sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Meg-a relato da melhor Bienal de todos os tempos - parte Final

Antes de continuar o relato, gostaria de fazer algumas considerações sobre a Bienal nesse dia.

1- Esse papo de que brasileiro não lê é a maior conversa fiada.
Caso contrário, o evento não atrairia 100 mil pessoas para ao RioCentro num fim de semana de tanto calor quanto esse. As pessoas simplesmente iriam a praia. Mas a Bienal estava muito, muito, muito cheia nesse domingo. Tava difícil até de andar e a aglomeração de pessoas fazia tudo ficar ainda mais quente.

2- Sexta-feira estava tudo muito tranqüilo. Domingo não.
Muita gente ficou sem senha (a procura era muito maior do que a oferta, infelizmente). E o que era a fila do autógrafo do domingo? Cristo Jesus! Ainda bem que eu fui na sexta! Aquela fila começava no estande da Record e ia até lá fora dando a volta entre as passagens para os Pavilhões Laranja e Verde. ERA MUITA GENTEEEE! Fiquei com pena do povo e da Meg. Sério mesmo.

3- Os organizadores da Record são muito mais legais do que os organizadores da Bienal.
Algumas pessoas que entraram nessa última fila que eu comentei saíram só pra ir ao banheiro e quando voltaram, foram mandadas de volta para o final, mesmo isso não fazendo a menor diferença, porque se o problema era guardar lugar na fila pra não poder ficar na frente, deviam ter proibido guardar lugar lá dentro do auditório também. Não que eu fizesse alguma questão de sentar mais na frente. Só acho que não precisava essa palhaçada toda. O pessoal da Bienal estava muito estressado. Eu reparei que a mulher vestida de bege e com rabo de cavalo que me lembrou a Emily Blunt do Diabo Veste Prada até tinha afrouxado a sandália porque já estava agüentando mais. Eu já estava até vendo a hora dela jogar aquele negócio na cabeça de alguém. Eu hein! Maracujina neles!

4- Meg Cabot estava tipo Michael Jackson nesse dia.
Tanto pela quantidade de fãs que se amontoaram na porta da Bienal desde as 7h, antes mesmo da feira abrir as portas (diz que quando foram abertas, parecia uma manada correndo enlouquecida em direção ao estande da Record, à la Rei Leão), quanto pelo assédio de muita gente em cima quando ela passava, fora as muitas pessoas que declararam a terem visto de longe, quando na verdade, elas só estavam enxergando outras pessoas que nem se pareciam com a Meg. Hahaha! Sério. Mais Michael Jackson impossível. Na verdade tem mais uma coisinha também, mas essa vai ficar pra daqui a pouco.


Agora sim. Continuando...

Ainda dia 13 de Setembro

Bom, essa já era a 3ª fila do dia. Eita nóis! Brasileiro gosta de fila mesmo, hein! E pra variar as pessoas da fila são um showzinho à parte no meio de toda a excitação que era ver tal da palestra, que também estava num clima meio show de rock.

Pra todo mundo se inteirar, aí vão mais causos da fila. Como não estavam deixando as pessoas saírem, ocorreram algumas situações divertidas, tipo:
- Um pai entregou uma pizza tamanho família na fila e a filha e suas amigas comeram ali no chão felizes da vida. Fizeram o maior convescote. Ele ainda disse que qualquer coisa, era só chamar ele de novo. Um novo significado para a expressão Pizza Delivery.

- E depois que o povo todo tinha acabado de comer, hein? Não podia levantar e jogar no lixo então, uma menina pediu pra um segurança (anotação mental: seguranças são mais legais do que a gente imagina) levar o lixo dela dali. Só que todo mundo achou que ele estava levando lixo pra geral, então aproveitou e fez o cara de lixeiro. Tadinho do moço!


- Uma outra menina, com uma fatia de pizza inacabada, também não podia jogá-la no lixo, então começou a perguntar se alguém estava com fome pra terminar o pedaço. Ninguém quis a pizza mordida, claro. Aí eu falei pra ela guardar pra Meg porque ela andava reclamando que estava passando fome. Hahaha! Nem sei que fim levou essa fatia, mas acho que a Meg não a recebeu, não. Hehe!


- Também na fila, a gente descobre que esse negócio de fome, sede, banheiro e cansaço é tudo coisa da nossa cabeça. Quando se tem coisas mais importantes para se pensar, nosso cérebro se esquece disso tudo. Meu corpo só foi doer e a fome aparecer depois que a palestra já tinha acabado.


Enquanto acompanho a saga do pessoal, vejo que há uma mesa cheia de fones de ouvido e logo percebo que devem ser pra tradução simultânea. Eu tinha pensado que a Meg ia falar e ia ficar alguém do lado traduzindo, o que, claro, ia cortar todo o clima da palestra porque eu já tinha ouvido e assistido a uns bate-papos desses pela Internet e a tradução ia matar o timing perfeito da Meg, mas quando vejo os fones ali fico muito feliz. Essa Bienal estava muito chique, vou te contar, hein! Até tradução simultânea tinha! Não que eu precisasse, mas é preciso pensar no próximo, né!

Quando chega a nossa vez de deixar a identidade (pra garantir que as pessoas não iam levar o fone pra casa) e pegá-lo, eu dou um “Muito Obrigada” pra lá de agradecido pra moça dos fones, porque, sabe como é, o pessoal da Bienal estava muito estressado, então se a gente tratasse eles bem, talvez eles ficassem mais amáveis.

Eu e a Jami sentamos logo e tentamos adivinhar por onde a Meg ia vir. Primeiro pensamos que ela iria chegar pela porta onde a gente entrou. Depois por uma outra porta do outro lado do auditório e por último cogitamos a hipótese de ela brotar do chão à la Michael Jackson, ou Sandy e Junior no show do Maracanã. Ia ser tudo isso, né? Hahaha! Então eu lembro de que nos dias que antecederam o grande encontro eu já estava até cantando Não Dá pra Não Pensar com outros sentidos. Aí a gente começa a cantar a música, enquanto encaixa a letra no novo contexto. Adoro fazer isso. A músicas ganham outro colorido depois dessas coisas.

A gente já conseguia se conter na cadeira, e Brown Eyed Boy não saía da minha cabeça. Daí a gente começa a bolar umas perguntas idiotas, caso eles abrissem uma parte para perguntas mesmo. A nossa intenção, caso fôssemos escolhidas, não era nem saber a resposta –acho que eu já sabia a resposta de qualquer pergunta que fizessem- , mas descontrair e quebrar o protocolo. Era uma mais bizarra que a outra:
o/ - Meg, no DP10, na lista de perguntas que a Mia faz pra entrevistar o Michael tem uma pergunta que é assim: “Se você fosse um bichinho, qual bichinho você gostaria de ser?”. Então a gente queria saber: “Meg, se você fosse um bichinho, qual você gostaria de ser?”

o/ - Meg, como é que a Mia consegue escrever dentro do carro? Porque a gente já tentou fazer isso e não conseguiu, não!


o/ - Meg, uma dúvida que sempre passou pelas nossas cabeças e que a gente já passou horas e horas discutindo: A letra da Mia é feia ou bonita? (sério, a gente já discutiu muito isso! Muito útil essa pergunta, vai! Hahaha!)

Entre muitas outras...

Dentro do auditório, toca uma musiquinha instrumental, que se reflete no fone. No início, eu acho a música uma fofura, mas depois eu começo a ficar meio de saco cheio dela, porque a Meg não chegava nunca. Penso em puxar um corinho: “Ô Meg, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”, porque a tensão ali era digna da emoção pré-show, mas claro que não grito isso. Ia ser muito mico. Hahaha!

Mas eu gritei, sim, e da mesma maneira que eu grito quando vou a um show quando a Meg chegou. Eu não foi só eu não. A platéia toda estava muito animada e a Meg, já incorporando a sua personalidade popstar (sério. Ela tava adorando aquilo tudo), acenava feliz da vida pra todo mundo lá do palco.

Quando a moderadora finalmente passa a palavra para a Meg, ela gasta todo o seu vasto vocabulário de português arriscando uns:
“ Tutto bene?” (Meg, isso é italiano de Terra Nostra, não é português, não!),
“Obrigada” (eu gritei “De nada” pra essa! Hahaha),
“Onde fica o banheiro?” (Ela adorou essa frase. Tudo era motivo pra ela ficar perguntando onde ficava o banheiro. Muito boba, cara!),
“Um tempo, por favor”,
“Vocês são muito bonita” (nessa daí todo mundo gritou de volta: “You tooo!”).
É desnecessário dizer que as meninas estavam todas em polvorosa nessa hora e assim ficaram até o final.

Aliás, eu ia ficar até semana que vem aqui só tentando descrever a palestra toda, e a reação do público e não ia ficar tão legal. É impressionante o dom que essa mulher tem de se comunicar. A entonação e as caras e bocas que ela faz são impagáveis! Quem quiser ver, tem a palestra no YouTube na íntegra (não fui eu que coloquei). Gente, eu tô aqui assistindo aos meus vídeos palestra de novo e tô impressionada com o que eu fiquei falando durante o evento. È uma bobeira maior que a outra. Ainda bem que a Meg não ouvia lá da frente. Hahaha!

Mas então, por isso, vou dar ênfase só aos momentos mais legais, tipo:
- Quando ela mostrou a foto da família e falou que o pai dela parecia “Da Máfia”. O pior é que parecia mesmo. Hehe!

- Quando ela mostrava os slides com as capas dos livros no Brasil e depois ainda mostrou uma foto do site da Record e do blog dela e do e ainda falou que todo mundo ia estar no blog no dia seguinte (e ela cumpriu a promessa mesmo!). Sério, a gente se sente tão no mapa com essas coisas. Eram uns dos momentos que as meninas mais se manifestavam: “uhuuuuuu”.


-Teve uma hora que a moderadora ofereceu um laser pra ela apontar na projeção, aí a Meg falou assim: “Ah, não. Eu não confio nesse negócio”. Hahaha!


-A historinha da Anne perguntando se ela tinha feito um bom trabalho na premiere do DP e chorando e o marido da Meg emprestando um lencinho... Diz ela que nunca mais lavou o tal do lenço. Hahaha!


- Na palestra da Esther, ela ainda falou da última foto em que ela está deitada escrevendo: “Vocês estão vendo essa foto aí, em que eu estou deitada na cama escrevendo? Pois então, ela é a maior mentira. Não é assim, toda bonitinha, que eu escrevo. Quando eu tô escrevendo, eu fico de pijama na cama e tem um monte de comida espalhada pelo quarto... É nojento!”.


Depois, abriram a sessão de perguntas:
-Pergunta: “Meg, por que os filmes da Disney ficaram tão diferentes dos livros?”
Meg primeiro responde que foi por causa do Garry e das netinhas dele e tal (isso tem nos extras do DVD) e depois acrescenta a clássica conversa com a produtora sobre matar o personagem do pai, que ela sempre conta. Outro dia eu sofri tentando explicar pra minha mãe que o pai no livro era vivo. Muito vivo! Aí tive que apelar pra história que a Meg contou:

Produtora: Oi, Meg. Então, a gente estava querendo fazer umas modificações no filme, e a gente vai ter que matar o pai.

Meg: Matar o pai? Mas o que ele fez?
Produtora: É que a gente tava querendo contratar uma atriz pra fazer o papel da avó, e pra ela ficar com mais falas, a gente ia ter que matar o pai...
Meg: Que atriz?
Produtora: A Julie Andrews.
Meg: Mata o pai.

-Pergunta: “Meg, eu queria saber como é que você cria esses caras tão perfeitos dos livros? Em que eles são baseados, no seu marido?”

Meg: Ah, não, eles são baseados em um monte de garotos que eu conheci e tal. E vocês têm que se lembrar que os garotos sempre têm defeitos. Até nos livros. Eles parecem perfeitos, mas sempre tem alguns defeitos, eles são todos meio irritantes... Tipo o Jesse, e o Michael, que às vezes é meio irritante também... Então, quando vocês forem namorar, lembrem-se que os meninos não são perfeitos... Exatamente como nós. Quer dizer, eu sou, mas... (pausa para risadinha) Mas então, vocês têm que encontrar o garoto que é mais perfeito pra vocês. Por exemplo, o meu marido. Ele tem um defeito terrível. Ele cozinha pra mim o tempo todo! Mas eu não reclamo, porque esse é um defeito que eu gosto... Então, quando vocês forem escolher um garoto, escolham aqueles que têm os defeitos perfeitos pra vocês.

- Pergunta: “Meg, eu queria saber o que você faz quando está com falta de criatividade?”
(eu achei essa a melhor pergunta. E também a que teve a melhor resposta, porque acho que foi uma coisa que ela não esperava responder. Então, ficou muito autêntica, sabe?)
Meg: Ah, isso é terrível! Ninguém sabe a resposta. Eu não sei... Eu como... (risos) Aí eu pergunto pro meu marido e pros meus amigos o que fazer e eles respondem: “Ah, não sei... Come mais...”. Aí eu pergunto pra JK Rowling o que ela faz quando isso acontece com ela e ela responde: “Eu não sei. Isso nunca acontece comigo...” Hahaha! Boba demais!

- E por fim, Meg terminou a palestra com uma lição para levarmos para nossas vidas:
Meg: Vocês se lembram daquela personagem, Lana Weinberger? Então, ela foi baseada numa pessoa real: Lana. Eu esqueci de mudar o nome dela, porque eu achei que ela não ia ler o livro e que isso não era importante. ... Só que depois que saiu o filme, eu recebi uma carta da Lana. E ela dizia: “Querida Meg, eu vi o filme do seu livro, O Diário da Princesa”, Aí eu pensei: “Ai meu Deus, aquela safada da Lana vai me processar!”. Então, eu continuei a ler a carta: “Querida Meg, eu não sabia...”. Aí eu pensei que ela ia complementar: “Eu não sabia que eu tinha sido tão má com você na escola. Me desculpa mesmo”. Mas não. Não dizia isso. Dizia assim: “Eu não sabia... que você era... uma princesa!” (muitas risadas) Então, eu queria dizer uma coisa pra vocês meninas do Brasil. Se tiver uma menina que for muito má com você na escola, ou no trabalho... Talvez ela não seja má. Talvez ela seja só idiota!”

Fim da palestra. Meg sai absolutamente ovacionada porque ela simplesmente faz jus a todo o status de popstar que ganhou. Ela merece! Ela merece! Agora era só esperar a grande fila que se formava para sair do auditório e entregar os fones de volta.

Enquanto a gente aguarda a saída, toca aquela mesma musiquinha instrumental que eu tinha achado fofa no início. Agora ela estava realmente me deprimindo porque ela me lembrava que depois de todos os preparativos e excitação e correria, aquilo tudo tinha acabado. E tinha sido tão perfeito, sabe? Juro pra você que enquanto eu estava sentada esperando a minha hora de sair, até caiu uma pequena lágrima dos meus olhos. Não sei se era tristeza pelo fim daquele sonho, ou felicidade porque ele tinha se concretizado tão magicamente. Talvez fosse um misto dos dois. Ou, talvez, não sei bem, fosse a tal da auto-realização se manifestando...

Agradecimentos especiais

Primeiramente a Deus, por ter orquestrado todo o universo para que tudo acontecesse extremamente perfeito do jeito que foi.

Ao meu pai. Nosso motorista, fotógrafo e cinegrafista oficial em todos os eventos das nossas vidas.

A minha mãe, que atendeu ao telefonema da editora e não pôs tudo a perder.

Às minhas amigas e irmã, por compartilharem dessa loucura e entrarem no espírito da coisa, gastando horas de trabalhos manuais e dando gritinhos histéricos nas horas mais especiais. Sem vocês, não teria metade da graça.

Ao pessoal da Record, que não só realizou meu sonho de trazer a Meg a Bienal, como também a levou a várias cidades para que muito mais sonhos se tornassem realidade, e foram todos uns amores, não só comigo, mas também com todos os fãs que compareceram aos eventos.

Às operadoras de celular, que não nos deixaram na mão quando nós mais precisamos delas.

E especialmente... a Benjamin Egnatz, que ficou nos EUA cuidando da Henrietta (a gata) enquanto a Meg curtia o Brasil, apesar de que eu queria muito ver a cara dele (Você escapou dessa vez, Ben, mas um dia a gente ainda tira uma foto sua! Hahaha!).

E claro, eu não poderia deixar de agradecer a ela, a diva de uma geração, aquela que fez multidões gritarem o seu nome e parou a Bienal quando passou. Um beijo especialmente para você...Xuxa! ... Valeu por tentar atrapalhar a chegada da Meg no dia 11, viu! ¬¬

Sério agora. Um “Obrrigada” especial a Meg Cabot, que curtiu muito o nosso país e tratou todos os fãs com a simpatia que lhe é característica, falando até um pouco português e puxando assunto com todo mundo, recebendo os presentes (e mostrando pra galera!) mesmo até cansada e com fome. Se eu já gostava dela, agora então, nem se fala. Ela tem que voltar logo agora, porque a gente já está com saudades. Meg, you have to come back! You have to come back, Meg! [Jack de Lost mode on] hehe

1 comentário:

  1. AH ! Que emoção ! Eu comecei a ler DP a pouco tempo , uma semana atrás e comecei o dois hoje ! Morro de amores e o pior : Quando era menor recebi o 7 e li sem saber ! kkkkkkkkk

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