quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Jamie à procura da batida perfeita

Ano passado no dia do aniversário do Jamie, eu fiz uns posts especiais, e como logo depois ele lançou CD cheio de músicas legais (de novo), e eu fico viajando com a maioria delas, acho que merece um outro, mesmo que o CD tenha saído há quase um ano (e eu esteja 6 dias atrasada com relação ao aniversário desse ano. A verdade é que eu confundi o aniversário dele com o da minha colega e programei o post pra hoje. Sabia que tinha alguém completando primaveras. Parabéns, Fe!). Pois é, vou falar do JC de novo. Não estou nem aí (aquelas rebeldes, rs). Se não quiser ler tudo, tudo bem. Eu sei que o Jamie não é atraente para todo mundo (aliás, fisicamente, nem pra mim é. Porque eu posso gostar dele e tudo, mas acontece que eu ainda não fiquei cega!). Mas você se ficar, pode acabar descobrindo uma ou outra música legal pra pôr no seu MP3. Enfim, o aviso está dado e juro que não vou ficar chateada caso você decida pela primeira opção.


Jamie Cullum é como o vinho. Parece que quanto mais passa o tempo, melhor fica o seu sabor (no caso, o seu som, na verdade). E paradoxalmente, quanto mais o tempo passa, mais jovem ele fica (aqui eu estava falando do som de novo, porque Cullum é uma pessoal normal, não Benjamin Button, rs).

No início da carreira, seus discos ficavam muito próximos do jazz tradicional, e, apesar de trazer toda a sua energia jovial e contagiante para o gênero, a grande pergunta que ouvia nas entrevistas era: “Mas por que você toca esse tipo de música sendo tão novo?”. Acontece que o tempo passou. Ele já não é mais um twentysomething e o frescor da idéia de um garoto tocando aquele ritmo ligado aos seus avós certamente também não é mais o mesmo.

E isso não faz a menor diferença. Porque o Jamie não está nem aí para o rótulo que você vai dar para ele. Ele gosta mesmo é de música. Qualquer tipo de música. Aquela coisa tradicional lá do início dos anos 2000 foi só uma espécie de isca (isso eu é que estou dizendo) e agora que tanto os velhotes, quanto o pessoal da nova geração já estão totalmente na sua, Mr. Cullum coloca cada vez mais suas asinhas de fora e acrescenta rock, pop e até música eletrônica à mistura do jazz na sua busca pela ‘batida perfeita’. Se em TwentySomething o tema eram os dilemas da juventude, e em Catching Tales o foco era contar histórias, aqui as canções estão explosivas.

Segue o faixa-a-faixa de The Pursuit:

1. Just One of These Things - Jamie, o prostituto do jazz e começa o disco atacando de big band. E numa das canções mais jazzísticas do disco, ironicamente manda um recado para os puristas de plantão que o criticam pelo seu "caso" com a música pop. "It was great fun, but it was just one of those things", porque o compromisso dele é com a música. O Jazz é só uma dessas coisas.

2. I’m all over it – Feita em 90 minutos, a canção de término de relacionamento tem piano, falsete, e a energia e ironia cullumianas de sempre: “Cause I worked and I cursed and I tried, And I said I could change and I lied, Well there’s something still moves me inside”. Primeiro Single, clipe muito louco. O gato de pelúcia em cima do piano o acompanha para tudo quanto é lugar agora.

3. Wheels – Se o CD tivesse saído antes, não ia dar pra essa entrar no álbum. Com uma melodia cíclica e uma batida pop-rock, Wheels reflete sobre a crise financeira e como afeta nossas vidas. O clipe ficou ruim, mas a música é viciante. “E o mundo está descarrilandooooooo...”

4. If I Ruled The World – Você conhece essa música. É claro que conhece. Só acha que não. Ela estava lá em Todo Poderoso na voz do Tont Bennett quando o Jim Carrey levava a Jennifer Aniston pra jantar num restaurante chique. Lembrou? Tá legal, eu sei que você não lembrou, rs. Eu não gosto muito dessa não. Acho que ele pôs só pra agradar os velhotes que eu falei ali em cima, mas enfim. A letra é bem romântica. E tem tudo a ver com o Jim Carrey no Todo Poderoso mesmo.

5. You And Me Are Gone – Essa sim é a cara dele. Jazz dançante, letra legal, Jamie fazendo barulhos com a boca, dando uns gritinhos, palminhas ao fundo, solo de piano e Cullum batucando e maltratando o coitado do instrumento... Baita energia e impossível ouvir sem bater o pé junto.

6. Don't Stop The Music - Como já é de costume, Jamie grava um cover de um sucesso da música pop. E agora ele reinventa o hit de Rihanna de um jeito que a testuda nunca poderia imaginar. A canção começa devagarinho e, como numa conquista, lança aquelas olhadelas e mexidas no cabelo em meio a uma pista de dança enfumaçada. No refrão, estamos segurando as mãos, peito no peito, agora cara a cara e aí a explosão (literalmente até no clipe*). Jamie faz a promessa: "I'm gonna take you away, let's escape into the music, Dj let it play". A essa altura do campeonato, já estamos completamente arrebatados e implorando: Jamie, Please don't stop the musiiiccc. Interessante notar que a versão da Rihanna funciona muito bem em qualquer pista de boate (gay então, nem se fala), mas quando o Jamie canta é muito mais do que uma canção, é a declaração de um cara apaixonado por música pedindo encarecidamente que ela não pare (tá legal, agora eu viajei).
* Sério. O cara explodiu um piano. DE VERDADE! É por isso que eu o adoro.


7. Love Ain't Gonna Let You Down - Segundo o próprio, sua primeira canção de amor sem nenhuma piada (e Deus sabe como isso foi difícil pra ele!). Mas Mr. Cullum, apaixonado e prestes a casar manda bem demais como sempre nessa balada emocionante, com jeito de anos 50, mas cara de século XXI. Aí é que está: quando ele diz que
"Feel it burning like a bomb raging a thousand summers, Grazing on your skin restlessly anticipating so many tiny things, The pursuit of love consumes us all, I'll be your Fabrice without the war, Do you dream about it written for, Bursting with all all of the weight of a million rhymes",
eu acredito em tudo. Eita letra de arrepiar! (E olha o nome do disco aparecendo aí nesse trecho). Sortuda essa Sophie (a mulher dele), hein! Cadê o pessoal da Globo pra pôr essa música na trilha da novela das oito?

8. Mixtape – Como bom nostálgico que é, Jamie também sempre dá um jeito de trazer algumas de suas memórias para as músicas. A sessão nostalgia da vez fica por conta de Mixtape, em que Cullum demonstra todo aquele romantismo adolescente ao gravar uma fita K7 em plena era do MP3 (o que torna tudo ainda mais difícil). A canção é quase uma viagem no tempo não só por causa da letra (linda e legal demais), mas também pelo arranjo que faz lembrar os sintetizadores da década de 80. É a minha preferida do CD (e a dele também). Música perfeita. Fico louca quanto ouço. Sério, até o “ôooooo” é bom! Não vejo a hora de chegar o show e poder pular pra caramba nessa parte.

9. I think I love – Sabe aquelas músicas que ficam tocando ao fundo quando alguém pede um Whisky? Sonoramente falando, essa é I think I love. Só que o Jamie é muito palhaço e coloca uns versos tipo: “lembra daquela vez que você vomitou em cima de mim dentro de um táxi? Ai, eu confesso que te amo por causa disso”. Eu devo confessar que passo sempre essa música. Muito parada, mas a Esther gosta. (quando ela ver que eu escrevi isso já sei até o que eu vou ouvir).

10. Not While I'm around - Jamie mais uma vez faz mágica e consegue desvencilhar a canção da imagem meio nojenta do Sweeney Todd. Ficou linda e pauleira. Não estranhe os dois adjetivos na mesma frase. Faz parte da sua mágica combinar essas coisas aparentemente opostas.

11. We Run Things - "Don't stop 'cause it's getting tense now...." Em We Run Things, ele ataca de DJ com os apetrechos de seu novo estúdio e finalmente, se despedindo...

12. Music Is through - Nessa Jamie mistura jazz com música eletrônica e no maior estilo "beijo, te ligo", Mr. Cullum podia muito bem estrelar aquela propanganda como o ligador de uma operadora de celular aqui do Brasil. Já até imagino ele fazendo o gesto enquanto entoa os versos "Girl, I got your number, call when the music is through".

Sabe aquele papo de "quebrar tudo"? Pois é, ele levou a sério.
 Meu nome é Cullum. Jamie Cullum.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CEO #03: Faixas etárias

Depois de tanto tempo(...), olha eu aqui de novo!

Não! De forma alguma pense que por esse título eu sou contra qualquer barreira etária de público/consumidor; bebidas alcoólicas e certos filmes do Almodóvar, por exemplo, devem definitivamente passar longe dos olhos e gargantas de crianças. Aliás, essa definição “criança” parece de fato bastante subjetiva, mas, por enquanto, quando o digo, refiro-me a pessoas menores de dezoito anos.

Esse “por enquanto”, na verdade, acaba durando pouquíssimo nesse texto, pois ele discute quase que exatamente sobre a complexidade que é definir crianças, adultos, adolescentes e os infelizes pré-adolescentes (termo tal que soa, ao menos um pouco, pretensioso e apressado).

A parte científica sobre o desenvolvimento cerebral e comportamental dos seres humanos não é minha especialidade, então, o que será odiado, como já seria esperado, são as conseqüências que envolvem esse processo bastante chato chamado, por mais triste que o seja, envelhecer.

“Crescer” talvez fosse mais eufêmico, entretanto falamos não de etapas prazerosas (ao menos de início. Depois tudo vai melhorando), mas de cansaço, raiva e arbitrariedades.
Existe um padrão estabelecido tão fortemente sobre etapas demarcadas que devem ser inquestionavelmente seguidas ao longo da vida, entre elas, ser um adolescente que assiste, lê e ouve o que um adolescente deve assistir, ler e ouvir. O mesmo esquema persiste para jovens e adultos.

Padrão esse que é maravilhoso para representantes comerciais que pretendem atingir públicos específicos e ganhar dinheiro a partir disso enquanto que absurdo para aqueles que fogem ao dito público específico. Estes então são vítimas de uma regra sem motivos a qual força a qualquer pessoa acima ou abaixo de uma faixa etária invisível de agir da forma que lhe convém. E assim impedindo um adulto ou um adolescente de assistir a desenhos animados da Hannah-Barbera porque são considerados velhos demais.

Todavia, é importante que eu esclareça que qualquer comportamento doentio no qual se escapa não de padrões, mas de suas respectivas responsabilidades, é errado; o mesmo vale para posturas que beiram a insanidade ao vestir-se e agir como se fosse mais jovem ou mais velho para pura e simplesmente ser notado. Se existe algo que eu detesto tanto quanto as faixas etárias é o ridículo do exagero. Essa vontade tão forte de ser notado, de ser diferente, que denigre o que se é sem esforço.

Seguir através do tempo sempre dinâmico é no fundo mais importante do que se preocupar em definir-se e aprisionar-se dentro de uma faixa etária. Pois o que figura como imaturidade ou velhice, às vezes tida como pretensão, é relativo demais e incerto, já que gritar que se é adulto ou criança não faz de ninguém mais frívolo ou ponderado.

Existir. Assim, bem simples. De forma bastante natural e imperceptível aos olhos, ressalta características muito maiores quando comparadas a obedecer-se ou não aos rótulos etários e otários que tanto detesto.

O que quero dizer é: odeio essa linha reta e segmentada que divide a vida em partes separadas, isoladas umas das outras, pois, na verdade, essa linha é mais como uma elipse, como um símbolo do infinito (aquele 8 deitado) no qual cada pedacinho mínimo, seja ele gritar histérica e descontroladamente por um irmão Jonas ou por descobrir que em cada aniversário você vai sim ficando mais velho e em parte empoeirado junto com tudo o que você já disse e foi, vai formando uma parte importante de um disco rígido que se deteriora mas pode ser acessado a qualquer instante.

No fundo, não somos adultos que foram adolescentes, os quais foram crianças, e sim adultos por definição, por convenção, pois nunca deixamos de ser crianças ou adolescentes. Eles são o que somos e seremos. Eis a explicação do porquê de um pré-adolescente ser assim tão bobo: em uma linha etária que acaba por segregar, qualquer desejo para alcançar esse título frágil e infundado de adolescente não é por mim respeitado. Pois esse ideal de partes não existe, o todo de fato é mais coerente e mais bonito; ele não perde, ele apenas guarda infinitamente, como aquele 8 deitado.
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Por que os vampiros têm que morrer

Não, não vou falar de porque a febre da vampiromania tem que acabar. Isso seria muito óbvio. O post vai ter uma abordagem bem prática da "existência" dos dentuços. São coisas que eu já pensava desde a primeira vez que eu vi o filme do vampiro cintilante. Na época em que eu achei a saga simpática, apesar de meio brega.

Pois é, eu ainda não me conformei com isso. Porque, além de todo o fator antropológico e polêmico, e de eles serem totalmente contra a ordem natural das coisas (lembra da tia Mariazinha - nome fictício. A minha tia era a Gorete. Acho. - ensinando o ciclo da vida? "Os seres nascem, crescem, se reproduzem e morrem"), acima de tudo, os vampiros são um problema SOCIAL. E sua existência mobilizaria todos os ministérios de um governo. Vamos a eles:

- Segurança
O problema mais óbvio. Eles matam PESSOAS! Quando não matam, abusam sexualmente das vítimas. Ou abusam sexualmente E matam. Não há dúvidas de que isso é caso de polícia. E eu ainda nem falei do problema da pedofilia. Porque homem de 100 anos com menina de menos de 18 É PEDOFILIA, SIM!!!! Por mais que ele pareça todo garotão, a mentalidade é de velho babão!

E a gente se preocupando com o Bruno... 

Põe na conta do Papa!

- Meio ambiente
Os bonzinhos matam só os cervos/ursos/bichos da floresta. Aí eu pergunto a você, e a cadeia alimentar? E o desequilíbrio ecológico?? E os animais em extinção, HEIN??? Todo mundo só fala dos males do homem e os males dos vampiros???

Por que eles não fazem como todo mundo e criam umas vaquinhas se quiserem se alimentar? Eu hein!

No meu tempo, criaturas que tomavam sangue animal apareciam no Ratinho (Ratinhoooooo!) e eram chamadas de CHUPA-CABRA, isso sim!!!!

Vontade imensa de perguntar pra Marina o que ela vai fazer contra isso porque é um problema seríssimo.
"A Amazônia é nossa! Fora vampiros!"

- Saúde
Quando os vampiros do bem não conseguem se controlar só com o sangue animal, aí eles vão lá e roubam do banco de doadores! Tanta gente precisando e essas criaturas vão lá e tiram sangue de gente moribunda! Sinto muito, mas eu não acho nada legal roubar sangue de gente que está morrendo para dar para alguém que JÁ MORREU! Não faz o menor sentido.

Gabeira em defesa da VIDA

- Educação
Ainda bem que esses vampiros que vão pra escola moram nos EUA, porque se fosse no Brasil, ah, eles iam ter que enfrentar a fila da matrícula do colégio público e aí meu filho, é dia e noite na cadeirinha de plástico. E quando batesse o sol, todo mundo ia ver eles brilharem. Ou iam virar pó, dependendo da espécie. Nada que um Sundown não desse conta.

E mesmo que enfrentassem a fila, estariam TIRANDO A VAGA de CRIANCINHAS SEMI-ANALFABETAS! Fora que, você sabe quanto o governo gasta pra manter um aluno na escola? E eles lá de brincadeira! Pelamor, né! Vai trabalhar, vagabundo!

Pelo lado positivo, ele não teriam que se preocupar se o governo liberou a verba da merenda ou não.

Mas, claro que isso é viagem. Eles são ricos. Iam estudar no São Bento, não no CIEP. 

"Nenhum vampiro vai tirar a vaga das nossas crianças"

-Trabalho
Se eles não ficarem brincando de ir pra escola pelo resto da eternidade, aí vão trabalhar, mas já está difícil de arranjar emprego pros vivos, imagina ter que gerar emprego pros mortos-vivos também...

"Eu prefiro morrer"

- Previdência
Taí uma coisa que ia eles não iriam precisar. Aliás, iam ajudar à beça. Se os vampiros permanecessem parte da população economicamente ativa, continuariam contribuindo para a Previdência pra sempre. Olha que beleza! Eles seriam a salvação do sistema previdenciário!!!!!!

Agora se um dia eles resolverem se aposentar, babou. O governo ia ter que financiar seu período de descanso até o fim da eternidade. Assim não há previdência que resista.

Todo mundo ia ter que guardar um dinheirinho na poupança
Não na Bamerindus, claro.
Essa daí, coitada, só está numa boa, porque partiu dessa para melhor.

- Fome
Outra coisa positiva, como os vampiros não precisam de comida, será o fim da crise dos alimentos! Eu só estou em dúvida se vai começar uma "crise dos humanos", porque uma vez que o número de vampiros ultrapassar o de pessoas, menos "comida" eles vão ter. Só me explica uma coisa: nessa hora é que entra o sangue sintético de True Blood, né? Os vampiros pobres vão se ferrar... Ótimo. Ou não, sei lá...

"Esse negócio de vampiro vai ser ótimo pro Fome Zero, companheira Dilma!"
  
- População
Pega só as maiores Megacidades do mundo pra você ver. O problema é que tem muita gente. E por que tem muita gente? Porque as pessoas NÃO MORREM MAIS. Sério, a expectativa de vida aumentou muito. Aí não tem transporte, saúde, saneamento, educação, emprego, o aposentado ganha pouco, aumenta o processo de favelização... Todo mundo agora vive até os 100 anos. Há um tempo atrás, a gente duvidou até que a Dercy um dia pudesse morrer!

Agora, imagina só se começam a aparecer uns bichos que não vão embora desse mundo NUNCA, de verdade? Se eles conseguirem se reproduzir então, aí vai ser o fim! Vai faltar até espaço no planeta! A gente vai ter que viver igual o povo do Japão, numas casas minúsculas, com a cama embutida embaixo da pia... Isso se conseguir viver.

"Eu bem que tentei convencer aquele %$#&@ do Edward a morder o meu pescoço, mas ele disse que só fazia isso depois de casado."
"Aí eu mandei ele pra %$#@&! Vampiro %$#&@!"

Verifique se o seu candidato tem políticas anti-vampiros porque, não importa o que que digam, eles são do mal e alguém tem que combatê-los.

Obs. Não estou fazendo campanha contra ou a favor de nenhum candidato, mas falando muito sério agora, é bom abrir os olhos, porque a eleição está chegando, e um monte de candidatos-vampiros está por aí à solta. Eles beijam criancinhas e parecem perfeitos e te dão presentinhos na época das eleições, mas só ficam lá no congresso para sugar o dinheiro dos cofres públicos diretamente para seus conversíveis de luxo. Alguns constroem até castelos de verdade com o nosso dinheiro. (Assim é fácil ficar rico, né!) E às vezes, os políticos-vampiros parecem até que são imortais porque tem séculos que estão de um jeito ou de outro nas casas de governo.


E sem brincadeira, esses vampirões da política são os da pior espécie. Porque, por conta do seu hábito sugador, é que os hospitais estão caindo aos pedaços e falta merenda nas escolas.  Mas para tirar os poderes deles não precisa de água benta, nem crucifixo. É só votar bem votado que esses trastes viram poeira. Igual a música da Ivete Sangalo que eles adoram utilizar como instrumento de lavagem cerebral campanha.
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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ôoooo, que terror!

Cansado de ouvir falar de vampiros?
*Balança a cabeça com aquele barulhinho*
 
Não aguenta mais aquelas histórias de menina comum se apaixona por criatura sugadora que na verdade é do bem, não é mesmo?
*Balança a cabeça com aquele barulhinho de novo*

Pois seus problemas ACABARAM! 
Chegou o sensacional e revolucionário:
Insatiable de Meg Cabot

*Abre aquele sorrisão bem bobo e faz sinal de positivo agora*
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Brincadeiras à parte, Insatiable é um sopro de frescor nessa onda vampiresca que se instaurou nos últimos anos. Na verdade, ele até tira um certo MUITO sarro da vampiromania quando mostra a personagem principal como roteirista infeliz de uma novela que acrescentará os dentucinhos à trama só para atender as necessidades do mercado. A tarefa é ainda mais ingrata quando se leva em conta que Meena não acredita em vampiros e, como eu, NÃO SUPORTA MAIS essas criaturas EM TODO LUGAR!!!

Quem acha que Insatiable é apenas a inserção de Cabot no mundo dos vampiros somente para aproveitar o hype das criaturas sobrenaturais está muito enganado. É até engraçado vê-la publicando algo do gênero, uma vez que sempre afirmou categoricamente não ser muito chegada a esses romances vampirescos porque não consegue aceitar um relacionamento em que uma das partes está louca para morder o pescoço da outra (e não da forma sexy da coisa).

Meg, ao ser pedida por leitores para escrever um romance de vampiros para chamar de seu, cansou de dar a entender que não o faria, pois achava que não havia nada para acrescentar ao tema que o seriado Buffy, a caça vampiros (seu programa preferido de todos os tempos - e ela gostava de Buffy porque nele o Angel não tinha um desejo incontrolável de tornar a Sarah Michelle Gellar o seu jantar) já não tivesse abordado. De fato, quando num almoço descontraído, sua editora sugeriu que escrevesse um livro de vampiros, Meg ironizou: "Eu preferia comer esse copo de vidro que está na mesa do que escrever um livro desses" (daí a piada interna da chefe que quer obrigar Meena a escrever sobre vampiros). A diferença é que na vida real o assunto morreu ali (Meg diz que a chefe dela é muito bacana e nunca faria isso com ninguém).

Só que aquilo ficou martelando na cabeça criativa da escritora até que, olha só como o mundo dá voltas,  ela teve um sonho (brincadeira!) Jack Bauer, o cão, apareceu na sua porta. O totó ganhou esse nome em virtude de seu comportamento ansioso quando perto de seu dono malvado com hábitos noturnos (obviamente, um vampiro). Pronto. Na matemática de Cabot, Vampiro + Cachorro Estressado = Ideia para um livro novinho. Meg sabia que aquilo ia dar trabalho, que o processo ia ser demorado e que ia ter que pesquisar muito para não cair nas armadilhas do vampirismo moderno. E aí é que o negócio ficou ainda mais desafiador.

Ele que é parceiro do Zero-Zero Au, com vocês:
Jack Bauer, o legítimo!
Au-au au!
Tradução: Drop the gun!

Anos depois, ela toda orgulhosa nos agracia com um romance de vampiros contemporâneo cujas veias pulsam sangue do tipo Meg Cabot (o famoso sangue-bão, rs) e por isso mesmo, dá vontade de sugar tudo numa mordida só. Ao invés de inventar novas regras para o jogo, Insatiable mergulha no tradicional e retoma elementos outrora esquecidos como alhos, crucifixos e água benta. Contudo, troca a Transilvânia por NY, que é muito mais cool. Isso tudo sem deixar de lado o senso de humor hilariante e recheado de cultura pop típicos da escritora.

É diferente da maioria dos títulos disponíveis no mercado, usualmente muito sisudos e que se levam a sério demais pro meu gosto (Meg gosta de dizer que inventou um novo gênero, o Gótico Feminino, com esse livro) e um pouco diferente até do que estamos acostumados a ler dela também. É como se Cabot dissesse: "Ok, agora vamos fazer o negócio direito e acabar com essa palhaçada... Só que colocando um monte de palhaçada no meio".

Narrado em 3ª pessoa e alternando os pontos de vista assim como uma novela, Insatiable é uma sequência contemporânea do clássico Drácula de Bram Stoker (o que já exorciza eventuais bizarrices tipo seres sombrios que brilham no sol). O livro conta a história de Meena Harper*, a roteirista que além de não suportar vampiros e ter de escrever sobre eles, sofre com um 'dom' que só complica sua vida. Ela consegue ver como todo mundo vai morrer e isso, obviamente, enterra todas as suas chances de desenvolver qualquer relacionamento. Paralelamente, temos o suspeito e irresistível professor universitário**, estilo Zé Mayer, Lucien Antonescu, que não pode morrer porque... bom, ele já está morto; uma série de misteriosos assassinatos; e um caça-vampiros durão, mas com um passado digno daqueles quadros lacrimejantes dos nossos programas dominicais: Alaric - atenção para o sobrenome dele - Wulf (haha, muito boa, Meg!)***.
*O nome da mocinha também é uma homenagem à Mina Harker do original, entre outras brincadeiras.
**Eu já tive o desprazer de ter aula com um desses na faculdade. O sujeito tinha uma cara muito assustadora (o meu professor-vampiro não era nada atraente, nem apreciava um bom vinho, escutando uma boa música, como o do livro), e, além de aparecer DO NADA justamente quando a gente estava falando mal dele, o maldito ainda SUGAVA todas as nossas energias ao passar um trabalho e uma prova por semana! Não tivemos dúvidas. Com todos esses atributos, estávamos lidando com um vampiro. E durante todas as aulas daquele período, tínhamos vontade de dar logo uma estaca naquela criatura das trevas para acabar de vez com todo o nosso sofrimento. Pois é, os vampiros da ficção estão enchendo o saco, agora os da vida real, ah, esses sim sabem como infernizar a nossa vida!
***Apesar do nome, o personagem é 100% humano.

Estão no livro também: Jack Bauer (o cão), uma discussão muito legal de por que os vampiros exercem todo esse fascínio nas pessoas, cenas de ação alucinantes, muita zoação para cima de todos os sanguessugas atuais e seus intérpretes (tudo sem descer do salto, claro. Afinal, não é nada principesco ficar falando mal do trabalho dos outros, mesmo que você seja um rei) e algumas ótimas sacadas como o inferninho do Dimitri (existe melhor caracterização da luxúria e universo submundo vampirescos do que uma boate? Acho que não...) .

Sou fã nº 1 de Meg Cadáver Cabot (você já deve ter percebido pela quantidade de curiosidades e afins quando este blog fala da escritora mais fofa da vida), mas não é todo livro seu que me coloca nesse estado de euforia. Insatiable me deixou assim desde a primeira frase da sinopse e agora eu estou aqui me mordendo de vontade de comentar outros muitos detalhes das suas linhas e entrelinhas com alguém. Sem dúvida, um livro que entra fácil, fácil nos Melhores da Meg (e olha que pra entrar nesse grupo, a concorrência é bem grande!), confirmando ainda mais a genialidade da escritora. Pois é, Meg, você me deixou de queixo caído. De novo!

E não bastasse o enredo ser um convite irrecusável para alguém sedento por um livro que colocasse esses coisas ruins em seu devido lugar, sem perder o bom humor, a campanha de marketing envolvida também foi SEN-SA-CIO-NAL!!!! 

Primeiro, na home do livro, para termos acesso a trechos e curiosidades do mesmo, tínhamos de responder uma perguntinha que, geralmente, alfinetava com muita classe aquela série cujo título tem sinônimo de entardecer*. E apesar de abraçar o Drácula (literariamente falando), Meg não o fez de um jeito leia-o porque é o vampiro certo e os outros só deturpam sua verdadeira fama de mau (ô papinho  mala esse!), mas deu a maior força para um dos padrinhos da vampirada, criando até um clube do livro online pra ele, porque é divertido pra caramba descobrir a origem de todos os mitos. E mesmo não tendo lido o dito cujo (foi mal, eu vi o filme esses dias e o final foi bem chato), achei essa atitude bacanérrima. Imagine quão legal seria se nossos professores usassem esse argumento, hein?
*Curiosamente e propositalmente até, penso eu, o livro foi lançado coladinho com o curto spin-off caça-níqueis e com o terceiro filme da tal série.

Depois, cara, dá só uma olhada nesses book trailers:

Primeiro, os já tradicionais com encenações de bonecas Barbie:


E o meu preferido:

Putz, essas histórias de vampiro tem um certo 'ar mexicano' mesmo. Tá explicado porque a Meena é roteirista de novela, daquelas bem melodramáticas...

Ficou com água na boca, né? Agora só atacando o livro mesmo pra saciar toda essa curiosidade. E como uma pessoa que nunca gostou de vampiros, mas devorou e adorou um livro que dá uma estacada em toda essa febre ensandecida, a única coisa que eu posso dizer é: "Valeu, Meg! Mostra pra esse povo como é que se faz!".


*Tenho certeza que se a Meg fosse brasileira ia zoar isso. Ou então esse outro político medonho aqui.
**Se liga na pág. 42, que aparece 'Brazil' de verdade. E na pág 94, há uma menção ao Rio de Janeiro. Prova de que a Meg estava com a cabeça no Brasil, ou mais uma brincadeira velada com a série dos vampiros brilhantes? Tô falando que eu preciso comentar urgentemente esse negócio...

E NÃO É SÓ APENAS ISSO!
Levando para casa esse fantástico livro, você ainda ganha inteiramente de grátis a bagagem necessária para embarcar no próximo volume da série (porque um livro só pra uma história boa dessas não tapa nem o buraco do dente, né? rs).

Obs. Boneco não incluído.
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