter ficado em casa. Ou ter assistido a aula de algoritmo.

10:50 - Uma amiga me leva ao ponto do 267. Graças a Deus por ela existir também. Ia ficar esperando ele no ponto do 254 e não ia conseguir nunca. No fim, foi bom não ter ficado para a aula de algoritmo. Ela me confirma que o 260, que tinha me sacaneado mais cedo, passa ali na porta da Uerj sim e reforça a teoria conspiratória dos meios de transporte contra a minha pessoa. E de fato a gente até vê um passando no caminho para o outro ponto. Ela também me avisa que o 267 dá a maior volta.

12:15 – De fato, o 267 dá muita volta, mas chego na casa de vovó tranqüilamente. Meu tio me diz que o ônibus que eu peguei para ir era um do tipo Expresso, por isso não fez o caminho convencional. Há, agora que eles vêm me avisar!

18:30 – Vou visitar minha priminha, Manuela. Superfofa ela! Tem só 3 anos e já está aprendendo as letrinhas! No início ela fica com medo de mim, porque tem um ano que a gente não se vê, mas depois a gente até pintou um desenho do coelhinho da páscoa juntas.

21:30 - Minha mãe liga. Peço para falar com a minha irmã e ficamos conversando um tempão, estou morrendo de saudades já. Conto para ela que a Blair de Gossip Girl falou do Boathouse e apareceu "restaurante" na legenda. Faz sentido. Só minha irmã para entender esse tipo de comentário mesmo (por enquanto, pelo menos). rs Um dia ainda vou lá no Boathouse. (sonhooo!)

23:00 – Episódio inédito de House. Deito na cama ruim para assistir. Durmo no meio do episódio. Acordo no final e deito na outra cama. ZZZ
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Semaninha de cão - parte 2

Quarta-feira, 15 de abril de 2009.

8:45 – 9:45 - Acordo, tomo café e me arrumo para ir ao Cefet. Já que estou com a manhã livre, decido aproveitá-la para renovar a carteirinha. Reclamo com a minha mãe que o cara do estágio me fez de palhaça no dia anterior e que estou ficando de saco cheio dele. Não sei nem onde fica a droga da empresa e ele fica querendo marcar entrevista, diz que vai ligar e não liga, está definitivamente acabando com a minha paciência. Ela fica dizendo que eu é que sou muito chata e que eu tenho que fazer uma escova no cabelo quando o cara marcar a entrevista e sobre a roupa e o sapato que eu tenho que usar. Eu concordo, tem que ir bem arrumada mesmo, né! Logo depois, saio de casa.

10:05 – Entro no ônibus. Logo depois o celular toca. Era a minha mãe gritando: “Elisa, o cara do estágio ligou...” Só dá tempo dela falar isso. A bateria do celular cai. Só vou poder resolver isso quando eu voltar para casa. Ótimo! Não estou com cabeça para fazer nada mesmo.

10:40 – Chego ao Cefet. Falo com o cara da secretaria. Ele diz que não estão renovando a carteirinha ainda porque estão cortando os papeizinhos! Bom, perdi minha viagem. Subo para esperar a Esther sair da prova dela. Aproveito e copio umas coisas do mural de estágios. Leio uma revista para passar o tempo.

11:50 – Esther finalmente acaba a prova. Fica feliz em me ver e a gente vai embora do colégio.

12:20 – Dentro do outro ônibus o celular da Esther começa a tocar pela 3ª vez. Era minha mãe. Na 1ª ela estava em prova. E na 2ª, subindo no ônibus. Tinha tentado ligar para casa do celular dela, mas estava sem crédito. Esther atende ao celular. Minha mãe grita com ela: “ESTHER, FALA PARA A ELISA VOLTAR PARA CASA CORRENDO, PORQUE O CARA DO ESTÁGIO LIGOU, E ELA TEM QUE FAZER ESCOVA!!!....”. Ela passa o celular para mim e minha mãe grita a mesma coisa e acrescenta que o cara queria marcar uma entrevista para aquele dia mesmo, ou o dia seguinte. Digo que estou indo para casa, para ela ficar calma e parar de gritar, porque ela não está me deixando calma desse jeito.

12:50 – Chegamos em casa. Percebo que vou ouvir minha mãe gritar aquela baboseira de novo e já aviso que não quero que ela fale nada comigo. Claro que não adianta e ela continua gritando. Me estresso absurdamente com ela. Tento almoçar, mas ela continua no meu ouvido dizendo para eu ligar para o cara e para fazer a escova. Subo e tranco a porta para não ter que continuar discutindo.

13:30 – Ligo para o meu pai. Ele não atende, mas logo liga de volta. Eu atendo. Minha mãe também e ouve tudo que eu falo. Ele diz para eu ligar para o cara. Quando desço para ir ao banheiro, ela está revoltada, achando que eu sou uma ingrata. Subo e tranco a porta de novo. Eu ia até ligar pro homem, mas agora já não estava em condições de novo.

14:00 - Ela vem atrás de mim com uma chave, abre a porta e continua no meu ouvido. A essa altura eu já estou chorando. Não sei que droga de empresa é essa, onde é que fica, como fazer para chegar se todos os meios de transporte resolveram entrar em greve na quinta-feira, se eu quero ir mesmo, e tudo o que ela continua repetindo é que eu tenho que ligar pro cara e sobre o meu cabelo. MAS QUE DROGA! Por que esse homem não disse logo que raio de empresa era essa? Por que ele não liga quando diz que vai ligar? Por que ele só liga quando eu não posso atender? Por que os meios de transporte resolveram todos se viram contra mim? Peço encarecidamente para ela ir embora. Ela resiste. Peço encarecidamente para minha irmã fazê-la ir embora. Finalmente, ela vai.

14:30 – 16:00 - Entro no MSN e alugo o ouvido do Felipe. Não está ando mais para agüentar. Ele se assusta, mas diz para eu me acalmar. Eu pergunto para ele como foi quando ele foi fazer a entrevista pro estágio dele. Ele me responde uma coisa inesperada e eu começo a rir. Passamos a tarde toda conversando.

16:00 – Ligo para a central de estágio. Ocupado. Ô negocinho enrolado!

16:15 – Meu pai liga para mim, dizendo para eu ligar para lá de novo.

16:30 – Ligo para a central de estágio de novo. Atende um cara perdidaço, com voz diferente do homem que vinha me ligando. Segue a conversa:

Eu: Boa Tarde! Vocês ligaram para cá hoje de manhã, oferecendo um estágio, e eu fiquei de ligar de volta... Eu sou a Elisa...
Homem: É... Essa ligação existiu...

Eu penso: “Mas é claro que essa ligação existiu! Disso eu sei! Por que você não me dá uma informação útil??”. Ao invés de colocar isso para fora, tento dar uma mãozinha ao cara.

Eu: Mas então... Vocês ficaram de marcar uma entrevista comigo...

Homem: (...) Você tem como fazer um favor para mim? Tem como ligar para cá depois das 17h?

Eu: Tá legal.

Desligo o telefone.

Não é possível! Eles só podem estar de brincadeira com a minha cara.

17:00 – Minha avó vem aqui em casa para trazer os presentes de páscoa. Minha mãe sobe de novo. Dessa vez gritando que eu tenho que arrumar minhas coisas e me mandar para a casa da minha avó porque lá tem ônibus que passa na Uerj e... tem a minha tia que sabe fazer escova no cabelo! AAHHHHHH!!!! Expulso ela de novo do cômodo. Cristo Jesus, o que eu fiz para merecer??? Peço socorro ao Felipe no MSN. Dessa vez ele ri da minha cara. Mas é óbvio, a situação já estava beirando o ridículo! Eu sou obrigada a rir da minha própria desgraça.

17:15 – Ligo para a central de estágios. Ocupado. Desço para ver a minha avó. Ganho uma camisa e uma caixa de bombons. Minha mãe continua com a idéia fixa de me expulsar de casa. Minha avó diz que para deixar eu decidir.

17:30 – Ligo para o meu pai. Pergunto a ele o que eu devo fazer. Está todo mundo louco aqui em casa. Preciso da opinião de alguém com a cabeça no lugar. Ele diz para eu ir. Desço e aviso que vou me mudar temporariamente. Minha mãe começa a surtar DE NOVO e fica falando para eu levar roupa para a entrevista e fazer a escova quando chegar lá. MEU DEUS! Não tinha nem entrevista nenhuma marcada e ela falando essas coisas! Mesmo que marcassem alguma coisa comigo, eu não ia deixar marcarem para aquela semana louca. Tento fazer ela entender que não vai ter entrevista nenhuma. Gritando, claro. Minha paciência já tinha ido embora há muito tempo. Ela continua insistindo em sua idéia insana. Minha avó a convence de que não tem necessidade de eu levar roupa especial nenhuma. GRAÇAS A DEUS! Vou tomar banho e depois arrumo a mochila.

18:30 – Me mando de casa. Por sorte logo passa o Pça. Seca e estava vazio. Sentamos. Minha avó me cutuca. Uma mulher no outro banco parece estar falando sozinha e com gestos também. Era só o que me faltava! Uma maluca no ônibus! Mais à frente, percebemos que não era uma maluca. Tinha uma pessoa do lado dela e elas estavam se comunicando por linguagem de sinais.

19:30 – Chegamos em casa. Toca o telefone. Era a minha mãe. Não dá para acreditar. Quando eu penso que vou ter um pouco de paz! Dessa vez ela só quer que eu leia uma passagem da Bíblia. Ufa!

20:00 – 23:00 – Janto e vejo TV. Passa um episódio de House que eu adoro, o último da 3ª temporada. Vou dormir.

00:15 – Não consigo dormir de jeito algum, apesar do sono. O colchão é meio louco e minha cabeça ainda está a mil. Levanto e vou tomar um copo de leite. Esse negócio de copo de leite para a insônia funciona mesmo, volto para a cama de baixo e finalmente durmo.
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domingo, 19 de abril de 2009

Semaninha de cão - parte 1

*Devido a diversos imprevistos essa semana, a última parte da Sessão Nostalgia vai ficar para depois.

Caraca, vou te contar, essa semana foi dureza. Parece que deu tudo errado! Chegou um ponto que eu não estava aguentando mais e entrei em crise. Fiquei muito cansada, as coisas não melhoravam e eu cheguei a chorar de tão em parafuso que eu estava. Ainda bem que vou tirar a próxima semana toda de folga. Deus sabe que eu mereço.

No fim de semana, fiquei sabendo que os trens iam entrar em greve. Primeiro pensamento: "Beleza. Não queria ir pra aula na segunda mesmo. Só vai ter uma aula pouco útil. Vou aproveitar e ficar em casa” Só que a greve não acabou no final da segunda e se estendeu por mais 3 dias. E isso foi só uma parte dos problemas. Segue o mega relato dessa semana horrorosa.

Terça-feira, 14 de abril de 2009.

No dia anterior, tive que procurar saídas alternativas para chegar à faculdade. Se o trem estivesse muito ruim ia ter que pegar dois ônibus e fazer um caminho que eu não estava muito acostumada. Assisti ao filme da Tela Quente, Se eu fosse você, e depois fui dormir lá pra meia-noite. Só que eu devia estar muito ansiosa porque só fui pegar no sono mesmo lá para as 2 da manhã.

'5':15 eu acordo
E começo a me lembrar
Do que ainda não me esqueci
Do que tenho pra falar

Acordo 15 minutos antes do despertador. Coloco a roupa, penteio o cabelo, essas coisas... Volto para cama, mas, claro, não durmo novamente. Quando foi 5:45 eu levanto de novo, boto o tênis e 6:00 saio de casa. Fico em dúvida se pego logo o ônibus ou tento pegar o trem. A tentação de pegar o meio de transporte mais rápido e com o caminho conhecido me venceu e eu caminho para a estação de trem.

6:10 – Estou passando pela rua do Abeu. Ouço o barulho do trem se aproximando. Droga! Perdi esse trem. Penso que todo mundo deve ter desistido do trem e por isso, tenho chances de pegar o próximo em condições ‘normais’.

6:15 – Chego à estação. Os alto-falantes avisam que os trens no ramal Japeri estão saindo em intervalos de 20 minutos.

6:40 – Chega o trem. MUITO CHEIO! Em cada porta vejo 20 pessoas com o corpo para fora do vagão. Não ia dar pra entrar MESMO! Nem a Jamille que é magrinha entraria ali. Fico muito bolada e saio da estação para pegar o ônibus.

Todo dia é assim
Tempo quente, pé na estrada
Tô seguindo o meu caminho
Já parti pro tudo ou nada

Será que todo dia vai ser sempre assim?
Será que todo dia vai ser sempre assim?

6:45 – Chego ao ponto em frente a Ricardo Eletro, o antigo PopShop e onde ficava a Casa e Vídeo antigamente. Passa um Cascadura vazio e NÃO PÁRA pra mim!!! Tenho vontade de matar alguém.

6:50 – Passam outros 2 Cascaduras e NÃO PARAM DE NOVO!!!!!! A menina no ponto me avisa que eles só estão parando no próximo ponto. Fico mais bolada, mas agradeço a menina. Saio correndo para tentar pegar o ônibus. Felizmente, o alcanço. O ônibus que eu pego, ao contrário do primeiro que passou, estava cheio. Passo o caminho todo em pé.

7:10 – Pego um engarrafamento do cão que começa em Ricardo e só termina depois de Deodoro. O caminho que normalmente leva 15 minutos, leva quase 1 hora. Desejo com todas as minhas forças que eu pudesse voar ou tivesse o vira-tempo da Hermione.

7:50 – Solto em Madureira para pegar o outro ônibus. Ele demora um pouquinho, mas graças a Deus passa vazio. Consigo ir sentada. Mais engarrafamento e muitas voltas. A Uerj parece que nunca chega.

Quero iniciativa
E um pouco de humor
Pra peleja da minha vida
Ser feliz, se assim for
Tô correndo contra o tempo
E agora não posso parar
Por favor, espere a sua vez
Certamente ela virá

Será que todo dia vai ser sempre assim?
Será que todo dia vai ser sempre assim?

8:40 – Avisto a Uerj. Levanto correndo e aperto a sineta. O ônibus me deixa em frente à faculdade. Saio correndo para ver se ainda consigo pegar a presença da aula de Macroeconomia, que acaba 9:00.

8:45 – Assino a lista de chamada. A matéria que o professor tava dando (elasticidade), eu já tinha visto no período anterior. Não perco nem meu tempo tentando copiar alguma coisa.

9:00 – 10:30 – Fico à toa durante uma hora e meia esperando a próxima aula (Direito), que começaria às 10:00.

10:30 - A professora chega. Ela é malucona, está de óculos escuros, fala muita besteira. O Paulo de saias. Mas dá pra perceber que ela sabe muito, que sabe ensinar, e pelo que pareceu, vai ser fácil de passar.

11:15 – A professora libera a turma. Primeira aula é assim mesmo. Só conversa-fiada. Pelo menos foi boa a conversa.

11:30 – 13:00 – Pego o ônibus de volta, acompanhada de uma colega da turma. Ela é legal e a gente vai conversando o caminho todo. Me mostra a escola dela e tudo, mas aquele ônibus dá muita volta! Depois pego o segundo ônibus em Madureira e chego em casa. O caminho que eu faço em menos de 1h de trem, faço em quase 2 naquele dia, sem engarrafamentos.

13:00 – 15:00 – Chego em casa muito mal-humorada. Também, pudera! Cansada, com sono e com o corpo doendo. Não tem outra reação. Almoço, assisto TV. Depois do VideoShow, decido que mereço dormir um pouco. Meu corpo não está agüentando mais!

15:30 – Toca o telefone. Minha mãe atende. Era o cara da Central de Estágios que me ligou semana passada quando eu estava atravessando a rua do Prezunic e eu não podia anotar o email dele e prometeu me ligar 10 minutos depois, quando eu chegasse em casa, mas não me ligou mais. Minha mãe me acorda. Pego o telefone. Não tem mais ninguém lá. Fico louca atrás de uma caneta pra anotar o email quando/se ele ligar de novo. Ele liga logo depois. Me informa novamente da oportunidade e me pede para anotar o email para mandar o currículo. Anoto o email e ele me promete marcar a entrevista para o outro dia. Pergunto onde fica a empresa e ele diz que vai resolver os detalhes por email. Desligo o telefone e vou ajeitar o currículo para mandar para ele. Faço o currículo e mando o email. O email volta 2 vezes porque estava escrevendo o endereço errado. Finalmente o email vai.

15:30 – 18:00 – Fico esperando a resposta deles em frente ao computador, para poder replicar logo depois e resolver de uma vez. Não quero parecer que estou esnobando a oportunidade, afinal eles já me ligaram 4 vezes! Por isso, perco minha tarde de sono. Meu corpo agora está gritando: “Quero cama! Quero cama!”.

18:00 – Chega o email de resposta. A única coisa que vem escrita é que eles receberam o currículo e vão marcar a entrevista depois. Penso que se depois de 3 horas, eles não marcaram nada, quando marcarem, não será para o outro dia. Deixo o computador e vou fazer um lanche.

19:45 – Meu pai me obriga a ir pro curso de Inglês, mesmo eu dizendo que não estou mais me agüentando em pé e que o professor vai mandar ficar em pé na aula. Por sorte, até que a aula é divertida e o professor não obriga a gente a levantar.

21:30 – Fico sabendo que a greve não acabou. Depois do dia muito cansativo que tive, decido que não vou para faculdade no dia seguinte. Não que eu não goste de estudar. Eu gosto muito. Mas só quando eu vejo retorno. E nesse caso, eu estava vendo que passar pelo perrengue de novo não ia valer o esforço. A primeira aula já tinha sido avisada pelo professor fanfarrão que ia acabar 8h(não ia dar tempo nem de eu chegar

0:00 – Vou dormir depois de ver O Aprendiz - Universitário. Muito bom o programa. Bato na cama e desmaio.
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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Histórias, Cefet, etc

Mais um texto do fim de 2007. Esse veio um mês depois daquele outro.

No jardim, depois da merenda, geralmente a professora (mais precisamente a tia) contava uma história pra gente. Todo mundo adorava aquele momento, e como dependíamos da tia pra ficar sabendo da história, ficávamos bem quietinhos, ouvindo atentamente cada palavra. Felizmente, no C.A., eu aprendi a ler e a escrever. E então, pude contemplar diversas outras histórias por minha conta, sem precisar de ninguém pra contar pra mim.

Mas, hoje eu não estou aqui pra contar nenhuma dessas histórias da tia do jardim, nem dos livros que eu já li. Estou aqui pra contar a Minha História. Uma história que eu mesma escrevi e que parte dela também foi escrita por mais umas 30 pessoas.

Pra começar, queria dizer que a Minha História, assim como a História da escola também se divide em a.C. e d.C.. Só que no meu caso, as siglas são de antes e depois do Cefet. Posso dizer com toda certeza que o Cefet é um marco na minha vida.

Quando eu vim fazer a inscrição pra cá, peguei um ônibus lotado, que demorou um tempão pra chegar, e quando chegou, desembarquei num lugar cheio de mato. Falei: ”Caraca, esse lugar é muito longe!”. Na época, eu tinha feito outras provas também, e pouco cogitava a possibilidade de vir estudar aqui. Queria estudar mesmo era no Maracanã. Mas, por míseros três pontos, eu não passei pra lá. Tinha passado pra cá e pro Cefeteq. Na hora de escolher, fiz o mais absurdo. Escolhi vir estudar em Santa Rita, morando a 10 quadras do Cefeteq. E nunca me arrependi dessa decisão. Eu diria que foi a escolha que mais me dá orgulho até hoje e me pergunto se seria tão feliz se não fossem aqueles três pontos.

Aí você me pergunta por que, Elisa, você escolheu estudar nesse mato, podendo estudar a 20 min. de casa? Porque eu queria encontrar gente nova, conhecer lugares novos, viver outras experiências... Se eu ficasse lá em Nilo, ia estudar e encontrar com muita gente que eu já estava cansada de ver na vida. Um pessoal, que, apesar de ser da ‘minha terra’, não tinha nada a ver comigo. Um pessoal que nunca estudou e que passou com uma nota mínima. E aqui eu encontrei tudo aquilo que eu estava procurando e até um pouco mais (abafa que o curso técnico deixou um pouco a desejar, mas nem tudo é perfeito, e ainda prefiro ele, a Controle Ambiental).

Encontrei gente de tudo quanto foi lugar (Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João, Rio de Janeiro, Mesquita, Paracambi...). Pessoas que respeitam as diferenças, que me entenderam como eu sou, e não tiveram medo de tentar me conhecer além da capa de “a menina inteligente”. Aqui eu conheci uma turma com os meninos mais amáveis e as meninas mais brincalhonas do mundo e que sempre se uniu em prol de um só objetivo. Coisa que eu nunca tinha vivenciado.

Aqui eu passei por momentos mágicos que só acontecem em lugares como o Cefet (às vezes quando as coisas estão muito felizes, eu fico só olhando e apreciando esses momentos em que nada de errado acontece e está todo mundo sorrindo), e por perrengues que eu nem te conto. Aprendi que liberdade rima com responsabilidade que também rima com amizade. E aprendi que o amor e a amizade têm o mesmo radical, na teoria e na prática. E se o amor é lindo, amizade é ainda mais, porque não há contrato de exclusividade. E eu experimentei a sensação de amar várias pessoas ao mesmo tempo tão intensamente, que nem acho mais a distância da escola tão grande assim.

Posso dizer, sem receios, que o Cefet mudou a minha vida. Entrei aqui criança e vou sair cidadã. Aprendi na prática o que todas as aulas de cidadania da outra escola tentaram ensinar. A ter consciência política, a cumprir com os próprios deveres e lutar pelos direitos que nos cabem. Era impaciente, crítica, mal-resolvida, meio ‘certinha’ e um pouco tímida. Vou sair uma pessoa mais tolerante, paciente (essa é mérito do Mateus), cheia de amigos, colando (tsi-tsi-tsi), fazendo micareta pela escola e interpretando altos personagens. Nunca que eu ia fazer essas duas últimas coisas se não fosse o Cefet.

Falando em personagens e nas peças dos trabalhos de português, outro dia eu estava pensando se um dia a gente fosse analisar esse nosso livro escrito a 30 mãos, Info 05-07 Eternamente, pra um trabalho, como seriam os tópicos. Ficou mais ou menos assim.

Espaço: Cefet-Ni, Santa Rita.

Tempo: De 2005 a 2007 no Cefet, de 2005 até a eternidade em nossas vidas.

Narrativa: A História é contada pelos vencedores. Somos todos vencedores. E apesar de sermos mais de 30 pontos de vista, acho que no final, as versões das histórias são bem parecidas. Já que o sentimento de orgulho de ter participado dessa turma maravilhosa é recíproco no coração de todos.

Personagens: Alunos da Info 05-07, professores, funcionários, etc.

Sinopse: 30 pessoas passam num concurso, vão parar num lugar inabitado e têm que aprender a sobreviver de um jeito diferente do que eles estão acostumados. Mas no meio dessa selva, eles vão encontrar algo muito mais valioso que o ouro e que vai mudar suas vidas.

Infelizmente, toda história que começa tem um fim. No dia em que a gente fez aquela bagunça na escola, eu achei que eu ia chorar, mas estava num êxtase tão grande, que só conseguia sorrir, mesmo com todo mundo aos prantos. Mas, outro dia, eu estava sozinha no ônibus e comecei a lembrar de tudo o que a gente passou junto e percebi que a história que escrevemos foi tão linda, que aí sim meus olhos se encheram d’água. E daí, eu chorei em vários outros dias depois desse. É lindo ver como a história de pessoas tão diferentes, de lugares totalmente diferentes, se confundiu por três anos. É lindo saber que você fez parte dessa história, que você fez a diferença na vida de alguém (ou algo), e que esse alguém também fez diferença na sua vida.

E a emoção do final também fica por conta da certeza de que nunca mais viveremos nada igual, e da incerteza do futuro que nos espera (‘because it is unwritten’, não é, Felipe?). Da sensação que temos que teremos que abandonar nossa história em conjunto e nossos seriados (todos eles: ‘Malhação’, ‘A Grande Família’, ‘Bost’, ‘Zeroes’, etc) para cada um estrelar seu próprio spin-off e reaprender a viver e a escrever sozinho, como um dia aprendemos lá no C.A.. Mas agora eu estava pensando aqui: “Caramba, essa história da gente é tão boa, que, se eu ainda estivesse no jardim, ia querer ouvi-la todo dia”.

It's just another story caught up in another photograph I found
and it seems like another person lived that life a great many years ago from now,

When I look back on my ordinary, ordinary life,

I see so much magic, though I missed it at the time.

Photograph - Jamie Cullum

*O gordinho não é o cara que canta a música de verdade

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domingo, 5 de abril de 2009

A TV engana a gente - parte 2

Mês de abril começando, e com a formatura do curso técnico ontem, vislumbro a minha trajetória no Cefet terminando. E já que o nome do Blog é Inútil Nostalgia, acho que não tem problema se esse mês eu postar uns textos antigos da época do fim do terceiro ano. O de hoje é foi escrito naquele dia do café da manhã da Dib, quando a gente fez uma verdadeira micareta pela escola, no finzinho de 2007.

A TV engana a gente - parte 2
Chama parte 2, porque um dia eu escrevi a parte 1, mas essa daí é do início de 2007, e está muito distante. Quem quiser ler a parte 1, depois deixa um comentário que disponibilizo particularmente.

Crescemos assistindo a seriados e novelas adolescentes como Smallville, The O.C., e a infinita Malhação. Geralmente os personagens desses programas aparentam uma maturidade e “adultidão” incomuns para alunos do Ensino Médio. Não só porque os atores já têm lá seus 25 anos, mas também porque suas tramas sempre envolvem acidentes de carro, mega-festas, lutas contra algum déspota, armações ilimitadas e aventuras incríveis.

No início desse ano, eu me toquei que EU estou no terceiro ano do Ensino Médio e comecei a comparar a minha vida com a desses caras da Tv. Um certo sentimento de frustração me surgiu. Talvez por ter sacado que a vida não é igual à Tv, ou porque eu pensava que eram simplesmente ridículas essas histórias que eles criam, porque Alô! Isso não acontece na vida real! Mas o que me frustrava mesmo era a sensação de que aos 17 anos, eu não estava preparada para terminar a escola. Eu sentia que a responsabilidade me esperava, mas eu ainda não era responsável ou madura o bastante para encará-la porque parecia que eu ainda não tinha passado por tudo o que a escola tinha que me obrigar a passar, simplesmente porque achava que a minha vida tinha que ser pelo menos parecida com aquelas coisas que acontecem nos seriados. Não era possível eu encerrar esse ciclo da minha vida assim! Eu não queria que acabasse! Não desse jeito!

2007 passou voando e aqui estou eu num dos últimos dias de aula. E eu ainda não quero que isso tudo acabe, mas agora são por outros motivos. Durante esse ano, eu vi a tal transformação de meninos em homens e das meninas em mulheres que é tão importante para vida pós-escola.

Eu vi a minha turma reclamar dos professores que a gente achava que não estavam fazendo a gente render tudo quanto poderíamos. Eu vi a minha turma querendo aprender mais e mais a cada aula. Eu vi a minha turma passar a tarde na escola tentando resolver uma lista de física. Eu vi a minha turma se preocupar com o vestibular. Eu vi a minha turma pedir por aulas extras. Eu vi a minha turma discutir sobre faculdade. Eu vi a minha turma marcar um passeio maravilhoso. E depois eu vi a minha turma se unir para não levar a culpa pelo fogo dos outros. Eu até vi a minha turma reclamar que as provas estavam muito fáceis(essa daí nem na Malhação aparece!)!

E aí eu comecei a lembrar de todos os momentos que eu passei nessa escola e por causa dessa escola. Greve, aula em janeiro, gerador explodindo, ventilador caindo, almoços inesquecíveis, trabalhos mais inesquecíveis ainda, corridas atrás de ônibus, horas no sol esperando por um, horas na chuva esperando por um, revoltas contra professores déspotas, assassinatos de galinhas, preás assustando os então futuros calouros, cabras invadindo o colégio, plantação de árvores, campeonatos de futebol, piadas a cada 5 min, piadas contadas mais de mil vezes e não entendidas, grandes jogos, jogos de papel, jogos de cartas, adedonhas sem fim, pessoas cantando a música do roubo de pão do João à pé no meio da rua... Ufa! E então eu percebi que a TV não engana a gente tanto assim. Realmente, quando a gente está no Ensino Médio acontecem coisas inesquecíveis, que contribuem para o nosso crescimento. E agora que eu lembrei de tudo isso, também percebi que o meu Ensino Médio não está devendo nada pro daqueles caras de The O.C., ou mesmo da Malhação. Eu diria até que foi MUITO melhor.

E dá pra entender totalmente porque geralmente esses seriados duram anos e anos, ou nunca acabam. Porque simplesmente essa fase da nossa vida é a mais legal de todas quando você tem amigos de verdade! E é por isso que eu não quero que o meu Ensino Médio acabe agora. Porque a escola não é só o lugar que eu venho para aprender coisas. A escola é o lugar que eu venho para me divertir ao lado da turma mais legal de toda a história!

Eu costumo dizer que o concurso de CEFET, no qual nós passamos, conseguiu selecionar tão bem as pessoas que transformou as salas onde a gente estudou na maior concentração de gente legal por metro quadrado.

E também costumo dizer o CEFET não é só um simples colégio. É um lugar mágico. É um lugar onde habitam seres fantásticos, como cabras, corujas e vaquinhas, e onde acontecem coisas tão inacreditáveis que só quem viveu lá sabe. Mas acima disso tudo isso, o CEFET é o meu segundo lar. Eu sempre ouvi isso quando pequena, mas só agora, no CEFET, essa expressão faz sentido pra mim. Sabe por quê? Por que o CEFET pra mim é onde está a minha segunda família. Sim, família. Com direito a todos os parentes. Têm aqueles avós que estragam os netos, como o Luizão. Têm aquelas mães que brincam, mas não temem na hora de dar bronca, como a Talita. Têm aqueles pais rigorosos, mas que querem o nosso bem, como o Paulo. Têm aquelas primas com quem você pode conversar sobre tudo, como a Aline Dib. E têm até aqueles tios que contam piadas sem-graça, como o Wagner! E tudo isso, sem contar, claro, as dezenas de irmãos da minha própria turma. Não dá nem pra acreditar que um dia a gente nem sonhou em se conhecer! E que agora a gente vai ter que reaprender a viver separado.

Agora diz pra mim. Como é que eu posso abandonar a minha família? Isso não se faz! Como é que eu posso deixar pra trás toda essa galera que mora no meu coração?

Isso é crueldade! Agora que a gente estava vivendo o auge de nossas vidas, eles vêm e nos arrancam das pessoas que a gente aprendeu a amar, apesar de todas as diferenças. Nos expulsam do nosso segundo lar, assim, sem perguntar se a gente quer ir. Nos jogam na rua, no relento, no mercado de trabalho, na faculdade!

Por que eles fazem isso? Por que, Senhor, eles têm que acabar com a felicidade das pessoas? Talvez não seja por pura maldade. Talvez seja porque a gente precise passar para um próximo nível. Como se fosse um videogame mesmo, só que sem as vidas extras. Agora que a gente já superou essa fase do Jogo da Vida, já aprendeu e já passou por tudo o que a gente tinha que passar no Ensino Médio, é hora de aprendermos coisas novas e crescer mais um pouco. É hora de passar por novas experiências. É hora de encarar novos desafios. É hora de olhar novos horizontes (que não esse aqui de Santa Rita) e planar outros vôos mais altos. (Ficou poética essa parte, né ?)

É difícil, mas é necessário. Temos que seguir o nosso caminho. Ninguém sabe o que virá por aí. Porque seriado adolescente que mostra os alunos no colegial é fácil de encontrar e a gente sabe mais ou menos o que vai acontecer até o final da escola. Mas não há espaço suficiente na grade de programação para cobrir todas as carreiras, empregos e caminhos possíveis que podemos seguir. Mas, independentemente do que virá nesse nosso futuro, pelo menos, quando a gente olhar pra trás e se lembrar dessa longa jornada, vai poder estufar o peito e dizer cheio de orgulho: “EU VIVI!”
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