terça-feira, 21 de abril de 2009

Semaninha de cão - parte 2

Quarta-feira, 15 de abril de 2009.

8:45 – 9:45 - Acordo, tomo café e me arrumo para ir ao Cefet. Já que estou com a manhã livre, decido aproveitá-la para renovar a carteirinha. Reclamo com a minha mãe que o cara do estágio me fez de palhaça no dia anterior e que estou ficando de saco cheio dele. Não sei nem onde fica a droga da empresa e ele fica querendo marcar entrevista, diz que vai ligar e não liga, está definitivamente acabando com a minha paciência. Ela fica dizendo que eu é que sou muito chata e que eu tenho que fazer uma escova no cabelo quando o cara marcar a entrevista e sobre a roupa e o sapato que eu tenho que usar. Eu concordo, tem que ir bem arrumada mesmo, né! Logo depois, saio de casa.

10:05 – Entro no ônibus. Logo depois o celular toca. Era a minha mãe gritando: “Elisa, o cara do estágio ligou...” Só dá tempo dela falar isso. A bateria do celular cai. Só vou poder resolver isso quando eu voltar para casa. Ótimo! Não estou com cabeça para fazer nada mesmo.

10:40 – Chego ao Cefet. Falo com o cara da secretaria. Ele diz que não estão renovando a carteirinha ainda porque estão cortando os papeizinhos! Bom, perdi minha viagem. Subo para esperar a Esther sair da prova dela. Aproveito e copio umas coisas do mural de estágios. Leio uma revista para passar o tempo.

11:50 – Esther finalmente acaba a prova. Fica feliz em me ver e a gente vai embora do colégio.

12:20 – Dentro do outro ônibus o celular da Esther começa a tocar pela 3ª vez. Era minha mãe. Na 1ª ela estava em prova. E na 2ª, subindo no ônibus. Tinha tentado ligar para casa do celular dela, mas estava sem crédito. Esther atende ao celular. Minha mãe grita com ela: “ESTHER, FALA PARA A ELISA VOLTAR PARA CASA CORRENDO, PORQUE O CARA DO ESTÁGIO LIGOU, E ELA TEM QUE FAZER ESCOVA!!!....”. Ela passa o celular para mim e minha mãe grita a mesma coisa e acrescenta que o cara queria marcar uma entrevista para aquele dia mesmo, ou o dia seguinte. Digo que estou indo para casa, para ela ficar calma e parar de gritar, porque ela não está me deixando calma desse jeito.

12:50 – Chegamos em casa. Percebo que vou ouvir minha mãe gritar aquela baboseira de novo e já aviso que não quero que ela fale nada comigo. Claro que não adianta e ela continua gritando. Me estresso absurdamente com ela. Tento almoçar, mas ela continua no meu ouvido dizendo para eu ligar para o cara e para fazer a escova. Subo e tranco a porta para não ter que continuar discutindo.

13:30 – Ligo para o meu pai. Ele não atende, mas logo liga de volta. Eu atendo. Minha mãe também e ouve tudo que eu falo. Ele diz para eu ligar para o cara. Quando desço para ir ao banheiro, ela está revoltada, achando que eu sou uma ingrata. Subo e tranco a porta de novo. Eu ia até ligar pro homem, mas agora já não estava em condições de novo.

14:00 - Ela vem atrás de mim com uma chave, abre a porta e continua no meu ouvido. A essa altura eu já estou chorando. Não sei que droga de empresa é essa, onde é que fica, como fazer para chegar se todos os meios de transporte resolveram entrar em greve na quinta-feira, se eu quero ir mesmo, e tudo o que ela continua repetindo é que eu tenho que ligar pro cara e sobre o meu cabelo. MAS QUE DROGA! Por que esse homem não disse logo que raio de empresa era essa? Por que ele não liga quando diz que vai ligar? Por que ele só liga quando eu não posso atender? Por que os meios de transporte resolveram todos se viram contra mim? Peço encarecidamente para ela ir embora. Ela resiste. Peço encarecidamente para minha irmã fazê-la ir embora. Finalmente, ela vai.

14:30 – 16:00 - Entro no MSN e alugo o ouvido do Felipe. Não está ando mais para agüentar. Ele se assusta, mas diz para eu me acalmar. Eu pergunto para ele como foi quando ele foi fazer a entrevista pro estágio dele. Ele me responde uma coisa inesperada e eu começo a rir. Passamos a tarde toda conversando.

16:00 – Ligo para a central de estágio. Ocupado. Ô negocinho enrolado!

16:15 – Meu pai liga para mim, dizendo para eu ligar para lá de novo.

16:30 – Ligo para a central de estágio de novo. Atende um cara perdidaço, com voz diferente do homem que vinha me ligando. Segue a conversa:

Eu: Boa Tarde! Vocês ligaram para cá hoje de manhã, oferecendo um estágio, e eu fiquei de ligar de volta... Eu sou a Elisa...
Homem: É... Essa ligação existiu...

Eu penso: “Mas é claro que essa ligação existiu! Disso eu sei! Por que você não me dá uma informação útil??”. Ao invés de colocar isso para fora, tento dar uma mãozinha ao cara.

Eu: Mas então... Vocês ficaram de marcar uma entrevista comigo...

Homem: (...) Você tem como fazer um favor para mim? Tem como ligar para cá depois das 17h?

Eu: Tá legal.

Desligo o telefone.

Não é possível! Eles só podem estar de brincadeira com a minha cara.

17:00 – Minha avó vem aqui em casa para trazer os presentes de páscoa. Minha mãe sobe de novo. Dessa vez gritando que eu tenho que arrumar minhas coisas e me mandar para a casa da minha avó porque lá tem ônibus que passa na Uerj e... tem a minha tia que sabe fazer escova no cabelo! AAHHHHHH!!!! Expulso ela de novo do cômodo. Cristo Jesus, o que eu fiz para merecer??? Peço socorro ao Felipe no MSN. Dessa vez ele ri da minha cara. Mas é óbvio, a situação já estava beirando o ridículo! Eu sou obrigada a rir da minha própria desgraça.

17:15 – Ligo para a central de estágios. Ocupado. Desço para ver a minha avó. Ganho uma camisa e uma caixa de bombons. Minha mãe continua com a idéia fixa de me expulsar de casa. Minha avó diz que para deixar eu decidir.

17:30 – Ligo para o meu pai. Pergunto a ele o que eu devo fazer. Está todo mundo louco aqui em casa. Preciso da opinião de alguém com a cabeça no lugar. Ele diz para eu ir. Desço e aviso que vou me mudar temporariamente. Minha mãe começa a surtar DE NOVO e fica falando para eu levar roupa para a entrevista e fazer a escova quando chegar lá. MEU DEUS! Não tinha nem entrevista nenhuma marcada e ela falando essas coisas! Mesmo que marcassem alguma coisa comigo, eu não ia deixar marcarem para aquela semana louca. Tento fazer ela entender que não vai ter entrevista nenhuma. Gritando, claro. Minha paciência já tinha ido embora há muito tempo. Ela continua insistindo em sua idéia insana. Minha avó a convence de que não tem necessidade de eu levar roupa especial nenhuma. GRAÇAS A DEUS! Vou tomar banho e depois arrumo a mochila.

18:30 – Me mando de casa. Por sorte logo passa o Pça. Seca e estava vazio. Sentamos. Minha avó me cutuca. Uma mulher no outro banco parece estar falando sozinha e com gestos também. Era só o que me faltava! Uma maluca no ônibus! Mais à frente, percebemos que não era uma maluca. Tinha uma pessoa do lado dela e elas estavam se comunicando por linguagem de sinais.

19:30 – Chegamos em casa. Toca o telefone. Era a minha mãe. Não dá para acreditar. Quando eu penso que vou ter um pouco de paz! Dessa vez ela só quer que eu leia uma passagem da Bíblia. Ufa!

20:00 – 23:00 – Janto e vejo TV. Passa um episódio de House que eu adoro, o último da 3ª temporada. Vou dormir.

00:15 – Não consigo dormir de jeito algum, apesar do sono. O colchão é meio louco e minha cabeça ainda está a mil. Levanto e vou tomar um copo de leite. Esse negócio de copo de leite para a insônia funciona mesmo, volto para a cama de baixo e finalmente durmo.

2 comentários:

  1. Caaaara, que semaninha, hein Li?
    Mas fica tranquila, tudo vai dar certo no final. ;)

    Posta mais, quero saber o q aconteceu. lol

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